Nascimento e infância de Jesus
IDEIAS
PRINCIPAIS
·
Além das afirmações
de Jesus e da opinião dos apóstolos, há um testemunho cujo valor os crentes
mais ortodoxos não poderiam contestar, pois que o apontam constantemente como
artigo de fé: é o próprio Deus, isto é, o dos profetas falando por inspiração e
anunciando a vinda do Messias.
— Allan Kardec, Obras Póstumas. Primeira parte, item 9. Estudo
sobre a natureza do Cristo (Predição dos profetas, com relação a
Jesus, p.145).
·
E o anjo lhes
disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será
para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é
Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis, o menino envolto em
panos e deitado numa manjedoura. E no mesmo instante, apareceu com o anjo uma
multidão de exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas
alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens!” Lucas, 2.10-14.
·
E o menino crescia
e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre
ele. Lucas, 2.40.
1. Previsões sobre a vinda de Jesus
O estudo dos fatos
históricos, relacionados às previsões da vinda do Cristo, tem como base as
afirmações de Jesus e a opinião dos apóstolos. Há, porém, “[…] um testemunho
cujo valor os crentes mais ortodoxos não poderiam contestar, pois que o apontam
constantemente como artigo de fé: é o do próprio Deus, isto é, o dos profetas
falando por inspiração e anunciando a vinda do Messias”. (1)
No
Velho Testamento encontramos algumas profecias que anunciam o advento do
Cristo. Citaremos algumas.
·
Alegra-te muito, ó filha de Sião;
exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador,
pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta; […] e ele
anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e
desde o rio até às extremidades da terra. (Zacarias, 9.9,10)
·
Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei,
mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que
ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete. (Números, 24.17)
·
Portanto, o Senhor mesmo vos dará um
sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.
(Isaías, 7.14)
·
Porque um menino nos nasceu, um filho
se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz [v. Cognomes de Jesus]; para que se aumente o seu governo, e venha paz
sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o
firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do
Senhor dos Exércitos fará isto. (Isaías, 9.6,7)
Dele asseveraram os
profetas de Israel, muito tempo antes da manjedoura e do calvário: —
“levantar-se-á como arbusto verde, vivendo na ingratidão de um solo árido, onde
não haverá graça nem beleza. Carregado de opróbrios e desprezado dos homens,
todos lhe voltarão o rosto. Coberto de ignomínias, não merecerá consideração. É
que Ele carregará o fardo pesado de nossas culpas e de nossos sofrimentos,
tomando sobre si todas as nossas dores. Presumireis na sua figura um homem
vergando ao peso da cólera de Deus, mas serão os nossos pecados que o cobrirão
de chagas sanguinolentas e as sua feridas hão de ser a nossa redenção. Somos um
imenso rebanho desgarrado, mas, para nos reunir no caminho de Deus, Ele sofrerá
o peso das nossas iniquidades.” […] (10)
Confirmando as
profecias, Jesus nasceu na Terra, em um ambiente de lutas e conspirações. Viveu
na Palestina durante o reinado de Herodes Antipas (4 a.C. - 37 d.C.), — filho
de Herodes, o Grande, e de Maltace — , era também irmão de Arquelau, nomeado
tetrarca da Galileia e da Pereia, em 4 a.C. Depois que Arquelau foi deposto,
“[…] Antipas recebeu o título dinástico Herodes, que tinha grande significação
internamente e em Roma.” (2)
O
nascimento de Jesus está também previsto no Novo Testamento.
E, no sexto mês [de
gravidez de Isabel, mãe de João Batista e prima de Maria Santíssima], foi o
anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma
virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da
virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada;
o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se
muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe,
então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que
em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus.
Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o
trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino
não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço
varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a
virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que
de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. E eis que também Isabel, tua
prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que
era chamada estéril. Porque para Deus nada é impossível. Disse, então, Maria:
Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo
ausentou-se dela. (Lucas, 1.26-38)
Os textos evangélicos
informam que confirmada a gravidez de Maria, ela resolve fazer uma visita à sua
prima Isabel, que também estava grávida no segundo trimestre de gestação.
E, naqueles dias,
levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou
em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a
saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito
Santo, e exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e é
bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém isso a mim, que venha
visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz
da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. (Lucas, 1.39-44)
O nascimento de Jesus
A gestação de Maria
aproximava-se do final quando o Imperador César Augusto ordenou se realizasse o
recenseamento do povo judeu.
E aconteceu,
naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o
mundo se alistasse. (Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirênio,
governador da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E
subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi
chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com
Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles a!i, se
cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho
primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não
havia lugar para eles na estalagem. (Lucas, 2.1-7)
O momento do
nascimento de Jesus foi percebido por pastores que se encontravam nas
proximidades de Belém.
Ora, havia, naquela
mesma comarca, pastores que estavam no campo e guardavam durante as vigílias da
noite o seu rebanho. E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do
Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse:
Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para
todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo,
o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em panos e
deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão
dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas,
paz na terra, boa vontade para com os homens! E aconteceu que, ausentando-se
deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois,
até Belém e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber. E foram
apressadamente e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E,
vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita. (Lucas, 2.8-17)
Jesus nos fornece
inestimável lição quando escolhe a manjedoura como local do seu nascimento.
A manjedoura
assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a
humildade representa a chave de todas as virtudes. Começava a era definitiva da
maioridade da Humanidade terrestre, de vez que Jesus, com a sua exemplificação
divina, entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações. (8)
Os textos sagrados
nos relatam como ocorreu o nascimento de Jesus e as primeiras implicações daí
decorrentes.
E, tendo nascido
Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do
Oriente a Jerusalém, e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos
judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo. E o rei
Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e toda a Jerusalém, com ele. E,
congregados todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo,
perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. E eles lhe disseram: Em Belém da
Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de
modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que
há de apascentar o meu povo de Israel. (Mateus, 2.1-6)
A presença dos magos
em Jerusalém, à procura do Messias aguardado, provocou temor ao rei Herodes,
supondo que poderia ser despojado do cargo. “Com isto, Herodes, tendo chamado
secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a
estrela aparecera. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos
cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado,
avisai-me, para eu também ir adorá-lo.” (Mateus, 2.7,8)
Os
magos seguiram, então, para Belém.
E, tendo eles
ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia
adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde
estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo.
E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o
adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e
mirra. E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem
para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho. (Mateus, 2.9-12)
Percebe-se claramente
que os sábios do Oriente, ou magos, desconheciam as profecias no Velho
Testamento sobre a vinda e local de nascimento de Jesus.
A tradição da
existência dos três magos baseia-se em seus três presentes: ouro, olíbano
(espécie de incenso feito de resina aromática) e mirra (unguento usado como
balsâmico e em perfumes). Como são guiados por uma estrela, os magos parecem
ter sido astrólogos, possivelmente da Pérsia. Magos, como são chamados, é o
plural de magus, palavra grega para feiticeiro ou mágico. Só muito
tempo depois, foram os sábios chamados de reis e receberam os nomes de Gaspar,
Melquior e Baltazar. (4)
Após a partida dos
magos, José recebe em sonho a visita do Anjo do Senhor, que lhe adverte:
Levanta-te, e toma
o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga,
porque Herodes há de procurar o menino para o matar. E, levantando-se ele,
tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito. E esteve lá até a morte
de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo
profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho. Então, Herodes, vendo que tinha
sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que
havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o
tempo que diligentemente inquirira dos magos. (Mateus, 2.13-16)
A matança das
crianças foi uma entre muitas atitudes insanas de Herodes. Ávido pelo poder e
pelos benefícios materiais, não vacilou em praticar ações criminosas, ignorando
que, em consequência, enfrentaria nas futuras reencarnações dolorosos processos
reparadores, assinalados pela lei de causa e efeito.
Em
relação às origens familiares de Jesus, o evangelista Mateus elaborou uma
genealogia que, partindo de Abraão, soma-se 42 gerações até José.
Mateus começa
afirmando que Jesus é o Messias, ou Cristo, um título que significa “o ungido”.
Este refere-se à acalentada esperança dos judeus de que um dia enviaria um rei
ungido, descendente do rei Davi, para restaurar Israel como nação e cumprir a
promessa feita por Deus de que a dinastia de Davi “será firme para sempre” (2 Samuel, 7.16). A primeira afirmação do Evangelho de Mateus é
que na verdade Jesus cumpre essa promessa feita há longa data: ele é o Messias.
Mateus teve que sacrificar um pouco a
exatidão de sua genealogia, omitindo várias gerações e incluindo alguns nomes
duas vezes. Mas para o autor a importância simbólica do padrão, expressando a
verdade de que Deus se envolveu nos acontecimentos que levaram ao nascimento de
Jesus, era mais significativa do que a lista exata de nomes, que, em sua
maioria, qualquer pessoa poderia consultar nas genealogias do Primeiro Livro
das Crônicas. (5)
Fato curioso é que as
genealogias da época eram elaboradas a partir de ancestrais do sexo masculino.
Mateus, entretanto, introduz uma inovação quando inclui na sua lista nomes das
mulheres Tamar, Raab, Rute e Betsabée, esposa de Urias. Tal fato se revela
especialmente singular porque essas mulheres não eram israelitas. (5)
Lucas refere-se às
particularidades que rodearam o seu nascimento [de Jesus] em Belém de Judá, num
estábulo abandonado, tendo por berço tosca e rude manjedoura. Marcos apresenta
o Mestre já em contato com o Batista, iniciando a sua missão exemplificadora.
João deixa de parte tudo o que se liga à parte material com que o Messias se
apresenta no cenário do mundo, para considerar o seu Espírito, isto é, o “ser”
propriamente dito, sede da inteligência, do sentimento e de todas as faculdades
psíquicas, dizendo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus.” (João, 1.1) Verbo é a palavra por excelência, visto que anuncia
ação. Jesus é Verbo, paradigma por onde todos os verbos serão conjugados. É o
modelo, é o exemplo, é o caminho cujo percurso encerra o destino de toda a
infinita criação. (6)
A história da
Humanidade terrestre está dividida em dois grandes períodos: antes e depois do
Cristo, indicativos de que, com Jesus, o ser humano inicia, efetivamente, a sua
caminhada evolutiva em termos de aprendizado moral.
Com o nascimento de
Jesus, há como que uma comunhão direta do Céu com a Terra. Estranhas e
admiráveis revelações perfumam as almas e o enviado oferece aos seres humanos
toda a grandeza do seu amor, da sua sabedoria e da sua misericórdia. (8)
Ao término do reinado
de Herodes Antipas, Maria, José e Jesus retornam do Egito, onde se haviam
refugiado.
Morto, porém,
Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito,
dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel,
porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino. Então, ele se
levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. E, ouvindo
que Arquelau reinava na Judeia em lugar de Herodes, seu pai, receou ir para lá;
mas, avisado em sonhos por divina revelação, foi para as regiões da Galileia. E
chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora
dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno. (Mateus, 2.19-23)
A
infância de Jesus
A infância de Jesus é
marcada por percepções e revelações mediúnicas. Anteriormente, antes do seu
nascimento, foram assinalados os sonhos de José e a aparição do anjo a Maria,
anunciando-lhe a vinda do Senhor. Outros acontecimentos merecem destaque, como
os que se seguem:
·
E, quando os oito dias foram
cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo
anjo lhe fora posto antes de ser concebido. (Lucas, 2.21)
·
E, cumprindo-se os dias da
purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o
apresentarem ao Senhor. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e
este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito
Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não
morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E, pelo Espírito, foi ao templo
e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o
uso da lei, ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois
já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de
todos os povos, luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel. (Lucas, 2.22; 25-32).
·
De modo semelhante, Ana, profetiza de
idade avançada que vivia no Templo, deu graças a Deus quando viu Jesus,
afirmando ser ele o que todos esperavam para a redenção de Jerusalém. (Lucas, 2.36,37)
A despeito da
indiferença ou das críticas ferinas que o Cristo e os seus auxiliares diretos
têm recebido, ao longo dos séculos, sabemos que o amor do Senhor por todos nós
está acima dessas pequenas questões. Cedo ou tarde a Humanidade reconhecerá a
excelsitude do seu Espírito, o seu extremado amor e a sua orientação maior. A
propósito esclarece Emmanuel:
Debalde os
escritores materialistas de todos os tempos vulgarizaram o grande
acontecimento, ironizando os altos fenômenos mediúnicos que o precederam. As
figuras de Simeão, Ana, Isabel, João Batista, José, bem como a personalidade
sublimada de Maria, têm sido muitas vezes objeto de observações injustas e
maliciosas; mas a realidade é que somente com o concurso daqueles mensageiros
da Boa Nova, portadores da contribuição de fervor, crença e vida, poderia Jesus
lançar na Terra os fundamentos da verdade inabalável. (7)
Aos doze anos Jesus
surpreende a todos, inclusive aos seus pais, quando dialoga com os doutores da
Lei.
·
Ora, todos os anos, iam seus pais a
Jerusalém, à Festa da Páscoa. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém,
segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles
dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais. Pensando,
porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia e
procuravam-no entre os parentes e conhecidos. E, como o não encontrassem,
voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o
acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e
interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e
respostas. (Lucas, 2.41-47)
·
“E sua mãe guardava no coração todas
essas coisas. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com
Deus e os homens.” (Lucas, 2.51,52)
Permanece a
incógnita, para os historiadores e para todos nós, os acontecimentos da vida de
Jesus ocorridos entre os seus 13 e 30 anos de idade. Existem muitas
especulações, mas sem nenhuma comprovação efetiva.
Há […] quem o veja
entre os essênios, aprendendo as suas doutrinas, antes do seu messianismo de
amor e de redenção. As próprias esferas mais próximas da Terra, que pela força
das circunstâncias se acercam mais das controvérsias dos homens que do sincero
aprendizado dos espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as
opiniões contraditórias da Humanidade, a respeito do Salvador de todas as
criaturas. O Mestre, porém, não obstante a elevada cultura das escolas
essênicas, não necessitou da sua contribuição. Desde os seus primeiros dias na
Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu
desde os tempos longínquos do princípio. (9)
Em todos os momentos
da vida do Cristo, um fato se evidencia: ele sempre dá “a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus.” (Mateus, 22.21) Neste sentido, submete-se ao batismo proposto por
João Batista.
Então, veio Jesus
da Galileia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João
opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém
cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu
logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é
o meu Filho amado, em quem me comprazo. […] Jesus, porém, ouvindo que João
estava preso, voltou para a Galileia. E, deixando Nazaré, foi habitarem
Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali, para que se
cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom e a
terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das
nações, o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que
estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. Desde então,
começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos
céus. (Mateus, 3.13-17; 4.12-17).
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