Nosso Destino
Ninguém tem o “DESTINO” definido.
Todos nós podemos alterá-lo conforme nossas DECISÕES:
Más ou Boas.
Vera Jacubowski.
Livre-arbítrio e Destino.
Falar de livre-arbítrio e destino é maravilhoso, pois é um assunto
inesgotável, e que reaparece com frequência em nossas vidas.
Destino e livre-arbítrio parecem existir juntos, e às vezes até nos
confundem, pois em alguns casos fica difícil de distingui-los e
separá-los.
Há uma inteligência, uma sabedoria ou uma consciência, que sabe como
acontecimentos, e relacionamentos vão se desenvolver ao longo de nossas
vidas.
Hamlet chamava isso de um destino que “molda nossos fins”.
Na Terra, não sabemos como nossas experiências vão terminar, mas através
de nossos atos, e comportamentos, do nosso livre-arbítrio, podemos influir
em como eles, irão se desdobrar para nós, tanto na vida presente, quanto
em vidas futuras.
Assim como a alma faz uma revisão no final da vida, ela também parece
fazer uma previsão, de vida antes de nascermos.
Vou exercer a compaixão, a empatia, por exemplo, e posso ver como a vida
está delineada, quem iremos encontrar, quem vai nos ajudar ao longo do
caminho espiritual, e como vamos ajudar outras pessoas também.
Às vezes é complicado, porque há uma interação com outras
almas, que também tem seus propósitos e planos.
As pessoas que encontramos e as experiências que nos aguardam, nos
ajudam a aprender, e isto é o destino.
Vejamos então, quando você encontra a pessoa com a qual tinha planejado
se casar, para aprenderem juntos a se ajudarem mutuamente, enquanto
progride em direção a imortalidade.
Mas essa pessoa tem uma religião incompatível com a sua no
momento, ou mora muito longe de você, ou seus pais se opõe ao
relacionamento, então você decide não se casar com ela, isto é o que
chamamos de livre-arbítrio.
Você tinha uma escolha e decidiu não se casar.
A escolha vai levar você, a um ponto no destino que poderia não
acontecer, se sua resposta tivesse sido sim.
É desta forma que montamos nosso futuro nesta vida.
Se você encontra essa pessoa e se casa com ela, vai percorrer uma
estrada, que escolheu com seu livre-arbítrio, e isso vai influenciar seu
presente e sua vida futura.
Se resolver se separar, vai entrar numa estrada diferente e pode vir a
aprender lições diferentes, mas o mais importante é saber a rapidez com
que vai aprender, e quanta felicidade, espiritualidade, tranquilidade e tudo
mais, que vai conquistar nesta vida.
As respostas dependem primordialmente de seu livre-arbítrio.
O exemplo a seguir vai facilitar seu entendimento:
É como subir numa árvore, pois há muitos galhos e muitas escolhas para
chegar ao topo.
No final, você vai chegar ao topo da árvore, mas pode precisar de 100 ou
1000 vidas para atingir o topo.
Quantas vidas serão necessárias para alcançar o objetivo da
alma, no que se refere ao orgulho, por exemplo?
Depende das escolhas que você fizer.
Portanto, o destino que é a arvore no nosso exemplo e o livre-arbítrio
coexistem.
Temos várias oportunidades, dadas pelo Pai Celestial, e cabe a
nós, utilizando nosso livre-arbítrio chegarmos mais rápido ou mais devagar
ao topo da árvore.
Gotas de Paz
PODEMOS MUDAR NOSSO DESTINO?
Heráclito, filósofo grego, dizia: “A única coisa permanente no universo
é a mudança”. A sabedoria do I Ching revela que tudo é mutação. Antoine
Lavoisier, considerado o pai da química moderna, por sua vez, afirmava: “Na
natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Se tudo muda, conforme preconiza a sabedoria milenar, e a nossa
trajetória na vida? Temos poder para mudar nosso destino?
O insigne mestre Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores, na
questão 860 de O Livro dos Espíritos: “Pode o homem, por sua vontade e por seus
atos, fazer que se não deem acontecimentos que deveriam verificar-se?” E
recebeu como resposta: “Pode-o, se essa aparente mudança na ordem dos fatos
tiver cabimento na sequência da vida que ele escolheu”.
O que não podemos mudar são os fatos principais da nossa reencarnação,
os quais traçamos juntamente com nossos padrinhos espirituais, no momento da
escolha da vida que merecemos e precisamos ter. “A cada um será dado segundo
suas obras”.
Muitas vezes a doença representa a cura verdadeira para nosso espírito.
A dor, o sofrimento, são instrumentos utilizados como filtro para a limpeza das
nossas imperfeições.
No livro Contos e Apólogos, no capítulo intitulado, “Dívida e Resgate”,
o Espírito Humberto de Campos narra a história de uma senhora rica, que, ao retornar
à sua fazenda, às margens do Rio Paraíba, na antevéspera do Natal de 1856, após
um ano de entretenimento na Corte, no Rio de Janeiro, é recebida, com sorrisos
e gestos humildes, por seus sessenta e dois cativos, que lhe pediam bênçãos, de
joelhos:
— Louvado seja Nosso Senhor Jesus-Cristo, sinhá!
— Louvado seja! — acentuava Dona Maria com terrível severidade a
transparecer-lhe da voz.
Em um canto recuado, esperando sua vez de cumprimentá-la, pobre moça
mestiça sustentava nos braços duas crianças recém-nascidas, sob a feroz atenção
de um capataz desalmado. A fazendeira, demonstrando na face e nos gestos o que
iria fazer, dirigiu-se a ela, duramente:
— Matilde, guarde as crias na senzala e encontre-me no terreiro.
Precisamos conversar.
No grande pátio, já noite, guiadas pelo rude capitão do mato, as duas
mulheres dirigiram-se para o rio transbordante. Dona Maria falou:
— Diga de quem são essas duas “crias” nascidas em minha ausência!
— De nhô Zico, sinhá!
— Miserável! — bradou a proprietária poderosa. — Meu filho não me daria
semelhante desgosto. Negue essa infâmia!
— Não posso! Não posso!
A patroa encolerizada relanceou o olhar pela paisagem deserta e bramiu,
rouquenha:
— Nunca mais verá você essas crianças que odeio…
— Ah! sinhá — soluçou a infeliz —, não me separe dos meninos! Não me
separe dos meninos! Pelo amor de Deus! …
Após muitas ofensas e humilhações à sua cativa, Dona Maria Augusta fez
um gesto para seu capataz, que estalou o chicote no dorso da jovem. Esta,
indefesa, caiu na corrente profunda do rio.
— Socorro! Socorro, meu Deus! Valei-me, Nosso Senhor! — gritou a mísera,
debatendo-se nas águas.
Todavia, daí a instantes, apenas um cadáver de mulher descia rio a
baixo, ante o silêncio da noite…
Cem anos passaram…
Na antevéspera do Natal de 1956, Dona Maria Augusta Correia da Silva,
reencarnada, estava na cidade de Passa-Quatro, no sul de Minas Gerais.
Mostrava-se noutro corpo de carne, como quem mudara de vestimenta, mas era ela
mesma, com a diferença de que, em vez de rica latifundiária, era agora apagada
mulher, em rigorosa luta para ajudar o marido na defesa do pão. Sofria no lar
as privações dos escravos de outro tempo. Era mãe, padecendo aflições e sonhos…
Ante a expectativa do Natal, Dona Maria Augusta meditava nos filhinhos, quando
a chuva, sobre o telhado, se fez mais intensa.
Horrível temporal desabara na região…
Diante da ex-fazendeira erguia-se um rio inesperado e imenso e, em dado
instante, esmagada de dor, ante a violenta separação do companheiro e dos
pequeninos, tombou na caudal, gritando em desespero:
— Socorro! Socorro, meu Deus! Valei-me Nosso Senhor!
No entanto, decorridos alguns momentos, apenas um cadáver de mulher
descia corrente a baixo, ante o silêncio da noite…
A antiga sitiante do Vale do Paraíba resgatou o débito que contraíra
perante a Lei.
Nas questões 258 a 273 de O Livro dos Espíritos, marco inicial do
Espiritismo, os Espíritos Superiores nos esclarecem, em um verdadeiro tratado
sobre a escolha, como se processa o nosso destino, quanto ao gênero de vida, às
particularidades das provas e às expiações.
O sábio e bondoso espírito Emmanuel, em seu livro O Consolador,
psicografado pela mediunidade sublimada de Chico Xavier, define, de forma
clara, na questão 246, o que significam a provação e a expiação:
“A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a
estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é a pena imposta ao
malfeitor que comete um crime”.
Somos, dessa forma, rebeldes, preguiçosos e criminosos, pois aqui nos
encontramos com a missão sublime de evoluir. Esse é o objetivo principal de
nossa estada neste mundo classificado, didaticamente, por Allan Kardec, como
mundo de expiações e de provas.
Porém, como nos valorizamos muito, alguém pode contestar e dizer: “Não
sou criminoso!” Entretanto, na questão 358 da obra basilar da Doutrina
Espírita, os Emissários Divinos afirmam: “Há crime sempre que transgredis a lei
de Deus”.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo V, que trata sobre
“Causas atuais das aflições”, os Espíritos Superiores escreveram: “Deus, porém,
quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune
qualquer desvio do caminho reto. Não há falta alguma, por mais leve que seja,
nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis consequências,
mais ou menos deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas
grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou.”
Mas, a Lei de Deus não é lei de cobrança inflexível e, sim, de reajuste.
Deus é Amor e Justiça. Se fizemos um mal, por pior que seja, podemos atenuá-lo
ao infinito das possibilidades, construindo o bem. Se plantamos espinhos nas
estradas da vida e retornamos plantando rosas, corrigimos, assim, nossos passos
em direção a um novo caminho. Dependendo do quantum de bem que praticarmos,
diminuiremos ou dissiparemos completamente nosso erro.
No mundo espiritual, no intervalo das reencarnações, escolhemos,
consciente ou inconscientemente, o gênero de provas, de acordo com nossas
necessidades e possibilidades adquiridas pela conduta. Entretanto, ao
reencarnarmos, não ficamos escravos desse modo de vida, uma vez que as
particularidades correm por nossa conta. A todo o instante, podemos escolher a
atitude a tomar, como disseram as Entidades Sublimadas: “Dando ao Espírito a
liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e
das consequências que estes tiveram. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe
acham, assim, o caminho do bem, como o do mal”.
Podemos, dessa forma, atenuar as dificuldades do nosso caminho e ser
muito felizes, à proporção do bem que praticarmos, com fé em Deus e a
consciência tranquila.
Muita paz!
Itair Ferreira
0 comentários:
Postar um comentário
ESTAMOS DISPOSIÇÃO DOS AMIGOS PARA ESCLARECER QUALQUER DÚVIDA.