A mulher perfeita
Conta-se que um mestre, chamado Nasrudin,
conversava com um amigo, que lhe fez a seguinte pergunta: E então,
mestre, nunca pensaste em casamento?
Já pensei, respondeu
Nasrudin. Em minha juventude, resolvi conhecer a mulher perfeita.
Atravessei o deserto, cheguei a Damasco e conheci uma mulher espiritualizada e
linda. Mas ela não sabia nada das coisas do mundo.
Continuei a viagem e fui à cidade de
Isfahan. Lá encontrei uma mulher que conhecia o reino da matéria e do Espírito,
mas não era bonita.
Então, resolvi ir até o Cairo, onde
jantei na casa de uma moça bonita, religiosa e conhecedora da realidade
material.
Intrigado, o amigo indagou:
E por que não casaste com ela?
Ah! Meu companheiro! Suspirou
Nasrudin. Infelizmente ela também procurava um homem perfeito.
* * *
O ensinamento do sábio aplica-se perfeitamente aos dias de hoje.
É comum ouvirmos as exigências das pessoas, no que diz respeito à
amizade, ao namoro e casamento.
Os jovens e as jovens trazem em suas mentes sonhadoras a idealização de
como deverá ser aquele, ou aquela, que conquistará seu coração.
Ingenuamente, procuramos a perfeição no outro, desde que não podemos
encontrá-la em nós mesmos.
Não há mal, de forma alguma, em ser exigente na escolha de nossas
amizades ou de um futuro esposo ou esposa. Isso é saudável, desde que não
cheguemos ao exagero, é claro.
O problema está em sempre querer que o outro seja especial, que tenha
diversas virtudes, esquecendo de que ele, ou ela, também tem suas exigências,
suas idealizações.
Assim, poderíamos questionar: Será que eu
tenho essas características, essas virtudes que procuro no outro? Será que ele
não tem uma lista de exigências como a minha? Eu preencho os meus próprios
requisitos?
Exemplificando: sonhamos com alguém que seja companheiro, que seja
sincero, e em quem possamos confiar.
Agora, já paramos para analisar se estamos dispostos a ser assim para
com o outro? Se a virtude da sinceridade está em nosso coração, ou se somos
dignos de inspirar confiança?
Vejamos como a racionalidade nos ajuda a entender melhor as coisas da
vida. Ela nos ensina a perceber que, antes de exigir qualquer virtude dos
outros, é preciso verificar se nós a temos.
Assim, é importante o esforço para nos melhorarmos, para agradar os
outros, buscando a perfeição em nós primeiramente.
Ainda estamos longe da sublimidade, é certo, mas é preciso caminhar rumo
a ela todos os dias.
* * *
É belo sonhar. É necessário almejar a felicidade. Mas, enquanto
procuramos por ela apenas no quintal vizinho, continuaremos a viver decepções e
frustrações em nossos dias.
Vamos habituar nossa mente a pensar em como poderemos fazer felizes
aqueles que estão à nossa volta, ao invés de apenas exigir atitudes e
sentimentos dos outros.
É belo sonhar. É necessário almejar a felicidade.
Mas atentemos sempre para o fato de que, para sermos felizes em nosso
lar, precisamos levar a felicidade ao quintal de alguém.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
A mulher perfeita, do livro Histórias para pais, filhos
e netos, de Paulo Coelho, ed. Globo.
Em 20.8.2019.
MENSAGEM
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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