Vida a dois
Naturalmente, buscamos alguém para
compartilhar nossa vida.
Movidos pelo desejo de amar e sermos amados,
buscamos alguém, no anseio de realizar tal sonho.
Assim, a vida oportuniza encontros, conheceres que,
aos poucos, ganham patamares diferentes.
Muitas vezes, inicia-se com uma amizade leve e
despretensiosa.
Outras tantas, toma, logo de início, o vulto de uma
paixão abrasadora, intensa.
Seja como for, é natural que, devagar, esse
sentimento vá ganhando raízes.
Do flerte inicial, alcança o status oficial do
namoro.
Conforme se estrutura e abre espaço na intimidade,
contempla outros sonhos, como o da construção de um lar, o planejamento
familiar, sonhos sonhados em conjunto.
Assim, a oportunidade da vida a dois se mostra como
uma das maiores venturas que o jornadear terreno oferece, e um dos grandes
desafios que o coração enfrenta.
Haverá um sentimento inicial, recíproco, como
grande incentivo para decidirmos compartilhar nossa vida com alguém.
Porém, esse sentimento, longe de estar pronto e
estruturado, ainda enfrentará embates, a fim de ganhar maturidade.
Isso porque, no exercício de compartilhar uma
existência, se mostram naturais as questões das adaptações e do aprendizado
mútuo, que se fazem diariamente.
E, como trazemos na intimidade nossas imperfeições,
naturalmente, nossos relacionamentos assim serão: imperfeitos, um pouco
desajustados.
Longe da ilusão de que toda relação significa um
amor pronto e acabado, será no cotidiano da vida que esse sentimento terá a
oportunidade de florescer e conquistar novos cimos.
Portanto, enquanto o amor ensaia seus primeiros
passos, para que tenha oportunidade de fincar raízes, é necessário que outros
sentimentos o acompanhem.
Para aprender amar, a amizade e o respeito serão
excelentes companheiros.
A amizade se fará solidariedade nas horas difíceis.
Será a companheira nas horas de dificuldades. Será a alegria na hora das
conquistas.
Quando os dias se fizerem complicados, quando as
lutas profissionais ou pessoais se fizerem mais pesadas, para um ou para outro,
o respeito trará a compreensão e o entendimento.
Finalmente, quando os anos passarem, amizade e
respeito permanecerão sempre, fiéis ao amor, quando esse, maduro e sábio, tiver
fincado raízes profundas na vida de ambos.
* * *
Quem deseja
construir o ninho de bendita convivência, realizando-se na vida a
dois, apesar da consciência dos percalços, das lutas humanas,
prepara-se, desde cedo, por meio de um decidido esforço pela autoeducação, para
que aprenda a ser alegre, sem fingimento;
humilde, sem
servilismo;
simples, sem
relaxamento;
tranquilo, sem
indiferença;
amigo, sem
conivência negativa;
atencioso, sem
submissão;
amoroso, sem
tormentos lascivos.
Quando o
materialismo, vulgar ou sofisticado, ceder lugar às amadurecidas reflexões
sobre os porquês da vida planetária e sobre os planos da Divindade para cada um
e para cada dois, o casamento terá grandes perspectivas de converter-se num
curso de aperfeiçoamento das almas, que se preparam para prestar excelente
cooperação com Deus, na Terra ou além dela.
Redação do Momento
Espírita, com base no
cap. 6, do livro Vereda familiar, pelo Espírito
Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira,
ed. Fráter.
Em 12.7.2014.
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