Conta Carlos Baccelli:
Um casal aproximou-se ao Chico, o pai sustentando
uma criança de ano e meio nos braços, acompanhando por distinto medico espírita
de Uberaba.
A mãe permaneceu a meia distância, em mutismo
total, embora com alguma aflição no semblante.
O médic
o, adiantando-se, explicou o caso ao Chico:
a criança, desde que nasceu, sofre sucessivas convulsões, tendo que ficar sob o
controle de medicamento, permanecendo dormindo a maior parte do tempo, em
consequência, mal consegue engatinhar e não fala.
Após dialogarem durante alguns minutos. O Chico
perguntou ao nosso confrade a que diagnostico havia chegado.
- Para mim, trata-se de um caso de
autismo –
respondeu ele.
O Chico disse que o diagnostico lhe parecia
bastante acertado, mas que convinha diminuir o anticonvulsivos mesmo que tal
medida, a principio, intensificasse os ataques. Explicou, detalhadamente, as
contra indicações do medicamento no organismo infantil. Recomendou passes.
- Vamos orar- concluiu.
O casal saiu visivelmente mais confortado, mas,
segurando o braço do médico nosso confrade. Chico Explicou a todos que estávamos
ali mais próximos:
- “o autismo”, é um caso muito sério,
podendo ser considerado uma verdadeira calamidade. Tanto envolve crianças
quanto adultos... Os médiuns também, por vezes,
principalmente os solteiros sofrem desse mal, pois que vivem sintonizados com o
mundo espiritual, desinteressando-se da Terra. É preciso que alguma coisa
nos prenda no mundo, porque, senão, perdemos a vontade de permanecer no
corpo...”.
E Chico exemplificou com ele mesmo:
-Vejam bem: o que é que me interessa na Terra? A
não ser a tarefa mediúnica, nada mais. Dinheiro, eu só quero o necessário para
sobreviver casa, eu não tenho o que fazer com mais de uma... Então, eu procuro
me interessar pelos meus gatos e meus cachorros. Quando um adoece ou morre, eu
choro muito, porque se eu não me ligar em alguma coisa eu deixo vocês...
Ele ainda considerou que, muitos casos de suicídios
têm as suas raízes no “autismo”, porque a pessoa vai perdendo o interesse pela
vida. Inconscientemente deseja retornar à Pátria Espiritual, e para se libertar
do corpo, que considera uma verdadeira prisão, força as portas de saída...
E o Chico falou ao médico:
- È preciso que os pais dessa criança
conversem muito com ela, principalmente a mãe. È necessário chamar o espírito
para o corpo. Se não agirmos assim, muitos espíritos não permanecerão na carne,
porque a reencarnação para eles é muito dolorosa.
Evidentemente que não conseguimos registrar tudo,
mas a essência do assunto é o que está exposto aqui.
E ficamos a meditar na complexidade dos problemas
humanos e na sabedoria de Chico Xavier.
Quando ele falava de si, ilustrando a questão do
“autismo”, sentimo-lo como um pássaro de luz encarcerado numa gaiola de ferro,
renunciando à paz da grande floresta para entoar canções de imortalidade aos
que caíram, invigilantes, no visgo do orgulho ou no alçapão da perturbação.
Nesta noite, sem dúvida, compreendemos melhor Chico
Xavier e o admiramos ainda mais.
De fato, pensando bem, o que é que pode interessar
na Terra, a não ser o trabalho missionário em nome do Senhor, ao Espírito que
já não pertence mais à sua faixa evolutiva?
O espírito daquela criança sacudia o corpo que
convulsionava, na ânsia de libertar-se...
Sem dúvida, era preciso convencer o Espírito a
ficar. Tentar dizer-lhe que a Terra não é cruel assim... Que precisamos
trabalhar pela melhoria do homem.
OBSERVAÇÃO DE DIVALDO FRANCO: Precisamos considerar que “somos
herdeiros dos próprios atos”. Em cada encarnação adicionamos
conquistas ou prejuízos a nossa contabilidade evolutiva e, em determinados
momentos, ao contrairmos débitos mais sérios, reencarnamos para ressarci-los
sob a injunção dolorosa de fenômenos expiatórios, tais os estados esquizoides e
suas manifestações várias. Dentre eles, um dos mais cruéis é o AUTISMO. No
fenômeno do autismo estamos diante de um ex-suicida a qual,
desejando fugir à responsabilidade dos delitos cometidos, envereda pela porta
falsa da autodestruição. Posteriormente, reencarna com o drama na consciência
por não ter conseguido libertar-se deles. São, também, os criminosos
não justiçados pelas leis humanas ou Espíritos que dissimularam
muito bem suas tragédias. Assim, retornam à Terra escondendo-se da
consciência nas várias patologias dos fenômenos esquizofrênicos. Os pais devem
esperar a criança dormir e conversar com ela. Pois a conversa é captada pelo
inconsciente (Espírito). Fale devagar, pausadamente: Estamos contentes por você
estar entre nós; Você tem muito que fazer na Terra; você vai ser feliz nesta
vida; Nós te amamos muito; etc.
GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC.
MENSAGEM COMPARTILHADA PELO MÉDIUM
GETULIO PACHECO QUADRADO.
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