sexta-feira, 17 de junho de 2022

NECESSIDADE DO TRABALHO E OUTROS.

 


                                                                      O LIVRO DOS ESPÍRITOS          

PARTE TERCEIRA- CAPÍTULO III

LEI DO TRABALHO

Necessidade do trabalho

 

A lei do trabalho não vem a ser inventada pelo ser humano, e sim vem a ser uma lei natural, da qual vem ser uma necessidade, e a civilização acaba obrigando o ser humano a trabalhar mais, porque acaba aumentando suas necessidades e prazeres.

Ele não vem a ser uma ocupação apenas material, porque os Espíritos também trabalham aonde toda ocupação vem a ser útil a todos.

O trabalho é imposto ao ser humano por ser uma consequência de sua natureza corporal, e ao mesmo tempo uma expiação, e serve para desenvolver este ser intelectualmente, ou seja, aperfeiçoar a sua inteligência. Sem o trabalho nós permaneceríamos na infância da inteligência, por isso deve serve para o nosso sustento, segurança e bem estar. Para aquele que tem o seu corpo fraco foi lhe dado à inteligência como maneira de compensação, mas não deixa de ser um trabalho, assim como o mais humilde que possa ser.

Tudo trabalha na natureza, até os animais, mas o seu trabalho e a sua inteligência é limitada porque é cuidado a sua conservação. É por isso que entre eles o trabalho não gera o progresso, enquanto que a nós há um duplo objetivo, como: a conservação do corpo físico, o desenvolvimento do pensamento, que é também uma necessidade que nos elava acima de nós.

A natureza do trabalho é relativa às necessidades da vida. A ociosidade seria o suplicio em vez de ser um benefício.

Mesmo que o ser seja abastado, ele estará sujeito às obrigações de se tornar útil conforme seus meios de aperfeiçoar a sua inteligência ou dos outros. Aquele que veio abastado mesmo que não tenha que ganhar o seu sustento com o suor do seu rosto, tem a sua obrigação de ser útil ao seu semelhante, onde a sua obrigação e a preocupação de manter os seus bens vem a ser uma necessidade e a sua responsabilidade maior ainda.

Aqueles impossibilitados de trabalhar, a sua existência não vêm a ser inútil porque Deus é justo, e Ele somente desaprova aquele que voluntariamente se tornou inútil a sua existência, isto porque vive a custa do trabalho dos outros. Mas Ele quer que cada um se torne útil conforme a sua aptidão.

A lei impõe aos filhos trabalharem pelos pais, porque existe um tempo em que os pais trabalham pelos filhos e o que os filhos terão que trabalhar pelos seus pais. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paternal, um sentimento natural para que por essa afeição recíproca, os membros de uma mesma família fossem levados a se ajudarem, o que é frequentemente esquecido na nossa sociedade atual.

 

Limite do Trabalho. Repouso.

O repouso serve para reparar as nossas forças do corpo físico, e para dar um pouco de liberdade à nossa inteligência, para que possamos nos elevar acima da matéria.

Quanto ao limite do trabalho, Deus deixa para que a humanidade decida, mas eu posso dizer que o certo seria oito para trabalharmos, oito para descansarmos e oito para o nosso lazer.

Mas em nossa Terra, as pessoas que possuem o posto de mando extrapolam esses horários pela ganância de poder ganhar cada vez mais. Mas vem a ser uma das piores ações, porque aquele que faz isto esta transgredindo as leis de Deus, e pode pagar mais cedo ou mais tarde, pois quem muito quer pode ficar sem nada. Existe a lei das caudas e efeitos, que vem a ser aquela que toda ação requer uma reação contraria. Planta-se e colhe-se.

Todos ser humano tem o direito ao repouso na velhice, desde que suas forças não atendam as mesmas de antigamente, mas às vezes a pessoa se aposenta com pouco e obriga-se a trabalhar para poder viver. Por isso que digo que na Terra não existe grande homem, mas sim a ocasião que nos abriga a isto.

Se não puder trabalhar, o forte deve fazer isso pelo fraco, como exemplo a família, e na falta desta, a sociedade deve tomar o lugar, aonde vem a ser a lei da caridade.

Bem para fechar este tema vamos fazer uma rápida interpretação de tudo isto:

Não basta dizermos que somos obrigados a trabalhar, porque na vida tudo o que fazemos devemos fazer por amor. Na vida realmente todos devem trabalhar, seja na rua, ou dentro do seu lar, onde alguma coisa teremos que fazer por nós, porque as vezes os outros não nos farão.

Deus nos deu este paraíso, e aqui não nos falta nada, mas as pessoas é que dificultam e tornam as coisas difíceis, porque colocam obstáculos em tudo aquilo que podem fazer. Eu particularmente aprendi a fazer as coisas sem ter preguiça, e fazer sempre colocando uma pitada de amor naquilo que tinha ou tenha que fazer.

Por exemplo, se todos fossem ricos não haveria a lei do progresso, porque todos teriam tudo, e para que trabalhar? Mas Deus nos deu este mundo para nós melhorarmos em tudo, e isto só acontece trabalhando e procurando fazer daqui um mundo melhor. À falta do trabalho, acaba tomando proporções de um flagelo como a miséria.

A ciência procura um remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas este equilíbrio pressupondo que fosse possível não seria continuo, e nesses intervalos o trabalhador precisa viver do seu ganho.

Mas para que a ciência econômica não venha a se tornar uma teoria, teria que observar dois pontos: a educação, não à intelectual, mas sim a moral; não as pelos livros, mas, que vem a dar os hábitos na arte de formar o caráter, que da os hábitos. Tudo isto porque, a educação vem a ser um conjunto dos hábitos adquiridos.

Quando vimos a pensar naqueles indivíduos lançados a cada dia na torrente da população, sem princípios nem freios e entregues aos próprios instintos, devem causar espanto as consequências desastrosas que resultam disso? Quanto esta arte for conhecida e praticada, a humanidade trará hábitos de ordem e de previdência para si e para os seus, de respeito pelo que são respeitáveis hábitos que lhe permitirão atravessar menos angustiado os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que uma educação bem conduzida pode curar; ai esta o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança para todos.

 

Bibliografia: O Livro dos Espíritos.

Mensagem escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

 

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