domingo, 3 de novembro de 2024

CAPÍTULO XXI. FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS. PRODÍGIOS DOS FALSOS PROFETAS.

 


 

CAPÍTULO XXI. FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS.

PRODÍGIOS DOS FALSOS PROFETAS.

Está escrito no nosso Evangelho Segundo o Espiritismo, que “levantar-se-ao falsos Cristos e falsos profetas, que farão grandes prodígios e sinais espantosos, ao ponto de seduzir os próprios escolhidos”. Pois é, ali explica que essas palavras dão o verdadeiro sentido da palavra prodígio. Na acepção teológica, os prodígios e os milagres são fenômenos excepcionais, que escapam às leis da natureza. Sendo elas exclusivamente obra de Deus, não havendo dúvida que podem ser derrogadas por Ele, quando lhe aprouver. Porém o simples bom-senso nos diz que Ele não pode haver conferido a seres inferiores e perversos, um poder igual ao seu, e menos ainda o direito de desfazerem o que Ele fez. Jesus jamais podia consagrar esse princípio. Se acreditássemos, portanto, segundo o sentido que se atribui àquelas palavras, que o Espírito do mal teria o poder de fazer tais prodígios, onde até mesmo os escolhidos seriam enganados. E disso resultaria que, podendo ele fazer o mesmo que Deus faz os prodígios e os milagres, eles não seriam privilégios exclusivos dos enviados de Deus. Diante disso nada se distinguiria os milagres dos santos dos milagres dos demônios. Sendo assim, é, pois necessário buscarmos um sentido mais racional para aquelas palavras.

Aos olhos do povo todo fenômeno cuja causa é desconhecida, acaba passando por sobrenatural, maravilhoso e miraculoso. Porém uma vez conhecida a causa, reconhece-se que o fenômeno por mais extraordinário que pareça, não é mais do que a aplicação de uma determinada lei da natureza. É assim que a área dos fatos sobrenaturais se restringe, à medida que se amplia a das leis científicas. Desde todos os tempos, certos homens exploram em proveito de sua ambição, e de seus interesses e de seu desejo de dominação, certos conhecimentos que possuem, para conseguirem o prestígio de um poder supostamente sobre humano ou de uma pretensa missão divina.

São esses os falsos cristos e os falsos profetas. A difusão dos conhecimentos vem desacreditá-los, de maneira que o seu número diminui, à medida que os homens se esclarecem. O fato de operarem aquilo que, aos olhos de algumas pessoas, parece prodígio não é, portanto, nenhum sinal de missão divina. Esses prodígios podem resultar de conhecimentos que qualquer um pode adquirir, ou de faculdades orgânicas especiais, que tanto o mais indigno como o mais digno podem possuir. O verdadeiro profeta se reconhece por características mais sérias, exclusivamente de ordem moral.

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

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