Por que
Sofremos?
O sofrimento
acompanha o homem desde a sua origem, em um passado muito distante. No início,
quando a luta pela sobrevivência era a única preocupação humana, destacavam-se
os padecimentos físicos de todas as ordens. Na medida em que a mente foi se
desenvolvendo, surgiram também as aflições do ser, pautadas pelos problemas
existenciais e as angústias morais, resultantes de nosso livre-arbítrio.
Certamente alguém
já se perguntou: Por que sofro tanto?
Outras pessoas vão
mais além e questionam: Por que Deus, sendo soberanamente justo e bom, permite
que a sua criação sofra?
Em verdade, ninguém
tem o destino do sofrimento, somos criados simples e ignorantes para que
possamos evoluir através de nosso próprio esforço. A dificuldade é um reflexo
de nossa conduta moral, do caráter e, sobretudo, de nossas ações praticadas em
outrora. É a aplicação da lei de causas e efeitos.
Allan Kardec em “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” explica que a origem da nossa dor, parte de
duas fontes distintas: as que são geradas na vida presente e as que têm origem
em existências pretéritas.
Para conhecer a
causa do sofrimento originado nesta reencarnação, basta consultar a própria
consciência que a todo o momento nos fala. Na maioria das vezes, nossos
tormentos são reflexos de nossas decisões ou omissões, das atitudes egoístas,
do orgulho e da vaidade que ainda domina nosso íntimo. As doenças físicas que
sempre nos proporcionam momentos difíceis são ocasionadas pelos excessos e a
falta de cuidado para com a matéria. Como podemos analisar, ninguém mais é
responsável por nossos dissabores, a não ser nós mesmos.
Mas, os mais
numerosos males são aqueles que o ser humano cria para si mesmo, pelos seus
próprios vícios, aqueles que provêm de seu orgulho, de seu egoísmo, de sua
ambição, de sua cupidez, de seus excessos em todas as coisas.
(Allan Kardec – A
Gênese)
Mas em outras
situações, aparentemente não merecemos sofrer. Como explicar, por exemplo, os
inúmeros casos de deficiência congênita, as doenças incuráveis que aparecem em
tenra idade, os doentes mentais, as mortes ditas prematuras? Seria destino, ou
simplesmente má sorte?
Nestes casos, a
procedência do martírio está atribuída a existências passadas e tão somente
através da reencarnação, encontraremos respostas plausíveis para tais
circunstâncias. Se não consideramos a pluralidade das existências como ponto de
partida para essas questões, de fato não compreenderemos a origem de certas
dores. Todavia, se levarmos em conta que o espírito é uma individualidade,
passível de erros e com a possibilidade de retornar a vida física diversas
vezes, entenderemos porque um bebê pode nascer com deficiência física ou
mental, ou uma criança pode sofrer, sem ter tido tempo de gerar seu próprio
sofrimento na presente reencarnação.
Então devemos
interpretar o nosso sofrimento como uma espécie de punição?
De maneira alguma.
Sofremos para evoluir, mas isso também não quer dizer que o sofrimento é a
única condição para se chegar à perfeição. Ninguém em sã consciência busca o
sofrimento para si mesmo, no entanto, por ainda sermos imperfeitos, podemos
falhar, e Deus, em sua infinita bondade, concede-nos sempre uma nova
oportunidade, para que através de nosso esforço consigamos progredir. Devemos,
portanto, encarar o sofrimento como oportunidade de regeneração.
[…] a Dor corrige,
educa, aperfeiçoa, exalta, redime e glorifica o sentimento humano a cada
vibração que lhe extrai através do sofrimento.
(Léon Denis)
Como agir diante do
sofrimento?
Considerando nossas
aflições como mecanismo necessário para o progresso, devemos procurar manter o
bom ânimo, na certeza de que não há mal que seja eterno.
O Senhor transforma
o veneno de nossos erros em remédio salutar para o resgate de nossas culpas…
(Léon Denis – O
Problema do Ser, do Destino e da Dor)
Os momentos
difíceis, também são oportunidades de testemunhar a nossa fé. Deus não nos
abandona e tão pouco designa fardos pesados a ombros frágeis. Sofremos agora,
para desfrutarmos dias melhores no porvir.
“Bem aventurados os
aflitos, porque deles é o Reino dos Céus – Essas palavras podem, também, ser
traduzidas assim: deveis considerar-vos felizes por sofrer, porque as vossas
dores neste mundo são as dívidas de vossas faltas passadas, e essas dores,
suportadas pacientemente na Terra, vos poupam séculos de sofrimento na vida
futura.
(Allan Kardec – O
Evangelho Segundo o Espiritismo)
É indubitável que
todos nós já passamos por maus pedaços e ainda enfrentaremos dias difíceis,
pois habitamos um mundo de provas e
expiações, onde o sofrimento ainda predomina. Mas nos esforcemos para que os
dias áureos cheguem mais depressa.
A chave para a felicidade está em
nossas mãos.
“Bem-aventurados os
aflitos, porque deles é o Reino dos Céus” (Jesus)
Referências:
KARDEC, Allan. A
gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo. Tradução de Salvador
Gentile, revisão de Elias Barbosa. 8. Ed. Araras, SP: IDE, 1995. Cap. 3. P.
61-62.
KARDEC, Allan. O
evangelho segundo o espiritismo: com explicações das máximas morais do Cristo
em concordância com o espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias
da vida. Tradução de Guillon Ribeiro 3. Ed. Francesa, revista, corrigida e
modificada pelo autor em 1866. – 131. Ed. 1. Imp. (Edição Histórica) –
Brasília: FEB, 2013. Tradução de: L’Évangile selon le spiritisme.
DENIS, Léon. O
problema do ser, do destino e da dor. 18. Ed. Rio de Janeiro: Federação
Espírita Brasileira. Cap. 26. P. 380-381.
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MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO
QUADRADO
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