CONVULSIVOS.
Os Espíritos desempenham algum papel
nos fenômenos que se produzem entre os indivíduos chamados convulsionários?
— Sim, e muito grande, como também o
magnetismo, que é a sua primeira fonte. Mas o charlatanismo tem frequentemente
explorado e exagerado os seus efeitos, o que o pôs em ridículo.
De que natureza são, em geral,
os Espíritos que concorrem a essas espécies de fenômeno?
— Pouco elevados; acreditais que Espíritos
superiores perdessem tempo com tais coisas?
Como o estado anormal dos
convulsionários e dos nervosos pode estender-se subitamente a toda uma
população?
— Efeito simpático. As disposições morais se
comunicam mais facilmente em certos casos; não sois tão alheios aos
efeitos magnéticos para não compreender esse fato e a parte que alguns
Espíritos devem nele tomar, por simpatia pelos que os provocam(1).
Comentário de Kardec: Entre as
faculdades estranhas que se notam nos convulsionários reconhecemos facilmente
algumas de que o sonambulismo e o magnetismo oferecem numerosos exemplos: tais
são, entre outras, a insensibilidade física, a leitura do pensamento a
transmissão simpática de dores etc. Não se pode duvidar que esses indivíduos em
crise estejam numa espécie de estado sonambúlico desperto, provocado pela
influência que exercem uns sobre os outros. Eles são, ao mesmo tempo,
magnetizadores e magnetizados, sem o saber.
Qual a causa da insensibilidade
física que se verifica, seja entre certos convulsionários, seja entre outros
indivíduos submetidos às torturas mais atrozes?
— Entre alguns, é um efeito exclusivamente
magnético, que age sobre sistema nervoso da mesma maneira que certas
substâncias. Entre outros a exaltação do pensamento embota a
sensibilidade, pelo que a vida parece haver-se retirado do corpo e se
transportado ao Espírito. Não sabeis que quando o Espírito está fortemente
preocupado com uma coisa, o corpo não sente, não ouve e não vê?
Comentário de Kardec: A
exaltação fanática e o entusiasmo oferecem muitas vezes, nos casos de suplício
o exemplo de uma calma e de um sangue frio que não poderiam triunfar de uma dor
aguda, se não se admitisse que a sensibilidade foi neutralizada por uma espécie
de efeito anestésico. Sabe-se que, no calor do combate, frequentemente não se
percebe um ferimento grave, enquanto nas circunstâncias ordinárias uma
arranhadura provoca tremores.
Desde que esses fenômenos dependem de
uma causa física e da ação de certos Espíritos, podemos perguntar como. em
alguns casos, a autoridade os pode fazer cessar. A razão é simples. A ação dos
Espíritos é secundária; eles nada mais fazem do que aproveitar uma disposição
natural. A autoridade não pode suprimir essa disposição, mas a causa que a
entretinha e exaltava; de ativa, ela o torna latente e com razão para agir
assim, porque o fato resultava em abuso e escândalo. Sabe-se, aliás, que essa
intervenção é impotente, quando a ação dos Espíritos é direta e espontânea.
(1) Esta resposta dos
Espíritos lembra a Kardec os estudos magnéticos a que se dedicara longamente,
antes do Espiritismo, e que lhe serviram, como se vê, de preparação para o
desempenho de sua missão de pesquisador e codificador. (N. do T.)
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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