Morte de pessoas.
SANSÃO
Antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863
Quando a morte vem ceifar em vossas famílias,
levando sem consideração os jovens em lugar dos velhos, dizeis frequentemente:
“Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e com o futuro pela frente,
para conservar os que já viveram longos anos, carregados de decepções: leva os
que são úteis e deixa os que não servem para nada mais; fere um coração de mãe,
privando-o da inocente criatura que era toda a sua alegria”.
Criaturas
humanas, são nisto que tendes necessidades de vos elevar, para compreender que
o bem está muitas vezes onde pensais ver a cega fatalidade. Por que medir a
justiça divina pela medida da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos Mundos
queira, por um simples capricho, infligir-vos penas cruéis? Nada se faz sem uma
finalidade inteligente, e tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Se
perscrutásseis melhor todas as dores que vos atingem, sempre encontraria nela a
razão divina, razão regeneradora, e vossos miseráveis interesses representariam
umas considerações secundárias, que relegaríeis ao último plano.
Acreditai
no que vos digo: a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a
esses desregramentos vergonhosos que desolam as famílias respeitáveis, ferem um
coração de mãe, e fazem branquear antes do tempo os cabelos dos pais. A morte
prematura é quase sempre um grande benefício, que Deus concede ao que se vai,
sendo assim preservado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam
arrastá-lo à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é uma vítima da
fatalidade, pois Deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na
Terra.
É
uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja
cortada tão cedo! Mas de que esperanças querem falar? Das esperanças da Terra
onde aquele que se foi poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna?
Sempre essa visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria! Sabeis
qual teria sido a sorte dessa vida tão cheia de esperanças, segundo entendeis?
Quem vos diz que ela não poderia estar carregada de amarguras? Considerais como
nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida efêmera que arrastais
pela Terra? Pensais, então, que mais vale um lugar entre os homens que entre os
Espíritos bem-aventurados?
Regozijai-vos
em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de
misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique, para sofrer convosco? Ah! essa
dor se concebe entre os que não tem fé, e que veem na morte a separação eterna.
Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro
corporal. Mães, vós sabeis que vossos filhos bem-aventurados estão perto de
vós; sim, eles estão bem perto: seus corpos fluídicos vos envolvem, seus
pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento; mas
também as vossas dores sem razão os afligem, porque revela uma falta de fé e
constituem uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós que compreendeis a vida
espiritual, escutai as pulsações de vosso coração, chamando esses entes
queridos. E se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós mesmas a
consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras,
que vos mostram o futuro prometido pelo soberano Senhor.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO
PACHECO QUADRADO.
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