sexta-feira, 5 de outubro de 2018

OS FALSOS PROFETAS DA ERRATICIDADE.


CAPÍTULO XXI. FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS.
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS. OS FALSOS PROFETAS DA ERRATICIDADE.

               Mais uma vez o irmão Erasto discípulo de São Paulo, no ano de 1862, nos orienta sobre os falsos profetas, onde deixou dito que não existem apenas entre nós os encarnados, mas em números maiores entre os Espíritos orgulhosos que, fingindo amor e caridade, semeiam a desunião e retardam o trabalho de emancipação da Humanidade, impingindo-lhes os seus sistemas absurdos, através dos médiuns que os servem. Deixa dito que esses falsos profetas, para melhor fascinar os que desejam enganar, e para dar maior importância às suas teorias, disfarçam-se inescrupulosamente com nomes de homens de respeito e honrados.
             Ele nos afirma que são estes que semeiam os germes da discórdia entre os grupos que os levam a isolar-se uns dos outros, e a se olharem com prevenções.  Que para tal, diz-nos que Bastaria isso para desmascará-los. Porque, assim agindo, eles mesmos oferecem o mais completo desmentido ao que dizem ser. Diz-nos que cegos, são os homens que se deixam enganar de maneira tão grosseira.
             E nos instrui que há ainda muitos outros meios de reconhecê-los. Pois os Espíritos da ordem a que eles dizem pertencer, devem ser não somente muito bons, mas também eminentemente racionais. E que diante disto, pede para passarmos os nossos sistemas pelo crivo da razão e do bom-senso, e que veremos assim o que nos restará. E fazendo isto, haveremos de concordar com o irmão em que sempre que um Espírito indicar, como remédio para os males da Humanidade, ou como meios de realizar a sua transformação, medidas utópicas e impraticáveis, pueris e ridículas, ou quando formula um sistema contraditado pelas mais corriqueiras noções científicas, só pode ser um Espírito ignorante e mentiroso.
             Por outro lado também nos orienta que devemos lembrar de que, se a verdade nem sempre é apreciada pelos indivíduos, mas que sempre o é pelo bom-senso das massas, e isso também constitui um critério. E nos da como exemplo, se dois princípios se contradizem, ele deixa dito que teremos a medida do valor intrínseco de ambos, observando qual deles encontra mais repercussão e simpatia. Com efeito, diz que seria ilógico admitir que uma doutrina cujo número de adeptos diminui, possa ser a mais verdadeira que outra, cujo número aumenta. E afirma que Deus, querendo que a verdade chegue a todos, não a confina num círculo restrito, mas o faz surgir em diferentes lugares, a fim de que, por toda parte, a luz se apresente ao lado das trevas.
             Orienta-nos ainda, pedindo para repelirmos impiedosamente todos esses Espíritos que se manifestam como conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o isolamento. Onde não passam quase sempre de Espíritos vaidosos e medíocres, que tentam impor-se a pessoas fracas e crédulas, prodigalizando-lhes louvores exagerados, a fim de fasciná-las e dominá-las. Que são geralmente, Espíritos sedentos de poder, que, tendo sido déspotas no lar ou na vida pública, quando vivos, ainda querem vítimas para tiranizar, depois da morte. E que em geral, portanto, nos diz para desconfiarmos das comunicações que se caracterizam pelo misticismo e a extravagância, ou que prescrevem cerimônias e práticas estranhas, onde há sempre, nesses casos, um motivo legítimo de desconfiança.
             Que devemos lembrar, ainda, de que, quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, ela é comunicada, por assim dizer, instantaneamente, a todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios, e não a este ou aquele, com exclusão dos outros. Diz que ninguém é médium perfeito, se estiver obsedado, e há obsessão evidente  quando um médium só recebe comunicações de um determinado Espírito, por mais elevado que este pretenda ser. E que em consequência, todo médium e todo grupo que se julguem privilegiados, em virtude de comunicações que só eles podem receber, e que, além disso, se sujeitam a práticas supersticiosas, encontram-se indubitavelmente sob uma obsessão bem caracterizada. E que, sobretudo quando um Espírito dominante se vangloria de um nome de Espíritos e encarnados, que todos respeitam e honram.
            Que é incontestável que, submetendo-se ao crivo da razão e da lógica toda a observação sobre os Espíritos e todas as suas comunicações, será fácil rejeitar o absurdo e o erro. Orienta-nos ainda que um médium possa estar fascinado e iludido um grupo; mas, o controle severo dos outros grupos, com o auxílio do conhecimento adquirido, e a elevada autoridade moral dos dirigentes de grupos, as comunicações dos principais médiuns, marcadas pelo cunho da lógica e da autenticidade dos Espíritos mais sérios, rapidamente farão desmascarar esses ditados mentirosos e astuciosos, procedentes de uma turba de Espíritos mistificadores ou malfazejos. (Ver, na Introdução, o parágrafo II: Controle universal do ensino dos Espíritos. E em O Livro dos Médiuns, o cap. XXIII, Da obsessão).
Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

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