quinta-feira, 21 de novembro de 2024

CONVULSIVOS.

 


0 LIVRO DOS ESPÍRITOS.CAPÍTULO IX.

CONVULSIVOS.

Os Espíritos exercem sempre alguma atuação nos fenômenos que se produzem nos indivíduos chamados convulsivos, bem como o magnetismo, que é a causa desses fenômenos. Porém, o charlatanismo tem frequentemente explorado e exagerado seus efeitos, o que os faz cair no ridículo.

Os Espíritos que provocam esses fenômenos são pouco elevados, enquanto que os Espíritos superiores não se ocupam de coisas dessa natureza.

O estado anormal dos convulsivos daqueles que têm crises nervosas, pode se estender subitamente a toda uma população por afinidade. As disposições morais se comunicam muito facilmente em certos casos; não estamos tão alheios aos efeitos magnéticos para que não compreendamos isso e a parte que alguns Espíritos devem nele tomar, por simpatia, com aqueles que os provocam.

 Entre as faculdades especiais que se notam entre os convulsivos reconhecem-se sem dificuldade as que no sonambulismo e magnetismo oferecem numerosos exemplos: são, entre outras, a insensibilidade física, a leitura do pensamento, a transmissão, por simpatia ou afinidade, das dores, etc. Não se pode duvidar que os que sofrem de crises não estejam num estado de sonambulismo acordado, provocado pela influência que exercem uns sobre os outros. São ao mesmo tempo magnetizadores e magnetizados sem o saberem.

A causa da insensibilidade física que se nota em certos convulsivos, ou em certos indivíduos submetidos a torturas cruéis, se dá na seguinte forma:

 Em alguns, é um efeito exclusivamente magnético que age sobre o sistema nervoso, semelhante à ação de certas substâncias. Em outros, a exaltação do pensamento enfraquece a sensibilidade, porque a vida parece retirar-se do corpo para se transportar ao Espírito. Devemos saber, que, quando o Espírito está fortemente preocupado com uma coisa, o corpo não sente, e não vê e não ouve nada

 A exaltação fanática e o entusiasmo oferecem, frequentemente, nos casos de suplícios, o exemplo de calma e sangue-frio que não triunfariam sobre uma dor aguda se não se admitisse que a sensibilidade se encontra neutralizada por uma espécie de efeito anestésico. Sabe-se que no calor do combate a pessoa não se apercebe, frequentemente, de um ferimento grave, enquanto em circunstâncias comuns um simples arranhão a faz estremecer.

Visto que esses fenômenos dependem de uma causa física e da ação de certos Espíritos, podemos perguntar como, em muitos casos, atenderam a uma ordem e cessaram. A razão disso é simples. A ação dos Espíritos nesses casos é apenas secundária; somente se aproveitam de uma disposição natural. O fato de obedecer à autoridade de uma ordem dada não lhes suprimiu essa disposição, mas a causa que a mantinha e exaltava; de ativa, passou a latente, e teve razão para agir assim, porque o fato resultava em abuso e escândalo. Sabe-se, de resto, que essa intervenção não tem nenhum poder quando a ação dos Espíritos é direta e espontânea.

BIBLIOGRAFIA.O LIVRO DOS ESPÍRITOS. DIVULGADO PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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