Jesus e a Boa Nova
O
advento do Cristo foi previsto e anunciado por vários profetas do Velho
Testamento, dentre os quais destacamos apenas uma citação, a de Isaías,
9:6-7.1
O povo
que andava nas trevas viu uma grande luz, um raio raiou para os que habitavam
uma terra sombria (…).
(…)
Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado,
Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado,
Ele
recebeu o poder sobre os seus ombros, e lhe foi dado este nome:
Conselheiro
maravilhoso, Deus-forte,
Pai-eterno,
príncipe da paz,
Para
que se multiplique o poder, assegurando o estabelecimento de uma paz sem
fim (…).
Confirmando
essa e outras profecias, Jesus nasceu na Terra em um ambiente de lutas e
conspirações, e, ainda que envergasse as vestes luminosas dos Espíritos puros e
celestiais, o Mestre se apequenou para conduzir aos píncaros da evolução a
humanidade que lhe fora concedida por Deus, jamais se negando em trilhar a
poeira da estrada, a fim de que a sua mensagem alcançasse todos os corações
humanos. Humilhado e desprezado, amou e perdoou sem cessar, prosseguindo
firme em sua gloriosa missão, tomando sobre si o fardo das nossas dores, como
assevera Emmanuel:
Sim, o
mundo era um imenso rebanho desgarrado. Cada povo fazia da religião uma nova
fonte de vaidades, salientando-se que muitos cultos religiosos do Oriente
caminhavam para o terreno franco da dissolução e da imoralidade; mas o Cristo
vinha trazer ao mundo os fundamentos eternos da verdade e do amor. Sua palavra,
mansa e generosa, reunia todos os infortunados e todos os pecadores.
Escolheu os ambientes mais pobres e mais desataviados para viver a
intensidade de suas lições sublimes, mostrando aos homens que a verdade
dispensava o cenário suntuoso dos areópagos*, dos fóruns e dos templos, para
fazer-se ouvir na sua misteriosa beleza. (…).2
O
nascimento de Jesus ocorreu durante o reinado do imperador romano Augusto (Caio
Júlio César Otávio), descrita pelos historiadores como a Era de Ouro de
Augusto, ante a beleza e harmonia existentes se comparada a épocas
anteriores ou posteriores. Humberto de Campos destaca, porém, que a
chegada do Cristo envolveu a Terra em excelsas vibrações celestiais, sendo que
a Era de Augusto consistiu, na verdade, do século do Evangelho ou da Boa Nova:
(…). É
por essa razão que o ascendente místico da era de Augusto se traduzia na paz e
no júbilo do povo que, instintivamente, se sentia no limiar de uma
transformação celestial.
Ia
chegar à Terra o Sublime Emissário. Sua lição de verdade e de luz ia
espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e
confortadoras. A Humanidade vivia, então, o século da Boa Nova. (…).3
O
âmago ou essência do Evangelho de Jesus — também conhecido pela
expressão Boa Nova (do grego, aungelion, onde,
eu= bom, e –angelion= mensagem, noticia),
significa, literalmente, “boa mensagem”, “boa notícia”4— é encaminhar a Humanidade terrestre
ao bem. Assim, a missão de Jesus, se resume em “(…) transmitir aos homens
o pensamento de Deus, somente a sua doutrina, em toda a pureza,
pode exprimir esse pensamento. Foi por isso que ele disse: Toda
planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.”5 (Grifos no original)
(…)
vinha reunir todas as criaturas na mesma vibração de fraternidade e na mesma
estrada luminosa do amor. (…). Combateu pacificamente todas as violências
oficiais do judaísmo, renovando a Lei Antiga com a doutrina do esclarecimento,
da tolerância e do perdão. Espalhou as mais claras visões da vida imortal,
ensinando às criaturas terrestres que existe algo superior às pátrias, às
bandeiras, ao sangue e às leis humanas. Sua palavra profunda, enérgica e
misericordiosa, refundiu todas as filosofias, aclarou o caminho das ciências e
já teria irmanado todas as religiões da Terra, se a impiedade dos homens não
fizesse valer o peso da iniquidade na balança da redenção. 6
A
palavra do Evangelho é límpida e cristalina, revela-se livre de fórmulas e
misticismo tão ao gosto de muitas interpretações religiosas, cristãs ou não
cristãs. E, por tocar diretamente o coração, incentiva o Espírito medir as
consequências nocivas dos próprios pensamentos e atos.
Não se
reveste o ensinamento de Jesus de quaisquer fórmulas complicadas. Guardando,
embora, o devido respeito a todas as escolas de revelação da fé com os seus
colégios iniciáticos, notamos que o Senhor desce da Altura, a fim de libertar o
templo do coração humano para a sublimidade do amor e da luz, através da
fraternidade, do amor e do conhecimento.
Para
isso, o Mestre não exige que os homens se façam heróis ou santos de um dia para
outro. Não pede que os seguidores pratiquem milagres, nem lhes reclama o
impossível.
Dirige-se
a palavra dele à vida comum, aos campos mais simples do sentimento, à luta
vulgar e às experiências de cada dia. (…).7
Em
suma, pela Boa Nova Jesus nos ensina o que é essencial ao cristão para que ele
possa ser feliz e consiga progredir sem cessar, ensina Allan Kardec: “Amar a
Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, e
acrescentando: “aí estão toda a lei toda e os profetas.”8
Tudo o
mais é consequência desses dois ensinos de Jesus.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO
PACHECO QUADRADO.
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