PATERNIDADE
Pode-se considerar a paternidade como uma missão?
- É, sem contradita, uma missão. E, ao mesmo tempo, um dever muito grande, que
implica,
mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro... ”
(Questão 582, de O Livro dos Espíritos – Allan
Kardec)
Constatando que a sociedade atual abriga em seu
seio uma grande quantidade de jovens que apresenta sensíveis desequilíbrios,
seguindo pela vida na contramão da ordem, podemos admitir, sem medo de errar, que eles
refletem aquilo que aprenderam com os adultos ou, no mínimo, expressam a
indiferença com que foram tratados na infância, com raras exceções.
Incontestavelmente, é uma questão muito séria
dentro do contexto em que vivemos, pois que inúmeras famílias amargam, na
intimidade, problemas advindos do comportamento juvenil, onde se identificam rios de lágrimas e
vulcões de desespero eclodindo dos corações paternos.
E a pergunta surge inevitável: O que fazer?
Para os casos em que se tornaram patentes os
desvios de comportamento e as atitudes em desalinho, há que se procurar pelos
recursos que a ciência nos coloca à disposição, temperados por grandes
doses de amor, resignação, paciência e disciplina dos pais, para que a planta tenra ainda possa
ser endireitada e transformar-se na árvore frondosa e produtiva do futuro.
Mas a grande investida deve mesmo ser quanto à
condução das nossas crianças, pois esses pequenos seres que se formam para a
vida, carregarão para o porvir as mensagens que receberem na infância.
Daí, obviamente, ser a paternidade uma missão. E não podemos educar uma criança sem que tenhamos educação, pois que impossível se torna dar daquilo que
não temos. Certamente, precisamos ter consciência do que estamos passando aos nossos pequenos,
uma vez que nos próximos dias estarão dando amostras do que ensinamos a eles.
Isso, sem dúvida, é muito sério.
Os pais que não honram seus compromissos
financeiros, que gastam mais do que ganham, lecionam aos filhos como eles devem
agir quando forem adultos.
Os genitores que tratam mal os idosos que têm em suas casas ensinam aos
meninos como gostariam de ser tratados quando chegarem à velhice.
Aqueles que invadem a privacidade alheia e não
reconhecem a liberdade de cada criatura, informam aos “infantes” como devem agir perante as pessoas de suas relações.
Os pais que não se respeitam e que se dão à
infidelidade conjugal demonstram às suas crianças como, no futuro, elas deverão
se posicionar perante o companheiro ou a companheira.
Aqueles que são preguiçosos, pela inoperância e
comodismo, ensinam que o trabalho não é um bom caminho.
Já, aqueles que são trabalhadores, respeitosos, altruístas, cumpridores dos seus deveres, responsáveis pelos seus
atos perante a sociedade, participativos, atuantes, honestos, fraternos e
solidários, informam aos filhos como deve agir um homem de bem, realmente preocupado em formar uma sociedade
mais justa e humana.
Equilibrar um jovem que se precipitou pelas
veredas dos equívocos, realmente não é tarefa serena, embora necessária e
urgente, mas conduzir a criança, desde os primeiros dias, pelas estradas
sublimes do equilíbrio, é obrigação intransferível dos pais, pois que será mais
fácil educar na infância que consertar na juventude.
No meio social, é comum as pessoas afirmarem que gostariam de ser missionárias na Terra.
Assim, podemos festejar, pois todos temos a nossa missão e, de uma importância extrema: a missão da paternidade. Exercendo-a com dignidade, construiremos a sociedade dos nossos sonhos, onde a paz e a felicidade, sem dúvida,
estarão presentes ou, menosprezando-a, estaremos semeando espinhos, cujos
reflexos serão uma farta colheita de sofrimentos. A escolha é nossa.
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