POR QUE VIM PARAR NO UMBRAL?
Como o nome já diz as zonas purgatórias servem para purgar, drenar, exaurir alguma coisa. E não se engane: muitos de nós – a maioria, para ser mais exato -, ao desencarnarmos, teremos ainda o que drenar do nosso psiquismo desajustado, das nossas culpas, complexos, etc. Logo, a possibilidade de, ao desencarnarmos nos depararmos com um ambiente desses não é tão remota assim. É bom estar preparado!
O Espiritismo denomina essas zonas purgatoriais de UMBRAL, termo utilizado pelo
espírito André Luiz em sua principal obra “O Nosso Lar”. Para se ter uma ideia,
e só para exemplificar, André Luiz era médico e não era uma pessoa má. Era uma
pessoa comum, como qualquer um de nós, e não fazia coisas que a maioria de nós
não faça. Morreu vítima de câncer causado pelos hábitos alimentares e pelo uso
de cigarro e álcool. Por isso, ao desencarnar, segundo a ótica espiritual, foi
considerado suicida, e passou OITO longos anos no Umbral. Mas, voltando ao
assunto, vamos, então, tentar entender primeiro, o que significa “Umbral”
segundo esse mesmo espírito:
De acordo com André Luiz (através da psicografia de Chico Xavier), “Umbral é
uma região destinada ao esgotamento de resíduos mentais em um período posterior
ao descarne, que possibilita ao espírito entender o seu atual estado
espiritual”.
Para o espiritismo, de forma geral, o “Umbral” é um estado ou lugar transitório
por onde passa a MAIORIA dos homens após a morte, no qual experimentam
sofrimentos “físicos” e morais, como a sensação de necrose do corpo e a
vergonha de se ver incapaz de ocultar suas fraquezas e desejos mais íntimos dos
olhares curiosos e/ou inquisidores de outros espíritos (sabe aquilo que você
sente ou pensa, mas que não conta pra ninguém? Lá não tem jeito! Tudo é
evidente!).
Muitos romances mediúnicos dizem que o Umbral é um estado de confusão mental ou
lugar espiritual situado próximo à crosta terrestre e habitado por espíritos
obsessores. Segundo esses livros, o Umbral é um lugar frio, cinzento, onde
espíritos ficam vagando, sofrendo, sentindo dores “carnais”, remoendo os
rancores e mágoas, enquanto não tiverem o arrependimento necessário para se
livrarem daquele lugar e alcançarem um plano espiritual melhor, onde poderão
ajudar outros espíritos e até mesmo preparar sua reencarnação, consertando seus
erros e atitudes.
Sendo um lugar próprio para o expurgo de resíduos mentais, é provável que a
grande maioria dos atualmente encarnados estagiem por lá logo após o
desencarne, pois raros são os que vivem sem guardar rancores, sem alimentar
mágoas e sem arrastar os pesados fardos mentais e morais que insistimos em
criar para nós mesmos.
O tempo de permanência no Umbral e a ocorrência de processos dolorosos de culpa
e flagelação, vai depender do estágio evolutivo do espírito e do reconhecimento
humilde das faltas cometidas. Quanto pior o estágio consciencial (mais culpas,
mais erros, mais mágoas, mais rancor, mais materialismo, mais auto piedade,
etc), maior será o tempo necessário para a drenagem desses pesados fardos
psíquicos.
Uma vez esgotados esses fardos, aí sim, o períspirito ganha a fluidez
necessária para permitir a sintonia com planos mais elevados da
espiritualidade. Por isso, o tempo de permanência no Umbral é NECESSÁRIO – e não
deve ser entendido como castigo.
Para que esses fluidos possam ser expurgados, é necessário que sejam colocados
para fora. Isso é conseguido somente através da reflexão e do arrependimento.
E, cá entre nós, o próprio clima umbralino propicia a reflexão necessária, uma
vez que lá, a atmosfera é densa devido aos pensamentos em desalinho de seus frequentadores,
tornando todo o ambiente pesado, escuro, com paisagens hostis, e figuras
mentais distorcidas, as quais vagam por essas paragens aterrorizando os que por
lá estagiam. Lá, o espírito sente dores, é torturado por outros em pior estado
mental, sente sede e só encontra água fétida e poluída, sente fome e não há o
que ingerir, é humilhado, perseguido, violado e, às vezes, ainda sente a
necrose do corpo físico que deixou na Terra. Todo esse clima hostil acaba
contribuindo como incentivo à reflexão e à busca do melhoramento. É aquela
história: temos anos e anos para aprendermos a ser melhores enquanto
encarnados. Não soubemos aproveitar? Enquanto encarnados, achávamos que
estávamos de férias? Então, se não foi por bem...
Além disso, como se não bastasse, não são apenas as criações mentais horrorosas
que povoam o Umbral. Há também espíritos ainda bastante endurecidos, que se
negam à reforma íntima e que fazem de tudo para arregimentar outros espíritos
para as suas hordas negativas. Criam verdadeiros exércitos de terror;
escravizam pela violência tantos quantos puderem, e implantam o medo entre os
que assim permitem. É óbvio que a Providência Divina não permite que esses
espíritos perdurem eternamente na maldade – afinal todos os espíritos são
impelidos à evolução -, contudo, sempre há espíritos endurecidos o bastante
para assumirem postos deixados por outros que já resolveram galgar novos planos
evolutivos.
E você? Será que também estará entre os pobres sofredores que perambularão pelo
Umbral após a morte? É provável que sim! Eu, você e a maioria dos nossos
amigos! Contudo, o tempo de sua estadia por lá irá depender de seu entendimento
e da sua busca pela reforma íntima (aquela mesma que você, enquanto estava na
Terra, falava: um dia eu faço!). E não tem jeito: o expurgo das larvas e fardos
mentais criados, se não for feito enquanto encarnado, terá que ser feito,
inexoravelmente, após a morte do corpo físico! Por isso, é importante, desde
já, não guardar mágoas e nem rancores, não alimentar sentimentos negativos,
destrutivos e autodestrutivos e, mais que isso, tentar resolver os próprios
conflitos emocionais, aproveitando a oportunidade dessa encarnação.
Ao desencarnar, se você perceber que foi parar no Umbral, pare e tente
refletir: “o que terei feito para ter acumulado fardos negativos?”, “Quais os
sentimentos que me embrutecem o espírito?”, “Quantas pessoas magoei?”, “Quais
as paixões de que não me libertei?”, “Terei alimentado algum vício?”,
“Contribuí para a infelicidade de alguém?”, “Quais os sentimentos de culpa e auto
culpa que ainda possuo, e por quê?” “Fiz algum mal ao meu corpo físico?”
Reflexões assim auxiliam à percepção das próprias limitações, o arrependimento,
o auto perdão e o encontro do melhor caminho espiritual.
Mas não se engane! Se você refletir sobre tudo isso e ainda permanecer por lá
(nada mudou!), então será porque algo ainda falta! E é para isso mesmo que
existe o Umbral; para nos retirar da nossa zona de conforto, da sensação de que
“sou sempre certo”, da nossa miopia existencial que nos coloca como o centro
das atenções e do mundo, esperando sermos compreendidos. Lá não haverá ninguém
para passar a mão pela sua cabeça e dizer “coitadinho, você tem razão...”. Lá
será o momento da verdade: da sua verdade para com você mesmo! Não haverá
espaço para mentiras e nem para auto enganações.
E, aí, das duas uma: ou você se auto-analisa verdadeira e sinceramente,
reconhecendo seus erros e expurgando todas as mágoas, rancores, culpas e falta
de perdão, ou então continuará sofrendo até que seja vencido pelo cansaço e
pela dor. Como eu disse, o tempo que você irá passar nesse estágio dependerá
somente de você. Alguns espíritos passam tão rápido que quase não percebem que
tiveram que passar por lá. Outros estão lá há séculos, e ainda não conseguem
perceber suas fragilidades emocionais e psicológicas. Vale, portanto, o
esforço, desde agora, para começar a se analisar e jogar fora todas as bagagens
negativas acumuladas. Ofendeu? Peça desculpas para não se sentir culpado! Foi
ofendido? Perdoe, para não guardar mágoas no coração! Tem algum vício?
Liberte-se o quanto antes, para não pesar no seu períspirito! Liberte-se agora!
Faça a força agora! Não deixe para amanhã! Amanhã poderá não dar mais tempo...
Mas, voltando ao Umbral e considerando que você já refletiu e sente que já não
carrega fardos psíquicos e emocionais, o que fazer? É hora, então, de conversar
com Deus e solicitar seu auxílio, pois aí sim, estará pronto para ser
socorrido. Nossa oração é um senhor meio de contato com paragens astrais mais
elevadas e, sendo sincera e envolvida por pensamentos positivos, será entendida
como o “código da libertação”.
No Umbral, há várias estações de socorro, habitadas por espíritos mais
evoluídos que se ocupam justamente em socorrer aqueles que já se encontram em
condições de resgate. Esses espíritos circulam cotidianamente, em caravanas,
pelas paragens umbralinas procurando espíritos que possam ser atendidos e encaminhados
a estações de socorro localizadas no próprio Umbral. Dali, em seguida, poderão
ser levados pelos caravaneiros para hospitais em colônias espirituais
superiores, onde serão tratados e preparados para novas encarnações.
Por isso, ao perceber que foi parar no Umbral, procure, em primeiro lugar, ter
a consciência de que a Providência Divina é justa e que, portanto, alguma coisa
você tem que expurgar de seu campo Peri spiritual. Não se ache injustiçado!
Isso só iria piorar as coisas pra você! Em segundo lugar, reflita
profundamente, visite seus sentimentos mais íntimos, reconheça seus erros e
arrependa-se de suas faltas. Por fim, ore sempre, suplicando o socorro divino
que há de vir no momento certo, pelas mãos dos Caravaneiros do Umbral e, depois
de tudo, agradeça a Deus, por ter lhe dado uma nova chance de melhorar.
Autor desconhecido.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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