Como deve ser o envolvimento dos avós na educação
dos netos?
“Aprenda, no exercício do respeito a seus filhos, a não conduzir seus
netos pela rota das suas concepções, sem que os pais concordem com elas. Por
mais que admita que a sua posição é correta, a sua vez de ser pai ou mãe e de
imprimir a sua orientação já passou.” Thereza de Brito (autora
espiritual), da obra "Vereda Familiar" (peça em nossa livraria) , pela psicografia de Raul
Teixeira [4].
Prezados
avôs e avós,
Não nos melindremos com a afirmação acima! Nosso orgulho e vaidade
precisam ser combatidos e a Humildade - virtude que, com o avançar de nossa
idade terrena e espiritual, já deveria ter sido conquistada por nós - deve nos
conduzir, neste atual momento de nossas existências.
Allan
Kardec, na questão 208 de “O Livro dos Espíritos” [1], afirma que todo pai e toda mãe
têm por missão a tarefa de criar e educar seus filhos. Salvo em situações de
quebra da estrutura familiar - por ausência dos genitores em decorrência de
morte, encarceramento, abandono, penúria, doenças incapacitantes e outras
questões similares - é que avós, tios e demais familiares - ou,
ainda, o Estado, por intermédio dos tutores que designar - devem assumir a
educação da criança que aporta na família e na sociedade.
Segundo a Lei Divina, o pai ou a mãe que delega a terceiros a
responsabilidade pelos cuidados permanentes devidos a um filho é considerado
desertor de sua tarefa e, como tal, sofrerá as consequências espirituais
correspondentes. Santo Agostinho, na obra “O Evangelho Segundo
Espiritismo” [2], no item 9 do Cap. XIV -, ressalta que Deus perguntará
a cada um: “Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa vossa
ele se conservou atrasado, tereis como castigo, vê-lo entre espíritos sofredores,
quando de vós dependia que fosse ditoso."
Não podemos ser pais e avós alienados ou acomodados. Caso convivamos com situação semelhante em nosso contexto
familiar, cumpramos nosso dever: chamemos efetivamente à responsabilidade nosso
ente amado, quantas vezes forem necessárias; falemos incansavelmente sobre a
importância da evangelização na vida de todo Espírito, seja na idade que for, e
sobre a necessidade da presença de Jesus no lar.
Tenhamos
sempre em mente que somos pais dos pais de nossos netos! Nosso tempo de semeadura passou. Se ontem semeamos em terrenos férteis,
temos, hoje, a felicidade de ver nossos filhos tomando a charrua e saindo a
semear sementes de boa qualidade, em novos terrenos. Se, no entanto, nos
deparamos com terras pouco produtivas ou improdutivas, não nos desesperemos,
porque Deus é o Grande Pai de todos nós. Confiemos!
É compreensível que devotemos um amor “especial” a estes seres que
preenchem nossos corações e horas de alegria e que nos sintamos revigorados e
felizes por estarmos com eles a todo tempo. Mas nós não podemos tomar sobre
nossos ombros deveres que não são nossos!
Na
obra “Constelação Familiar” [3],
Joanna de Ângelis ressalta que a contribuição dos avós “não deve ir além da
condição de cooperadores quando solicitados de apoio e de carinho (...)
eximindo-se a grave postura de acobertar erros dos netos, de agir
equivocadamente em relação a eles, acreditando que a orientação dos genitores
está incorreta...”. Não abafemos psicologicamente nossos filhos, noras ou genros,
criando-lhes obstáculos ao exercício parental que lhes cabe realizar. Eles
também aprenderão, a seu turno, errando e acertando, assim como aconteceu
conosco.
Thereza de Brito, em “Vereda Familiar” [4],
alerta-nos que “o desenvolvimento de uma personalidade sadia
se faz a partir de modelos referenciais. Expor a criança ou o
adolescente a duas referências antagônicas é prejudicial a esse
desenvolvimento. Guiada pelo princípio do prazer, ela poderá se
inclinar para o modelo que lhe faça menos exigências morais.”
Não
criemos, pois, conflitos de autoridade! Embora seja
hábito comum, é um grande equívoco querermos educar nossos netos usando moldes
“do nosso tempo”. Com a aceleração científica e tecnológica, hábitos e costumes
também sofreram mudanças, para pior e para melhor. Nossos filhos, noras ou
genros não são obrigados a acatar tudo o que dizemos e têm sim o direito de
discordarem de uma série de coisas que fazíamos ou que eram consideradas
adequadas “antigamente”. Contudo, não lhes devemos permitir a zombaria e a
crítica mordaz em relação a nós, porque, queiram ou não, devem-nos respeito.
Se quisermos desfrutar do convívio salutar com quem muito amamos,
devemos acolher a nova família que se constituiu a partir de nós, abstendo-nos
de intromissões em assuntos que não nos competem.
Controlemos nossos ímpetos e sejamos serenos em tudo. Que Jesus nos
abençoe!
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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