Pelos doentes
Prefácio: As doenças pertencem às
provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa
natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os
excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições
malsãs, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. Nos mundos mais
avançados, física e moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos
material, não está sujeito às mesmas enfermidades que o nosso, e o corpo não é
minado secretamente pela devastação das paixões. (Ver capítulo 3, item 9). É necessário, pois, que nos resignemos a sofrer
as consequências do meio em que nos situa a nossa inferioridade, até que nos
façamos dignos de uma transferência. Isso não deve impedir-nos de lutar para
melhorar a nossa situação atual. Mas, se apesar dos nossos esforços, não
pudermos fazê-lo, o Espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos
males passageiros.
Se Deus não quisesse que pudéssemos
curar ou aliviar os sofrimentos corporais, em certos casos, não teria colocado
meios curativos à nossa disposição. Sua solicitude previdente, a esse respeito,
confirmada pelo instinto de conservação, mostra que o nosso dever é procurá-los
e aplicá-los.
Ao lado da medicação ordinária,
elaborada pela ciência, o magnetismo nos deu a conhecer o poder da ação
fluídica, e depois o Espiritismo veio revelar-nos outra espécie de força,
através da mediunidade curadora e da influência da prece.
(Veja a seguir, notícia sobre mediunidade curadora, item 81).
Prece (Para o doente pronunciar[1]): Senhor, vós sois todo justiça, e
se me enviaste a doença é porque a mereci, pois não fazeis sofrer sem motivo.
Coloco a minha cura, portanto, sob a vossa infinita misericórdia. Se for de
vosso agrado restabelecer-me a saúde, darei graças a vós; se, pelo contrário,
eu tive de continuar sofrendo, da mesma forma darei graças. Submeto-me sem
murmurar aos vossos decretos divinos, porque tudo o que fazeis só pode ter por
fim, o bem das vossas criaturas.
Fazei, ó meu Deus, que esta doença
seja para mim uma benéfica advertência, levando-me a examinar-me a mim mesmo.
Aceito-a como uma expiação do passado e como uma prova para a minha fé e a
minha submissão à vossa santa vontade. (Ver a prece do item 40).
Prece (Por um doente): Meu
Deus são impenetráveis os vossos desígnios, e na vossa sabedoria enviastes
a N... uma enfermidade. Voltai para ele, eu vos suplico um
olhar de compaixão, e dignai-vos por um termo aos seus sofrimentos!
Bons Espíritos, vós que sois os
ministros do Todo-Poderoso, secundai, eu vos peço, o meu desejo de aliviá-lo.
Dirigi o meu pensamento, a fim de que possa derramar-se sobre o seu corpo como
um bálsamo salutar, e sobre a sua alma como uma consolação.
Inspirai-lhe a paciência e a
submissão à vontade de Deus; e dai-lhe a força de suportar as suas dores com
resignação cristã, para não perder os resultados desta prova por que está
passando. (Ver a prece do item 57).
Prece (Para o médium curador[2]): Meu Deus se quiserdes vos servir
de mim, apesar de tão indigno, poderei curar este sofrimento, desde que seja
essa à vontade, porque tenho fé no vosso poder. Sem vós, porém, nada posso.
Permiti aos Bons Espíritos impregnar-me com o seu fluido salutar, a fim de que
o possa transmitir a este doente, e afaste de mim qualquer pensamento de
orgulho e de egoísmo, que lhes poderia alterar a pureza.
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