A fagulha e o
incêndio
Nenhum Espírito hoje encarnado na Terra saiu recentemente das mãos do
Criador.
Todos trilharam um
longo caminho para se construírem tal qual são na atualidade.
Todo Espírito é criado
simples e ignorante e gradualmente cresce em inteligência e moral.
No curso de sua
caminhada erra e acerta, vivencia paixões e desenvolve virtudes.
O progresso é uma
lei da vida e implica a impossibilidade de um Espírito regredir em sua
evolução.
Todo Espírito se
encontra no ápice de suas virtudes e de sua inteligência.
Contudo, por vezes
impressiona a derrocada moral de algumas pessoas.
Elas parecem levar
uma vida honrada e, de repente, se permitem atos vergonhosos.
Se um Espírito não
pode regredir, como isso se explica?
Na verdade, apesar
do equilíbrio aparente, cada homem traz em si as marcas de seu passado.
Paixões e vícios do
pretérito dormem no íntimo da criatura.
Porque não foram
definitivamente superados, não se pode afirmar que a evolução quanto a eles se
consolidou.
Cada qual sabe o
que constitui uma tentação para si.
Alguns identificam,
no próprio íntimo, a tendência à desonestidade material.
Outros têm
inclinação para leviandades sexuais.
Há quem sinta um
certo regozijo com a humilhação alheia.
Essas são áreas
críticas do processo evolutivo da criatura.
Em relação a elas,
urge exercitar a vigilância.
O maior incêndio
principia por uma simples fagulha.
Em face da
tentação, é importante evitar o primeiro passo rumo ao vício.
Após começar a trilhar
o antigo caminho, as tendências escondidas podem ressurgir fortes e
dominadoras.
É raro que uma
pessoa de vida regrada decida repentinamente cometer uma grande loucura.
Ela dá pequenos
passos nessa direção e pouco a pouco seu caminhar ganha velocidade.
Os escândalos mais
vergonhosos são o desdobramento de pequenos deslizes que a pessoa imaginou
irrelevantes.
O que parece
chocante aos olhos alheios é apenas o resultado de um longo processo.
Uma vez despertadas
as sombras íntimas, dominá-las pode se revelar uma tarefa árdua.
Todo Espírito tem
suas grandezas e suas misérias.
Em dadas áreas, seu
potencial no bem é incomum e sua força é manifesta.
Em outras, ele
possui flagrante fragilidade moral.
Ciente disso,
preste atenção em seu mundo íntimo.
Enfatize seu
potencial no bem, desenvolva-o, centre nele sua emoção e seus atos.
Quanto a suas
fissuras morais, cuide de fazê-las definhar, por falta de alimento.
Não se permita a
fagulha que principia o incêndio.
Não imagine que sua
felicidade depende de vivenciar paixões e tendências inferiores.
A genuína
felicidade é feita de paz, honradez e plenitude.
Pense nisso.
Redação do
Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 5.3.2014.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 5.3.2014.
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