Laços de família
A convivência familiar nem sempre é harmônica.
Frequentemente,
tem-se mais espontaneidade e prazer no relacionamento com amigos do que com
irmãos.
Causam
perplexidade as dificuldades de relações entre pessoas que foram criadas juntas
e tiveram experiências similares em seus primeiros anos.
Elas
aprenderam com os pais valores e lições semelhantes, mas apresentam grandes
diferenças em seus gostos e tendências.
Alguns
irmãos, tão logo atingem a idade adulta, deliberadamente se afastam dos demais.
Outros,
mesmo permanecendo em contato, estão em constantes atritos.
A
razão dessa dificuldade de relacionamento é explicada pelo Espiritismo.
Ele
esclarece que existem duas espécies de família, a material e a espiritual.
A
família material é estabelecida pelos laços sanguíneos.
A
família espiritual decorre exclusivamente de afinidade e de comunhão de ideias
e valores.
O
parentesco corporal é estabelecido a partir da necessidade de aprendizado e de
refazimento de erros do passado.
A
parentela corporal pode ou não ser composta de Espíritos afins, ditos parentes
espirituais.
A
parentela espiritual é facilmente identificável.
São
as pessoas que se buscam e têm prazer na companhia umas das outras.
Elas
têm valores em comum e seu relacionamento é tranquilo e prazeroso.
Se
dois irmãos carnais têm genuína afinidade, eles sempre são grandes amigos.
As
dificuldades surgem quando a vida reúne antigos desafetos no mesmo lar.
A
convivência entre seres radicalmente diferentes e com uma certa dose de
antipatia costuma ser explosiva.
Entretanto,
a Sabedoria Divina jamais se equivoca.
Se
ela providenciou essa reunião, é porque se trata de providência imprescindível
à conquista da harmonia.
A
Lei Divina estabelece o amor e a fraternidade entre os seres.
Quando
alguns Espíritos não aprendem suas lições com facilidade, a vida providencia os
meios necessários para que o aprendizado ocorra.
Por
exemplo, dois cônjuges que se traem e infelicitam.
Eles
podem aprender a lição de que a lealdade é um tesouro.
Também
podem, a partir da ciência de sua própria fragilidade moral, ter compaixão do
erro do outro.
Mas
muitos que traem e vilipendiam se permitem odiar quem com eles faz o mesmo.
Esses
por vezes renascem como irmãos, para que aprendam a se amar fraternalmente.
Embora
esse convívio não seja fácil, ele corresponde a uma real necessidade
espiritual.
Em
inúmeros outros contextos, a Providência Divina reúne no mesmo lar Espíritos
que se permitiram equívocos uns contra os outros.
A
família é um poderoso instrumento para eliminar rancores seculares e viabilizar
a transformação moral das criaturas.
Ciente
dessa realidade, valorizemos a nossa família!
Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 5.3.2014.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM
GETULIO PACHECO QUADRADO.
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