- NÃO HÁ MORTE
- CAMINHOS DE LUZ
- JOANNA DE ÂNGELIS
Depois que partiram do círculo carnal
aqueles a quem amas, tens a impressão de que a vida perdeu a sua finalidade.
As horas ficam vazias, enquanto uma
angústia que te dilacera e uma surda desesperação que te mina as energias se
fazem a constante dos teus momentos de demorada agonia.
Estiveram ao teu lado como bênçãos de
Deus, clareando o teu mundo de venturas com o lume da tua presença e não
pensaste, não te permitis-te acreditar na possibilidade de que eles te pudessem
preceder na viagem de retorno.
Cessados os primeiros instantes do
impacto que a realidade te impôs, recapitulas as horas de júbilo enquanto o
pranto verte incessante, sem confortar-te, como se as lágrimas carregassem
ácido que te requeima desde a fonte do sentimento à comporta dos olhos, não
diminuindo a ardência da saudade. . .
Antes da situação, o futuro se te
desdobra sombrio, ameaçador, e interrogas como será possível prosseguir sem
eles.
O teu coração pulsa destroçado e a
tua dor moral se transforma em punhalada física, a revolver a lâmina que te
macera em largo prazo.
Temes não suportar tão cruel
sentimento. Conseguirás porém superá-lo. Muito justas, sim, tuas saudades e
sofrimentos.
Não, porém, a ponto de levar-te ao
desequilíbrio, à morte da esperança, à revolta. . .
Os seres a quem amas e que morreram,
não se consumiram na voragem do aniquilamento. Eles sobreviveram.
A vida seria um engodo, se se
destruísse ante o sopro desagregador da morte que passa.
A vida se manifesta, se desenvolve em
infinitos matizes e incontáveis expressões. A forma se modifica e se estrutura,
se agrega e se decompõe passando de uma para outra expressão vibratória sem que
a energia que a vitaliza dependa das circunstâncias transitórias em que se
exterioriza.
Não estão portanto, mortos, no
sentido de destruídos, os que transitaram ao teu lado e se transferiram de
domicílio.
Prosseguem vivendo aqueles a quem
amas.
Aguarda um pouco, enquanto, orando, a
prece te luarize a alma e os envolvas no rumo por onde seguem.
Não te imponhas mentalmente com altas
doses de mágoas, com interrogações pressionantes, arrojando na direção deles os
petardos vigorosos da tua incontida aflição.
Esforça-te por encontrar a
resignação.
O amor vence, quando verdadeiro,
qualquer distância e é ponte entre abismos, encurtando caminhos.
Da mesma forma que anelas por volver
a senti-los, a falar-lhes, a ouvir-lhes, eles também o desejam.
Necessitam, porém, evoluir, quanto tu
próprio.
Se te prendes a eles demoradamente ou
os encarcera no egoísmo, desejando continuar uma etapa que hora se encerrou,
não os fruirás, porque estarão na retaguarda.
Libertando-os, eles prosseguirão
contigo, preparar-te-ão o reencontro, aguardar-te-ão...
Faze-te, a teu turno, digno deles, da
sua confiança, e unge-te de amor com que enriqueças outras vidas em memórias
deles, por afeição a eles.
Não penseis mais em termos de “adeus”
e, sim, em expressões de “até logo mais”.
Todos os homens na terra são chamados
a esse testemunho, o da temporária despedida. Considera, portanto, a imperiosa
necessidade de pensar nessa injunção e deixa que a reflexão sobre a morte faça
parte do teu programa de assuntos mentais, com que te armarás, desde já para o
retorno, ou para enfrentar em paz a partida dos teus amores. . .
Quanto àqueles que viste partir, de
quem sofres saudades infinitas e impreenchíveis vazios no sentimento,
entrega-os a Deus, confiando-os e confiando-te ao Pai, na certeza de que, se
souberes abrir a alma à esperança e a fé, conseguirás senti-los, ouvi-los,
deles haurindo a confortadora energia com que te fortalecerás até o instante da
união sem dor, sem sombra, sem separação pelos caminhos do tempo sem fim, no
amanhã ditoso.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM
GETULIO PACHECO QUADRADO.
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