O que você vai levar desta vida?
MOREL FELIPE WILKON28 de junho de 2015, 09:00 7 3476
Nossa passagem pela
matéria é curta. O que você vai levar desta vida?
As Leis de Deus estão gravadas em nossa
consciência. Precisamos ter isso sempre em mente para eliminarmos
definitivamente a ideia arcaica e ultrapassada de um Deus exterior, fora de
nós, alheio a nós. O que conhecemos de Deus é a Lei. E a Lei está em nós;
portanto, Deus está em nós.
Por desconhecermos essa verdade por
tanto tempo, nos acostumamos a agir como eternas crianças, na base de castigo e
recompensa. Buscamos recompensa pelas nossas frouxas bondades e fugimos do
castigo pelas nossas teimosas maldades.
Em sociedade, procuramos ser corretos
para não sermos punidos pela lei. Todos os dias tramitam projetos de lei para
tudo. Quanto mais leis são criadas, mais a criatividade burladora dos homens
inventa meios de infringir sorrateiramente a lei. De um modo geral, não
somos corretos porque sabemos que devemos ser corretos – se cumprimos a lei é
apenas por medo da punição.
Somos assim também em nossa relação com
Deus e a espiritualidade. Geralmente as poucas coisas boas que fazemos não são
feitas naturalmente, como uma decorrência natural do fato de estar vivo, de
existir. Há coisas que fazemos naturalmente, como comer, dormir, procurar
diversão. Não costumamos fazer o bem com essa mesma naturalidade. Fazemos
algumas migalhas de bem para escaparmos do fogo do inferno, ou, no caso dos
espíritas, para evitarmos o umbral.
Imagine-se no fim da vida, a uns poucos
passos de desencarnar. Já há bastante tempo sem poder comer e beber o que tem
vontade; sem poder praticar esportes, ou caminhar ao ar livre, ou correr; sem
concentração e visão suficientes para ler; sem tesão há muitos anos; sem nada
de prazer material nem de satisfação barata. O humor comum já não faz rir, as
notícias já não fazem diferença, as novas descobertas não empolgam, ninguém
precisa de você e o que você precisa dos outros é ajuda para a sobrevivência do
seu corpo, nada mais que isso.
O que você vai
levar desta vida?
O que você carrega como sua bagagem
nessa situação? O que é capaz de lhe dar alguma satisfação íntima? O que sobra,
afinal de contas? O espírito. Você. Não este você provisório, esta personagem
que você interpretou por algumas décadas, identificada com um nome, animando um
corpo físico velho e decadente. Mas você de fato, de verdade, você
espírito imortal, individualidade divina.
Tudo o que nos dá prazer material,
sensório, mesmo que seja legítimo, é apenas provisório, passageiro, fugaz. Nada
contra os prazeres, de jeito nenhum. Não há nada de errado com eles. Mas temos
que ter consciência de que eles não são reais. Se fossem reais, perdurariam,
permaneceriam conosco, mas não: desaparecem completamente, mal fica uma vaga
lembrança da sua inutilidade.
Só o que nos preenche de verdade são as
coisas do espírito, e nisto está inserido o fazer o bem, o ser
útil ao próximo, a contribuição, pequena mas legítima, que podemos deixar a
outros espíritos como nós. É isso o que levamos desta existência, é
isso o que carregamos em nossa bagagem espiritual. Sermos bons, então, é o
sentido de nossas vidas.
Não estou falando isso por ser um dos
poucos espíritos encarnados na Terra que são bons naturalmente. Não; estou
ainda muito longe disso. Estou tão longe disso como um homem no sopé de uma
montanha está longe do seu topo. Mas, esticando o pescoço, consigo vislumbrar o
topo da montanha, e o que vejo é isso: só o que pode nos
preencher de verdade, de maneira duradoura e sólida, é ser bom, ser bom de
verdade, naturalmente. Não por medo de castigo ou à espera de recompensa. Mas
como uma decorrência natural do fato de existir.
MENSAGEM DIVULGADA
PELO MÉDIUM GETULIO PACHEO QUADRADO.
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