O que se deve entender por lei
natural?
— A natural é a lei de Deus; é a única
necessária à felicidade do homem; ela lhe indica o que ele deve fazer ou não
fazer e ele só se torna infeliz porque dela se afasta.
A lei de Deus é eterna?
— É eterna e imutável, como o próprio
Deus(1).
Deus teria prescrito aos
homens, numa época, aquilo que lhes proibiria em outra?
– Deus não se engana; os homens é que são
obrigados a modificar as suas leis que são imperfeitas; mas as leis de
Deus são perfeitas. A harmonia que regula o universo material e o universo
moral se funda nas leis que Deus estabeleceu por toda a eternidade.
0 que aleis divinas abrangem? Referem a
algo mais do que a conduta
moral?
— Todas as leis da Natureza são leis divinas,
pois Deus é o autor de todas as coisas. O sábio estuda as leis da matéria;
o homem de bem, as da alma, e as segue.
a) É dado ao homem aprofundar umas e outras?
– Sim mas uma só existência não lhe é
suficiente para isso.
Comentário de Kardec: Que são de
fato, alguns anos para se adquirir tudo o que constitui o ser perfeito embora
não consideremos mais do que a distância que separa o selvagem do homem
civilizado? A mais longa existência possível e insuficiente e com mais forte
razão quando ela é abreviada, como acontece com um grande numero.
Entre as leis divinas, umas regulam o
movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas; seu estudo
pertence ao domínio da Ciência.
As outras concernem especialmente ao
homem e às suas relações com Deus e com os seus semelhantes. Compreendem as
regras da vida do corpo e as da vida da alma: são as leis morais.
As leis divinas são as mesmas
para todos os mundos?
– A razão nos diz que elas devem ser
apropriadas à natureza de cada mundo e proporcionais ao grau de
adiantamento dos seres que os habitam.
(1) Por este princípio: “a lei natural é
a lei de Deus, eterna e imutável como Ele mesmo”, certos teólogos católicos e
protestantes acusam o Espiritismo de doutrina panteísta. O mesmo fizeram com
Espinosa, para quem Deus, a substância única é a própria Natureza, mas não no
seu aspecto material, e sim nas suas leis. Espinosa respondeu: “Afirmo-o com
Paulo, e talvez com todos os antigos hebreus.” (Carta LXXIII, explicando a
proposição XV da “Ética”: “Tudo o que existe em Deus, e nada pode existir nem
ser concebido sem Deus”). Embora exista funda divergência entre a concepção
espinosiana e a espírita de Deus, ambas concordam ao negar o antropomorfismo
católico e protestante, ao reafirmar o princípio Paulino acima citado e ao
estabelecer a identidade de origem e natureza divina para todas as leis do
Universo. Por outro lado, assim como Espinosa não confundia a natureza material
(Natura naturata) com Deus, mas apenas a natureza inteligente (natura naturans)
, assim também o Espiritismo não faz semelhante confusão, estabelecendo ainda
que as leis de Deus são uma coisa e Deus mesmo é outra. Veja-se o capítulo
primeiro do livro primeiro, sobre Deus. Não há possibilidades de confusão entre
Espinosa e Panteísmo, a menos que se admita como panteísta a doutrina da
imanência de Deus, por força mesmo de sua transcendência; e nesse caso, católicos e
protestantes também seriam panteístas. As revoluções atuais no campo da
Teologia, particularmente o movimento da Teologia Radical, mostram mais
uma vez o acerto da concepção espírita de Deus.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GEULIO
PACHECO QUADRADO.
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