Textos da Doutrina Espírita.
Porque Deus criou os Espíritos?
cdelima estudos 25/05/2017 6
minutos
Assistindo a uma palestra sobre a tríplice função
do Espiritismo, quase ao seu final, quando foram permitidas perguntas, alguém,
da assistência pediu a palavra e perguntou: Porque Deus criou os Espíritos?
Confesso que fiquei
atônito. Levei uma certa fração de tempo para reconhecer a “genialidade” da
pergunta nunca ouvida em meus estudos doutrinários. O palestrante ficou mais
aturdido ainda, segundo minha percepção e tentou dar uma volta maior para no
fundo se perceber que não tinha resposta. A coordenadora me pareceu tensa. Mas,
por fim, alegou que o perguntador precisaria ler A Gênese, onde encontraria
maiores esclarecimentos… E, como já estávamos nos finalmente, iniciou-se a
prece de encerramento…
Vim para casa com a
pergunta na cabeça e começo minhas pesquisas para tentar encontrar uma boa
resposta. E aqui vai o que achei de importante dividir com vocês:
Não é o “por que”,
mas o “para que”, pergunta à qual nos parece estamos mais ao alcance de
responder.
Os Espíritos
tiveram princípio, ou existem, como Deus, de toda a eternidade? “Se não
tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, quando, ao invés, são criação
sua e se acham submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, é
incontestável. Quanto, porém, ao modo por que nos criou e em que momento o fez,
nada sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se quiseres com isso
significar que, sendo eterno, Deus há de ter sempre criado ininterruptamente.
Mas, quando e como cada um de nós foi feito, repito-te, nenhum o sabe: aí é que
está o mistério.”
“A Terra não é o
ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização
começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. Isto, entretanto, não
constitui regra absoluta, pois pode suceder que um Espírito, desde o seu início
humano, esteja apto a viver na Terra. Não é frequente o Por que não outorgou
Deus as mesmas aptidões a todos os homens? “Deus criou iguais todos os Espíritos,
mas cada um destes vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito
maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade
dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o
livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o
que lhes dá aptidões diversas. Necessária é a variedade das aptidões, a fim de
que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no
limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não
faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar.
Demais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se torna que os
habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do
vosso, venham habitá-lo, para vos dar o exemplo.”
“Ao mesmo tempo que
criou, desde toda a eternidade, mundos materiais, Deus há criado, desde toda a
eternidade, seres espirituais. Se assim não fora, os mundos materiais
careceriam de finalidade. Mais fácil seria conceberem-se os seres espirituais
sem os mundos materiais, do que estes últimos sem aqueles. Os mundos materiais
é que teriam de fornecer aos seres espirituais elementos de atividade para o
desenvolvimento de suas inteligências. ”
Segundo comentário
de Kardec, no Livro dos Espíritos, ! Dizemos que os Espíritos são imateriais,
porque a sua essência difere de tudo o que conhecemos pelo nome de matéria. Um
povo de cegos não teria palavras para exprimir a luz e os seus efeitos. O cego
de nascença julga ter todas as percepções pelo ouvido, o olfato. o paladar e o
tato; não compreende as ideias que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta.
Da mesma maneira, no tocante à essência dos seres super-humanos. somos como
verdadeiros cegos. Não podemos defini-los, a não ser por meio de comparações
sempre imperfeitas ou por um esforço da imaginação.”
Tudo o que existe e
não for obra do homem é obra de Deus. É por isso que dizemos criação divina
quando nos reportamos a esse imenso Universo que, como diz Kardec, abrange a
infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e
inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o
enchem. Mas, como Deus criou o Universo?
A resposta a essa
pergunta é ainda um mistério, como o é a própria existência do Criador, e não
será a inteligência humana, no estado em que por enquanto se encontra, que irá
penetrar tal mistério. Temos de conformar-nos, portanto, a esse respeito, com o
que disseram a Kardec os Espíritos Superiores, por intermédio de um deles, e
que se encontra na questão 38 d’O Livro dos Espíritos: “Como Deus criou o
Universo?” R.: “Para me servir de uma expressão corrente, direi: Pela sua
vontade. Nada caracteriza melhor essa verdade onipotente do que estas belas
palavras da Gênese: Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”
Sabemos, no
entanto, pela revelação dos Espíritos Superiores, que Deus criou
fundamentalmente dois princípios diferentes, diametralmente opostos por suas
qualidades essenciais, que são os dois elementos gerais do Universo: o elemento
material, bruto e totalmente inerte, e o elemento espiritual, inteligente,
suscetível de elaboração e desenvolvimento evolutivo, objetivando a realização
de individualidades conscientes, dotadas de razão e de vontade.
Com este segundo
elemento, criou Deus os Espíritos, que são os seres inteligentes, conscientes e
livres do Universo. Com o primeiro – o elemento material – formou Deus os
mundos que rolam no espaço, sujeitos às leis da Mecânica Celeste, assim como
todos os seres que formam a natureza desses mundos. É desse elemento que vamos
especialmente tratar nesta síntese, ao mesmo tempo em que, à luz da Doutrina
Espírita, procuraremos penetrar, por pouco que seja, na origem e formação dos
mundos. Chamemo-lo simplesmente de matéria e tentemos defini-la.
É infinita a
extensão do Universo físico
Numa definição
bastante singela, podemos dizer que matéria é tudo o que existe constituindo o
Universo físico, isto é, onde ocorrem os fenômenos que afetam nossos sentidos,
estejam eles desarmados ou armados com potentíssimos instrumentos óticos –
telescópios, espectroscópios, microscópios – que nos possibilitaram observações
muito além do alcance natural dos nossos órgãos sensórios, levando-nos tanto
aos gigantescos mundos, estrelas e galáxias que enchem o espaço, como às mais
íntimas estruturas dos seres e das coisas do nosso mundo e de outros
relativamente próximos da Terra.
Dignas de toda
consideração, pela beleza e verdade que encerram, são as afirmações do Espírito
de Galileu que Kardec inseriu no cap. VI de A Gênese: “À primeira vista, não há
o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente distinto, como
as diversas substâncias que compõem o mundo. (…) Entretanto, podemos
estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e
desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam, quer do ponto de vista da
constituição íntima, quer do prisma de suas ações recíprocas, são, de fato,
apenas modos diversos sob que a matéria se apresenta; variedades em que ela se
transforma sob direção das forças inumeráveis que a governam. (…) Há questões
que nós mesmos, Espíritos amantes da Ciência, não podemos aprofundar e sobre as
quais não poderemos emitir senão opiniões pessoais, mais ou menos hipotéticas.
(…) A com que nos ocupamos, porém, não pertence a esse número. Àqueles,
portanto, que fossem tentados a enxergar nas minhas palavras unicamente uma
teoria ousada, direi: abarcai, se for possível, com olhar investigador, a
multiplicidade das operações da Natureza e reconhecereis que, se se não admitir
a unidade da matéria, impossível será explicar, já não direi somente os sóis e
as esferas, mas, sem ir tão longe, a germinação de uma semente na terra, ou a
produção dum inseto. (…) Se se observa tão grande diversidade na matéria, é
porque, sendo em número ilimitado as forças que hão presidido às suas
transformações e as condições em que estas se produziram, também as várias
combinações da matéria não podiam deixar de ser ilimitadas. Logo, quer a substância
que se considere pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos
imponderáveis, quer revista os caracteres e as propriedades ordinárias da
matéria, não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva: o
cosmo, ou matéria cósmica dos uranógrafos”.
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Fontes:
O Livro dos
Espíritos.
A Gênese.
Revista O
Consolador.
MENSAGEM DIVULGADA
PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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