O
LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARTE
TERCEIRA- CAPÍTULO III
LEI DO
TRABALHO
Necessidade
do trabalho
A lei do
trabalho não vem a ser inventada pelo ser humano, e sim vem a ser uma lei
natural, da qual vem ser uma necessidade, e a civilização acaba obrigando o ser
humano a trabalhar mais, porque acaba aumentando suas necessidades e prazeres.
Ele não vem a
ser uma ocupação apenas material, porque os Espíritos também trabalham aonde
toda ocupação vem a ser útil a todos.
O trabalho é
imposto ao ser humano por ser uma consequência de sua natureza corporal, e ao
mesmo tempo uma expiação, e serve para desenvolver este ser intelectualmente,
ou seja, aperfeiçoar a sua inteligência. Sem o trabalho nós permaneceríamos na
infância da inteligência, por isso deve serve para o nosso sustento, segurança
e bem estar. Para aquele que tem o seu corpo fraco foi lhe dado à inteligência
como maneira de compensação, mas não deixa de ser um trabalho, assim como o
mais humilde que possa ser.
Tudo trabalha
na natureza, até os animais, mas o seu trabalho e a sua inteligência é limitada
porque é cuidado a sua conservação. É por isso que entre eles o trabalho não
gera o progresso, enquanto que a nós há um duplo objetivo, como: a conservação
do corpo físico, o desenvolvimento do pensamento, que é também uma necessidade
que nos elava acima de nós.
A natureza do
trabalho é relativa às necessidades da vida. A ociosidade seria o suplicio em
vez de ser um benefício.
Mesmo que o
ser seja abastado, ele estará sujeito às obrigações de se tornar útil conforme
seus meios de aperfeiçoar a sua inteligência ou dos outros. Aquele que veio
abastado mesmo que não tenha que ganhar o seu sustento com o suor do seu rosto,
tem a sua obrigação de ser útil ao seu semelhante, onde a sua obrigação e a
preocupação de manter os seus bens vem a ser uma necessidade e a sua
responsabilidade maior ainda.
Aqueles
impossibilitados de trabalhar, a sua existência não vêm a ser inútil porque
Deus é justo, e Ele somente desaprova aquele que voluntariamente se tornou
inútil a sua existência, isto porque vive a custa do trabalho dos outros. Mas
Ele quer que cada um se torne útil conforme a sua aptidão.
A lei impõe
aos filhos trabalharem pelos pais, porque existe um tempo em que os pais
trabalham pelos filhos e o que os filhos terão que trabalhar pelos seus pais.
Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paternal, um sentimento natural
para que por essa afeição recíproca, os membros de uma mesma família fossem
levados a se ajudarem, o que é frequentemente esquecido na nossa sociedade
atual.
Limite do
Trabalho. Repouso.
O repouso
serve para reparar as nossas forças do corpo físico, e para dar um pouco de
liberdade à nossa inteligência, para que possamos nos elevar acima da matéria.
Quanto ao
limite do trabalho, Deus deixa para que a humanidade decida, mas eu posso dizer
que o certo seria oito para trabalharmos, oito para descansarmos e oito para o
nosso lazer.
Mas em nossa
Terra, as pessoas que possuem o posto de mando extrapolam esses horários pela
ganância de poder ganhar cada vez mais. Mas vem a ser uma das piores ações,
porque aquele que faz isto esta transgredindo as leis de Deus, e pode pagar
mais cedo ou mais tarde, pois quem muito quer pode ficar sem nada. Existe a lei
das caudas e efeitos, que vem a ser aquela que toda ação requer uma reação
contraria. Planta-se e colhe-se.
Todos ser
humano tem o direito ao repouso na velhice, desde que suas forças não atendam
as mesmas de antigamente, mas às vezes a pessoa se aposenta com pouco e
obriga-se a trabalhar para poder viver. Por isso que digo que na Terra não
existe grande homem, mas sim a ocasião que nos abriga a isto.
Se não puder
trabalhar, o forte deve fazer isso pelo fraco, como exemplo a família, e na
falta desta, a sociedade deve tomar o lugar, aonde vem a ser a lei da caridade.
Bem para
fechar este tema vamos fazer uma rápida interpretação de tudo isto:
Não basta
dizermos que somos obrigados a trabalhar, porque na vida tudo o que fazemos
devemos fazer por amor. Na vida realmente todos devem trabalhar, seja na rua,
ou dentro do seu lar, onde alguma coisa teremos que fazer por nós, porque as
vezes os outros não nos farão.
Deus nos deu
este paraíso, e aqui não nos falta nada, mas as pessoas é que dificultam e
tornam as coisas difíceis, porque colocam obstáculos em tudo aquilo que podem
fazer. Eu particularmente aprendi a fazer as coisas sem ter preguiça, e fazer
sempre colocando uma pitada de amor naquilo que tinha ou tenha que fazer.
Por exemplo,
se todos fossem ricos não haveria a lei do progresso, porque todos teriam tudo,
e para que trabalhar? Mas Deus nos deu este mundo para nós melhorarmos em tudo,
e isto só acontece trabalhando e procurando fazer daqui um mundo melhor. À
falta do trabalho, acaba tomando proporções de um flagelo como a miséria.
A ciência
procura um remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas este
equilíbrio pressupondo que fosse possível não seria continuo, e nesses
intervalos o trabalhador precisa viver do seu ganho.
Mas para que
a ciência econômica não venha a se tornar uma teoria, teria que observar dois
pontos: a educação, não à intelectual, mas sim a moral; não as pelos livros,
mas, que vem a dar os hábitos na arte de formar o caráter, que da os hábitos.
Tudo isto porque, a educação vem a ser um conjunto dos hábitos adquiridos.
Quando vimos
a pensar naqueles indivíduos lançados a cada dia na torrente da população, sem
princípios nem freios e entregues aos próprios instintos, devem causar espanto
as consequências desastrosas que resultam disso? Quanto esta arte for conhecida
e praticada, a humanidade trará hábitos de ordem e de previdência para si e
para os seus, de respeito pelo que são respeitáveis hábitos que lhe permitirão
atravessar menos angustiado os maus dias inevitáveis. A desordem e a
imprevidência são duas chagas que uma educação bem conduzida pode curar; ai
esta o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança
para todos.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos.
Mensagem
escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.