CAPITULO X. BEM
AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS: O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO.
No capítulo VII, Vers. 3,4, e 5, o nosso irmão Mateus
pergunta: “Por que vemos um argueiro no olho do nosso irmão, onde temos uma
trave no nosso”? Ou como costumamos dizer, deixe-nos tirar um argueiro (cisco)
do vosso olho, se nós temos uma trave no nosso? Pois é, com tudo isto ele nos
adverte para que tiremos primeiro a trave do nosso olho, para depois querer
tirar o argueiro dos outros.
E isto vem a ser uma grande verdade, a humanidade sempre
enxerga os defeitos dos outros sem enxergar os seus. Para julgarmos os outros
teríamos que trocar de lugar com aquele que enxerga os defeitos, e perguntarmos
a nós o que faríamos no lugar deles, se alguém estivesse nos julgando como procederíamos?
É impressionante o que o orgulho faz com uma pessoa que não consegue enxergar
os seus defeitos, tanto moral como físico, aonde isto vem a ser contrário a
caridade, porque a caridade orgulhosa vem a ser um contra senso. Somos
obrigados a perguntar de novo, como pode uma criatura orgulhosa que age desta
maneira chamar a atenção de outra pessoa, se ela se presta a fazer coisas desta
maneira? O orgulho vem a ser o pai de muitos vícios e a negação de muitas
virtudes, por isso nosso Mestre Jesus sempre condenou esta atitude por ser
contraria ao progresso.
Devemos nos lembrar: Se admitirmos que somos orgulhosos ou
tiver o defeito acima, e nada fizermos para sair desta, pecamos duas vezes,
porque sabemos estar errados e continuamos a fazer.
Jesus foi claro: “Não julgueis, a fim de que não sejais
julgados. Aquele que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra”. Já no
capítulo VII, Vers. 1 e 2, São Mateus comenta sobre estes últimos palavreados
de Jesus, querendo dizer, que seremos julgados segundo tivermos julgados os
outros, e com a mesma medida da qual nos servimos para com eles.
Já no capítulo VIII, vers. de 3 a 11, São João dá-nos como
exemplo, aquela situação em que os Escribas flagraram uma mulher adultera e a colocaram
no meio do povo, dizendo a Jesus:
” Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em
adultério: ora Moises ordena na lei para lapidar as adulteras”. Eles
perguntaram a Jesus isto com o intuito de ter alguma coisa para acusá-lo, mas
Jesus com a cabeça baixa escrevia com o dedo na terra, e como continuaram a
interrogá-lo, Ele se ergueu e falou:” Aquele que dentre vós que estiver sem
pecado que lhe atire a primeira pedra”. Com isso um a um foram se retirando, e
assim Jesus acabou ficando somente com a mulher que estava no meio da praça, e
então Jesus se levantou e disse: “Onde estão os vossos acusadores? Ninguém vos
condenou”? Ela acabou lhe respondendo que não, e Jesus lhe disse: “Eu também
não vos condenarei, ide, e no futuro não pequeis mais.”
Com todos estes exemplos, e das palavras de Jesus proferidas
aos Escribas, nos faz lembrar da tolerância como um dever, onde ela nos ensina
que não devemos julgar os outros mais severamente do que julgaríamos a nós
mesmos, e nem condenarmos os outros o que desculpamos em nós. Devemos antes de
censurarmos os outros, verificar se a mesma reprovação não poderia recair sobre
nós.
A censura lançada sobre os outros tem seus motivos, como reprimir
o mal ou desacreditar a pessoa pela qual se criticam os atos, sendo este último
motivo não ter desculpas porque, vem a ser uma maledicência e de maldade.
Bibliografia:
O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Mensagem
escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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