terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A separação da alma e do corpo não é dolorosa.
O corpo, frequentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento da morte do corpo físico são um prazer para o Espírito, que vê chegar ao fim do seu exílio.
Comentário de Kardec: Na morte natural, que se verifica pelo esgotamento da vitalidade orgânica em consequência de idade, o homem deixa a vida sem perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de energia.
A separação da alma e do corpo se dá, quando os liames que a retinham se rompem, e ela se desprende.
A alma se desprende gradualmente de maneira que o Espírito vai se desprendendo pouco a pouco dos seus liames.
Durante a vida, o Espírito está ligado ao corpo pelo seu envoltório material ou períspirito; a morte é apenas a destruição do corpo, e não desse envoltório que se separa do corpo, quando cessa a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte o desprendimento do Espírito não se completa subitamente- ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos. Para uns é bastante rápido, e pode dizer-se que o momento da morte é também o da libertação que se verifica logo após. Noutros, porém, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado e dura, às vezes alguns dias semanas e até mesmo meses, o que implica a existência no corpo de nenhuma vitalidade, nem a possibilidade de retorno à vida. Mas a simples persistência de uma afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre na razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. É lógico admitir que quanto mais o Espírito estiver identificado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela. Por outro lado, a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida corpórea e quando a morte chega, é quase instantânea. Este é o resultado dos estudos efetuados sobre os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que a afinidade que persiste, em alguns indivíduos, entre a alma e o corpo é às vezes, muito penosa, porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposição. Este caso é excepcional e peculiar a certos gêneros de morte, verificando-se em alguns suicídios.
A separação definitiva entre a alma e o corpo pode verificar-se antes da cessação completa da vida orgânica, quando:
— Na agonia, às vezes, a alma já deixou o corpo, que nada mais tem do que a vida orgânica. O homem não tem mais consciência de si mesmo, e, não obstante, ainda lhe resta um sopro de vida. O corpo é uma máquina que o coração põe em movimento. Ele se mantém enquanto o coração lhe fizer circular o sangue pelas veias e para isso não necessita da alma.
A alma sente quando do desencarne, muitas vezes, que se quebram os liames que a prendem ao corpo, e então emprega todos os seus esforços para os romper de uma vez. Já parcialmente separada da matéria, vê o futuro desenrolar-se ante ela e goza por antecipação do estado de Espírito.
A sensação que a alma experimenta, no momento em que se reconhece no mundo dos Espíritos, depende: Se fizemos o mal com o desejo desfazê-lo, estarás, no primeiro momento, envergonhado de o haver feito. Para o justo, é muito diferente: ele se sente aliviado de um grande peso porque não receia nenhum olhar perquiridor.
O Espírito encontra imediatamente aqueles que conheceu na Terra, e que morreram antes dele segundo a afeição que tenham mantido reciprocamente. Quase sempre eles o vêm receber na sua volta ao mundo dos Espíritos e o ajudam a se libertar das faixas da matéria. Vê também a muitos que havia perdido de vista durante a passagem pela Terra; vê os que estão na erraticidade, bem como os que se encontram encarnados, que vai visitar.
Na morte violenta ou acidental, quando os órgãos ainda não se debilitaram pela idade ou pelas doenças, a separação da alma e a cessação da vida se verificam simultaneamente. Mas, em todos os casos, o instante que os separa é muito curto.
Após a decapitação, por exemplo, o homem conserva por alguns instantes a consciência frequentemente por alguns minutos, até que a vida orgânica se extinga de uma vez. Mas muitas vezes a preocupação da morte lhe faz perder a consciência antes do instante do suplício.
Comentário de Kardec: Não se trata, aqui, senão da consciência que o supliciado pode ter de si mesmo como homem, por meio do corpo, e não como Espírito. Se não perdeu essa consciência antes do suplicio, ele pode conservá-la por alguns instantes, mas de duração muito curta, e a perde necessariamente com a vida orgânica do cérebro. Isso não quer dizer que o períspirito esteja inteiramente desligado do corpo, mas pelo contrário, pois, em todos os casos de morte violenta, quando esta não resulta da extinção gradual das forças vitais, os liames que unem o corpo ao períspirito são mais tenazes, e o desprendimento completo é mais lento.
Bibliografia: O Livro dos Espíritos.
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