segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

MILAGRE.

 


Milagre

 

 

 

Milagres acontecem? Deus faz milagres? No que se assentam os fenômenos ditos “sobrenaturais”? Como a doutrina espírita os explica? Jesus produzia milagres?

Quando um determinado acontecimento nos provoca surpresa, como por exemplo, alguém passar no vestibular sem ter estudado “nadinha”, podemos pensar ou mesmo dizer a essa pessoa: “Que milagre!”

Com isso, temos que o milagre diz respeito a um fato ou um acontecimento que nos provoca surpresa, admiração e até certa dose de incredulidade, por tratar-se de algo inusitado, ou extraordinário e incomum.

Mas, por influência de certas concepções religiosas, o milagre representa a indicação de uma participação divina na vida das pessoas e nos fenômenos da natureza. E, em razão desse entendimento, o milagre também se refere a um ato ou acontecimento inexplicável, caracterizado por uma alteração súbita e fora do comum das leis da natureza, no qual Deus manifesta Seu poder.

O que dá grande relevância aos milagres é, justamente, essa sua origem sobrenatural e a impossibilidade de serem explicados.

Ponderando sobre a atitude divina, Léon Denis (1846-1927), um dos principais continuadores do Espiritismo após a morte de Allan Kardec, escreve:

O milagre é uma postergação das leis eternas fixadas por Deus, obras que são da sua vontade, e seria pouco digno da suprema Potência exorbitar da sua própria natureza e variar em seus decretos. 

Deus faz milagres? Em princípio, até poderia fazer, se verdadeiramente acreditarmos que para Ele tudo é possível.

E por que faria, se Ele mesmo criou leis perfeitas? O fato é que tudo o que é perfeito não carece de modificação ou de aperfeiçoamento, pois tudo nele já está previsto e providenciado, sem nada a corrigir nem improvisar!

No entanto, a explicação espírita para os milagres defende que, na maneira de agir de Deus, não existe o regime de exceção e de privilégios, nem de exclusão ou de derrogação de Suas leis. E esse ensino encontra-se, principalmente, na obra A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, em seu capítulo. XIII, denominado “Caracteres dos milagres”.

 

Nele, Allan Kardec leciona que os milagres desaparecem na proporção exata do avanço do conhecimento científico dos processos da natureza:

Foram fecundos em milagres os séculos de ignorância, porque se considerava sobrenatural tudo aquilo cuja causa não se conhecia. À proporção que a Ciência revelou novas leis, o círculo do maravilhoso se foi restringindo; mas, como a Ciência ainda não explorara todo o vasto campo da Natureza, larga parte dele ficou reservada para o maravilhoso.

(...) O Espiritismo, pois, vem, a seu turno, fazer o que cada ciência fez no seu advento: revelar novas leis e explicar, conseguintemente, os fenômenos compreendidos na alçada dessas leis.

Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos Espíritos e à intervenção deles no mundo material.

Antigamente, havia muitas coisas consideradas como maravilhosas ou sobrenaturais. Algumas delas nem eram fatos reais, mas apenas crendices ou superstições sem fundamento.

Os indivíduos, de então, não tinham condições de dar uma explicação racional para os fenômenos estranhos que aconteciam. Por falta de uma explicação lógica, chamaram-nos de milagres. Assim, em termos religiosos, o milagre passou a ser entendido como algo que não deve ser questionado, bastando apenas acreditar nele por meio da fé.

Felizmente, a crença no maravilhoso ou no sobrenatural vem diminuindo, graças ao progresso da ciência e da tecnologia, que tem cada vez mais revelado e explicado as leis que regem o mundo material.

Desse modo, não podemos menosprezar a importância da contribuição da Doutrina Espírita que, ao revelar a existência dos espíritos e como agem sobre os fluidos e sobre a matéria, tem explicado muitos fenômenos como sendo o efeito dessa causa espiritual.

E os espíritos nada mais são do que a alma dos homens que já viveram na Terra, e que continuam com sua vida, porém no mundo espiritual.

Sobre essa vida dos espíritos, Kardec ainda diz:

Sua existência, portanto, é tão natural depois, como durante a encarnação; está submetido às leis que regem o princípio espiritual, como o corpo o está às que regem o princípio material; mas, como estes dois princípios têm necessária afinidade, como reagem incessantemente um sobre o outro, como da ação simultânea deles resultam o movimento e a harmonia do conjunto, segue-se que a espiritualidade e a materialidade são duas partes de um mesmo todo, tão natural uma quanto a outra, não sendo, pois, a primeira uma exceção, uma anomalia na ordem das coisas.

Para os que negam a existência dos espíritos – ou do princípio espiritual –, tudo o que existe no Universo se restringe à matéria.

Assim, os fenômenos que tenham por base a ação dessa espiritualidade serão, inevitavelmente, classificados como sobrenaturais. E, em virtude de eles se caracterizarem por forças ainda desconhecidas da natureza e, por causa disso, não poderem ser comprovados através dos habituais métodos da ciência oficial, também poderão ser taxados de afeitos à fantasia, imaginação, ilusão ou alucinação.

A ciência espírita existe para demonstrar como funcionam as leis que regem os fenômenos do campo material em conjunto com o campo espiritual, mas sem se utilizar de métodos absolutamente idênticos ao da ciência oficial. E isso porque os fenômenos espíritas, na grande maioria das vezes, se caracterizam pela espontaneidade, o que requer procedimentos bastante particulares.

No mesmo capítulo, ao se referir às mesas girantes, Allan Kardec tece algumas considerações, que, por analogia, poderão ser aplicadas ao entendimento das manifestações espíritas em geral:

Antes de se conhecerem as propriedades da eletricidade, os fenômenos elétricos passavam por prodígios para certa gente; desde que se tornou conhecida a causa, desapareceu o maravilhoso. O mesmo ocorre com os fenômenos espíritas.

(...) Entretanto, dir-se-á, admitis que um Espírito pode levantar uma mesa e mantê-la no espaço sem ponto de apoio; não está aí uma derrogação da lei da gravidade? — Sim, da lei conhecida. Conhecem-se, porém, todas as leis? Antes que se houvesse experimentado a força ascensional de alguns gases, quem diria que uma pesada máquina, transportando muitos homens, poderia triunfar da força de atração? Ao vulgo, isso não pareceria maravilhoso, diabólico? Aquele que se houvera proposto, há um século, a transmitir uma mensagem a 500 léguas e receber a resposta dentro de alguns minutos, teria passado por louco; se o fizesse, teriam acreditado estar o diabo às suas ordens, porquanto, então, só o diabo era capaz de andar tão depressa.

Hoje, no entanto, não só se reconhece possível o fato, como ele parece naturalíssimo. Por que, pois, um fluido desconhecido careceria da propriedade de contrabalançar, em dadas circunstâncias, o efeito da gravidade, como o hidrogênio contrabalança o peso do balão? É, efetivamente, o que sucede, no caso de que se trata.

O Espiritismo sempre se envolverá com explicações lógicas para o entendimento dos fenômenos conhecidos como sobrenaturais. Daí, a importância de seus adeptos estarem sempre atentos aos progressos da ciência, acompanhar tudo o que está acontecendo, para que o desenvolvimento de sua fé tenha como alicerce a razão, porque somente esta nos permite o real e profundo entendimento de todas as coisas.

Para a doutrina espírita, a fé – essa confiança quanto à realidade espiritual, essa convicção de que o poder e sabedoria de Deus se manifestam através de leis imutáveis, porém amorosas – tem de ser esclarecida e bem fundamentada.

E somente através dessa crença esclarecida que conseguiremos perseverar no bem, por entendermos que este é o mais satisfatório caminho para todos; que persistiremos em nosso esforço evolutivo, na certeza de que sempre alcançaremos resultados compensadores, agora ou depois, aqui ou na espiritualidade.

Enfim, uma fé que nos permita melhor compreender os sofrimentos, superar as inevitáveis dificuldades da jornada terra, bem como transformar situações a partir da própria mudança interior.

Therezinha Oliveira, ao abordar sobre “os milagres que o Espiritismo faz”, nos ensina:

O Espiritismo coloca ao nosso alcance muitos recursos espirituais com os quais se torna possível acionarmos certas leis naturais e produzirmos alguns fenômenos que ajudem ao próximo e a nós mesmos.

Mas quem procurar o Espiritismo somente para obter cura imediata de seus males físicos e espirituais, ou resolver de pronto seus problemas materiais, poderá ficar decepcionado.

Porque somente se realiza o que estiver dentro das leis divinas. E o Espiritismo não tem por finalidade principal a realização de fenômenos, mas, sim, o progresso moral da humanidade.

O maior milagre que o Espiritismo faz não é tirar problemas e dores do nosso caminho. É explicar-nos o porquê das coisas e ensinar-nos: como podemos melhorar a nós mesmos para gerarmos efeitos felizes; como prevenir e resolver problemas espirituais, desde que empreguemos vontade e esforço no sentido do bem; ou ainda, como suportar aquilo que, por ora, não pode ser mudado porque serve de expiação ou de prova.

E os milagres que Jesus realizou? Sim, porque as páginas do Evangelho são repletas de sonhos, visões, curas, aparições, possessões e outros fenômenos inexplicados. Qual a explicação?

De fato, Jesus fez apenas uma amostragem das realizações espirituais possíveis.

À época de Jesus, os milagres foram feitos para despertar as almas para a crença em Deus e nos espíritos, e eles abririam brechas nos corações a fim de o Evangelho penetrar. 

O Cristo, pela sua natureza superior, é um espírito que, por suas virtudes, encontra-se em nível intelectual, moral e espiritual muitíssimo acima da humanidade terrestre.

Para finalizar, ainda Allan Kardec, sobre Jesus:

Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

MEU PAI.

 


Meu pai

 

Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos.

Na acústica da alma, ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada.

Se fechamos os olhos, podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar cuidadoso do cobertor.

Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o último abrir e fechar da geladeira.

Recordamos da criança que fomos e que ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tivemos pais cujo trabalho exigia muitos dias fora do lar, podemos sentir outra vez o coração aos atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada.

Será que lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai espetar o nosso rosto?

Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de aniversário, da ceia de Natal. Até das broncas após as nossas malandragens.

Igualmente lembramos dos carinhos à chegada de nosso boletim, a alegria após passar de ano. A comemoração em família pelas nossas vitórias: Fundamental, Ensino Médio, Vestibular, Faculdade.

E quando chegamos à adolescência? Quantos cuidados! Quem são os seus companheiros? Com quem você vai sair? Aonde vai?

Não fume. Não beba. Não exceda a velocidade. Respeite os sinais de trânsito.

É hora de chegar? Não falei para chegar antes da meia-noite?

Filho, respeite os mais velhos. Faça um carinho nos seus avós. Quando, afinal, vai se decidir a trabalhar?

Garoto, vou lhe cortar a mesada.

Olhando as rugas estampadas no rosto de nosso pai, somos tomados de carinho e nos curvamos diante dele. Quantos anos vividos no calor do lar paterno. Quantas lições!

Lições que hoje repassamos para os nossos próprios filhos e, sem nos darmos conta, vamos repetindo os mesmos gestos dele. Daquele que há sessenta, setenta anos renasceu e um dia se tornou nosso pai.

Olhamos nossos filhos e lembrando de como a generosidade de nosso pai, os seus cuidados nos fizeram bem ao caráter, nos esmeramos no atendimento aos nossos próprios rebentos.

Por tudo isso, outra vez, é que a nossa gratidão cresce no peito e explode em uma grande manifestação de afeto. E, como se nosso pai fosse uma criança pequena, abraçamos o velho e o embalamos em nossos braços, com a mesma canção de ninar que um dia ele embalou a nossa infância.

*   *   *

As mensagens repassadas às crianças calam profundamente em suas almas. Embora o tempo, a distância, as circunstâncias mais adversas, tudo o que as aninhou e animou nos anos infantis repercute pela vida afora.

Eis porque a infância tem um caráter de primordial importância ao ser humano. É nesse período de repouso para o Espírito, que se prepara para as lutas do mundo, que o ser se abastece de energias, vigor, valores reais que são, em verdade, as únicas heranças autênticas que os pais legam aos filhos.

 

Redação do Momento Espírita, a partir do texto Pai,
que circula pela Internet, sem menção a autor.
Disponível no CD Momento Espírita, v.19, ed. FEP.
Em 10.8.2019.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

 

 

METEMPSICOSE.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO XI

METEMPSICOSE.

 Quanto à comunhão de origem dos seres vivos no princípio inteligente não é a consagração da doutrina da metempsicose, porque são duas coisas que podem ter a mesma origem e não se assemelharem em nada mais tarde. Quem reconheceria a árvore, suas folhas, suas flores e seus frutos no germe informe que se contém na semente de onde saíram. No momento em que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período de humanidade, não tem mais relação com o seu estado primitivo e não é mais a alma dos animais, como a árvore não é a semente. No ser humano, somente existe do animal o corpo, as paixões que nascem da influencia do corpo e os instintos de conservação inerente à matéria não se pode dizer, portanto, que tal ser humano, é a encarnação do Espírito de tal animal, e. por conseguinte a metempsicose, tal como a entendem, não é exata.

O Espírito que animou o corpo de um ser humano jamais poderia encarnar-se num animal, porque isso seria retrogradar, e o Espírito não retrograda. O rio não remonta à nascente.  Por mais errônea que seja a ideia ligada à metempsicose, não seria ela o resultado do sentimento intuitivo das diferentes existências do ser humano.

Reconhecemos esse sentimento intuitivo nessa crença como em muitas outras; mas, como a maior parte dessas ideias intuitivas, o ser humano a desnaturou.

Comentário de Kardec: A metempsicose seria verdadeira se por ela se entendesse a progressão da alma de um estado inferior para um superior, realizando os desenvolvimentos que transformariam a sua natureza; mas é falso, no sentido de transmigração direta do animal para o ser humano e vice-versa, o que implicaria a ideia de uma retrogradação ou de fusão. Ora não podendo realizar-se essa fusão entre seres corporais de duas espécies temos nisso um indicio de que se encontram em graus não assimiláveis e que o mesmo deve acontecer com os Espíritos que os animam. Se o mesmo Espírito pudesse animá-los alternativamente, disso resultaria uma identidade de natureza que se traduziria na possibilidade de reprodução material. A reencarnação ensinada pelos Espíritos se funda, pelo contrário, sobre a marcha ascendente da natureza e sobre a progressão do ser humano na sua própria espécie, o que não diminui em nada a sua dignidade O que o rebaixa é o mau uso que faz das faculdades que Deus lhe deu para o seu adiantamento. Como quer que seja à antiguidade e a universalidade da doutrina da metempsicose e o número de seres humanos eminentes que a professaram provai que o principio da reencarnação tem suas raízes na própria natureza; esses são portanto argumentos antes a seu favor do que contrários.

O ponto de partida do Espírito é uma dessas questões que se ligam ao principio das coisas e estão nos segredos de Deus. Não é dado ao ser humano conhecê-los de maneira absoluta e ele só pode fazer, a seu respeito, meras suposições, construir sistemas mais ou menos prováveis. Os próprios Espíritos estão longe de tudo conhecer e sobre o que não conhecem podem ter também opiniões pessoais mais ou menos sensatas.

É assim que nem todos pensam da mesma maneira a respeito das relações existentes entre o ser humano e os animais. Segundo alguns, o Espírito não chega ao período humano senão depois de ter sido elaborado e individualizado nos diferentes graus dos seres inferiores da criação. Segundo outros, o Espírito do ser humano teria sempre pertencido à raça humana, sem passar pela fieira animal. O primeiro desses sistemas tem a vantagem de dar uma finalidade ao futuro dos animais que constituiriam assim, os primeiros anéis da cadeia dos seres pensantes; o segundo é mais conforme á dignidade do ser humano e pode resumir-se da maneira que segue.

As diferentes espécies de animais não procedem intelectualmente umas das outras, por via de progressão; assim, o Espírito da ostra não se torna sucessivamente do peixe, da ave, do quadrúpede e do quadrúmano; cada espécie é um tipo absoluto, física e moralmente, e cada um dos seus indivíduos tira da fonte universal a quantidade de princípio inteligente que lhe é necessária, segundo a perfeição dos seus órgãos e a tarefa que deve desempenhar nos fenômenos da Natureza, devolvendo-a a massa após a morte. Aqueles dos mundos mais adiantados que o nosso são igualmente constituídos de raças distintas, apropriadas ás necessidades desses mundos e ao grau de adiantamento dos seres humanos de que são auxiliares, mas não procedem absolutamente dos terrestres, espiritualmente falando. Com o ser humano já não se dá o mesmo.

Do ponto de vista físico, o ser humano constitui evidentemente um anel da cadeia dos seres vivos; mas do ponto de vista moral há solução de continuidade entre o ser humano e o animal. O ser humano possui, como sua particularidade, a alma ou Espírito, centelha divina que lhe dá o senso moral e um alcance intelectual que os animais não possuem; é o seu ser principal, preexistente e sobrevivente ao corpo, conservando a sua individualidade. Qual é a origem do Espírito? Onde está o seu ponto de partida? Forma-se ele do principio inteligente individualizado? Isso é um mistério que seria inútil procurar e penetrar e sobre o qual, como dissemos, só podemos construir sistemas.

O que é constante e ressalta ao mesmo tempo do raciocínio e da experiência é a sobrevivência do Espírito, a conservação de sua individualidade após a morte, sua faculdade de progredir, seu estado feliz ou infeliz, proporcional ao seu adiantamento na senda do bem, e todas as verdades morais que são a consequência desses principio. Quanto às relações misteriosas existentes entre o ser humano e os animais, isso, repetimos, está nos segredos de Deus, como muitas outras coisas cujo conhecimento atual nada importa para o nosso adiantamento e sobre as quais seria inútil nos determos.

 

Bibliografia: O Livro dos Espíritos.

DIVULGAÇÃO DO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

 

TÉCNICA DE CONTATO COM O MENTOR.

 


TÉCNICA DE CONTATO COM O MENTOR

Decidi descrever nesta oportunidade alguns procedimentos que qualquer pessoa pode fazer para entrar em contato com o seu mentor espiritual. Mas antes é preciso compreender o que é o nosso mentor, e qual a natureza de sua intervenção em nossa vida.

O mentor da pessoa é um espírito protetor que foi designado pela espiritualidade superior para cuidar de nós, guiar nosso caminho, nos orientar e transmitir ideias e sugestões a fim de completarmos, da melhor forma possível, a nossa missão na Terra. Qualquer pessoa pode ver e conversar com o seu mentor, no plano interior, desde que estejamos com uma intenção pura. Devemos recorrer ao nosso mentor sempre que nossos limites humanos chegaram a uma exaustão, e precisamos de uma orientação vinda do Alto.

É preciso compreender que o mentor jamais, em hipótese alguma, virá nos dizer o que devemos fazer, e tampouco nos retirar de uma provação que consideramos dura e severa. Por exemplo, se uma pessoa está passando por problemas materiais, como entraves financeiros, essa pessoa não deve, em hipótese alguma, buscar um diálogo com seu mentor para que ele a faça ganhar mais dinheiro. A pessoa deve isso sim, pedir uma compreensão sobre si mesma e uma orientação geral para conseguir enfrentar com coragem, resignação e fé as tribulações materiais de sua existência.

Pedir coisas materiais aos mentores é algo fútil, vazio e sem sentido. Ao invés de pedir que os mentores resolvam um problema para nós, devemos pedir que eles nos deem forças para atravessar as adversidades da vida. Portanto, ninguém deve recorrer ao mentor ou ao espírito guia para pedir coisas, ou para pedir que algo seja resolvido, mas sim para se obter um entendimento sobre certo tema, quando essa compreensão nos escapa. Não pergunte coisas do tipo: “Devo ficar com tal pessoal?” ou “Fulano me ama de verdade?” ou ainda “Quando vou conseguir vender minha casa?”. Tudo isso são perguntas fúteis e os mentores não devem ser invocados para suprir os caprichos dos seres humanos.

Não devemos também fazer perguntas muito teóricas e técnicas aos mentores, e tampouco perguntar apenas por curiosidade. Os mentores só devem ser chamados quando há uma necessidade real.

Também não devemos perguntar nada sobre nosso futuro. Até porque os mentores não vão responder esse tipo de pergunta.

O mentor vai responder de bom grado a todas as perguntas que ajudem de alguma forma em nosso desenvolvimento espiritual. Não pergunte nada que seja fútil, ou apenas por curiosidade, ou que seja apenas uma forma de testar o mentor a fim de verificar se ele existe mesmo ou não.

Para entrar em contato com o seu mentor e ter uma clareza maior de que realmente se trata de um espírito mais elevado, é necessário fazer a pergunta: “Sinto energias positivas originárias dessa presença espiritual?” Se você se sentir bem na presença do mentor, e sentir uma energia boa, de paz, amor e tranquilidade, então há toda possibilidade de ser um espírito que trabalha pela luz.

Tendo em vista todas essas recomendações, vamos descrever a técnica que deve ser realizada para o bom contato com o nosso mentor:

– Vá para um local onde não seja interrompida por ninguém e que seja silencioso.

– Faça uma oração, com fé em Deus, pedindo a presença de nosso guia, protetor ou mentor da luz, enviado por Deus, para nos dar algumas orientações sobre a nossa vida atual.

– Feche os olhos, sentado ou reclinado numa cadeira confortável, e visualize um lugar com natureza, onde você se sinta bem, tranquilo, livre e sem preocupações.

– Procure sentir esse local, observe tudo a sua volta, veja a natureza, o campo, as nuvens, sinta uma brisa, sinta seus pés no chão, e deixe-se envolver pela beleza, pela tranquilidade e pela liberdade que existe nesse local.

– Quando sentir que a sua mentalização atingiu um ponto mais alto de realismo, peça a Deus para falar com seu mentor da luz.

– Se a visualização der certo, você verá a presença do seu mentor chegando ou já postado a sua frente. Agradeça a sua presença.

– Primeiro ouça interiormente aquilo que ele deseja te passar. Esteja receptivo as mensagens que ele deseja transmitir. Ouvir e estar receptivo é muito mais importante do que falar e perguntar. Algumas vezes, o mentor pode já responder a sua pergunta antes mesmo de você perguntar, pois ele já conhece as suas necessidades, até mais do que você mesmo. Portanto, apenas esteja aberto a mensagem dele.

– O seu mentor pode falar pouco, ou mesmo nada, e pode optar em apenas transmitir energias de amor e paz a você. Se for esse o caso, deixe-se infundir por essas vibrações divinas e aproveite esse contato. Há uma transmissão que vai além das palavras e do entendimento humano, que transcende as normas intelectuais do nosso raciocínio. Aproveite essa transmissão sem palavras de pura energia.

– O mentor mesmo pode indicar o momento em que ele já falou ou fez tudo o que podia fazer. Pode também acontecer de você mesmo sentir que já está na hora de encerrar a experiência. Quando isso ocorrer, vá retornando ao seu corpo físico, a sua mente objetiva e vá movendo todo o corpo.

Guarde bem as orientações que seu mentor o transmitir. Essa mensagem deve ser fonte de reflexão em sua vida.

No caso de você não conseguir o contato com o mentor, encerre a experiência temporariamente, e tente novamente num outro dia. Não fique insistindo muito na técnica. Deixe fluir naturalmente, e se for da vontade de Deus, você será atendido.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

AS VESTES DA MENTURA.

 


AS VESTES DA MENTIRA

"Diz uma parábola judaica que certo dia a mentira e a verdade se encontraram.
A mentira disse para a verdade: 
- Bom dia, dona Verdade.

E a verdade foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a mentira:
- Bom dia, dona mentira. 
- Está muito calor hoje, disse a mentira.
E a verdade vendo que a mentira falava a verdade, relaxou. 
A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio. Despiu-se de suas vestes, pulou na água e disse:
-Venha dona Verdade, a água está uma delícia. 
E assim que a verdade sem duvidar da mentira tirou suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da verdade e foi embora.
A verdade por sua vez recusou-se a vestir-se com as vestes da mentira e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua. 
E aos olhos de outras pessoas era mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade nua e crua."

Moral da história: A verdade jamais se camufla; surge com força e externa-se com dignidade. Não tem alteração íntima, permanecendo a mesma em todas as épocas. Ninguém consegue ocultá-la, porque, semelhante à luz, irradia-se naturalmente. Nem sempre é aceita, por convidar à responsabilidade. Amiga do discernimento, é a pedra angular da consciência de si mesmo, fator ético-moral da conduta saudável.

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FIXAÇÃO MENTAL.

 


Fixação mental

 

Você já teve a sensação de que não fechou a porta, não desligou o ferro elétrico, não travou o carro, não apagou a luz?

Essas situações surgem, pondo em dúvida o que, há poucos minutos, tínhamos como uma certeza.

Se nós nos deixamos atormentar por tais ideias, elas passam a fazer parte do nosso cotidiano, transformando-se em neuroses que, em escala maior, causam-nos prejuízos. É a chamada ideia fixa, fixação mental ou monoide ia.

Nessa mesma linha de raciocínio, os sentimentos de ciúme, de inveja, o fanatismo político, religioso e esportivo, considerados os graus de intensidade, podem causar danos à nossa economia espiritual.

Causados por essas ideias fixas, surgem as ansiedades, os medos, as inseguranças, as mágoas guardadas, entre outros males.

Quando agasalhamos esses sentimentos em nossa intimidade, de maneira a nos deixar atormentar por eles, a tal ponto que se constituam em ideia fixa ou monoide ia, poderemos gerar desequilíbrios e perturbações de difícil remoção.

Se percebermos as insinuações dessas ideias negativas tentando instalação em nossas mentes, envidemos esforços para expulsá-las imediatamente.

Empreguemos a vontade firme, a iniciativa, a perseverança nos bons propósitos, a fé e a paciência, como verdadeiros antídotos para expulsar essas ideias perniciosas.

A transformação moral, a ação no bem, os nobres ideais do sentimento, da arte, da cultura, são medidas eficientes na prevenção de ideias indesejáveis.

Se, por vezes, nos encontramos enredados nas teias de circunstâncias perturbadoras, façamos uma análise dos pensamentos que alimentamos, pois neles estão a causa desses desequilíbrios.

Portanto, manter a mente e as mãos ocupadas no trabalho nobre são medidas profiláticas, que nos fortalecem espiritualmente, predispondo-nos à libertação definitiva dessas verdadeiras prisões mentais.

Busquemos arejar a nossa mente com o otimismo, com leituras edificantes, com fé em Deus, permitindo-nos ser felizes tanto quanto se pode ser feliz sobre a Terra.

Jesus asseverou que onde estiver nosso tesouro, aí estará nosso coração.

Que a esperança seja o nosso grande tesouro e que nosso coração possa estar sempre balsamizado por suas luzes, iluminando-nos a alma e ajudando-nos a libertar-nos, em definitivo, das prisões mentais que tanto nos infelicitam.

*   *   *

Nos momentos em que nos permitimos fixações mentais desajustadas, Espíritos infelizes podem sugerir-nos ideias maléficas, aumentando nosso desequilíbrio.

Nessas situações, podem incitar-nos o orgulho, a sede de vingança, o ciúme, as fobias, entre outros males.

Não foi outro o motivo pelo qual Jesus recomendou vigilância e oração.

A vigilância sobre os pensamentos que emitimos, a fim de que possamos controlá-los, não nos permitindo cair nas sugestões infelizes de Espíritos atormentados.

E a oração, na busca de inspirações nobres vindas do Alto.

 

Redação do Momento Espírita com base no artigo Fixação mental, de Orson Peter Carrara, da Revista Reformador, de setembro de 1996, ed. Feb.

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