O QUE SER MÉDIUM.
Você se indaga, às vezes, se as sensações que
tem sentido são realmente de caráter mediúnico ou apenas estados emocionais ou,
ainda, se certos acontecimentos não seriam meras fantasias ou suposições
erradas, por ficar impressionado em demasia com tudo o que lhe ocorre.
Porém como saber? Afinal, o que é ser
médium?
Usualmente, denomina-se médium aquele em quem a
faculdade mediúnica se mostra de forma ostensiva. Entretanto é bom saber que
todos os seres humanos têm mediunidade em estado latente, como um princípio,
uma semente, que poderá ou não desabrochar no curso da existência
terrena.
Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo,
explica que todos os indivíduos são mais ou menos médiuns, no sentido de que
somos influenciáveis pelas sugestões alheias, podendo estas partir de espíritos
desencarnados que nos desejam influenciar. Isto se dá através da sintonia
mental, de forma espontânea e natural, surgindo na mente do indivíduo como uma
ideia, um pressentimento, que são também chamados de “intuição”. Isto pode
estar sendo lançado por um espírito desencarnado, e a pessoa aceitará a ideia
ou não, dependendo do seu livre arbítrio.
Voltemos ao termo “médium”. É importante saber
que esta palavra significa “aquilo que está no meio”. Allan Kardec propôs esta
terminologia, inclusive as palavras “Espiritismo”, “espírita”, etc. Para
designar coisas novas trazidas pelos Espíritos Superiores à Humanidade.
Assim, médium é o intermediário, aquele que
intermédia a comunicação de um espírito com as demais pessoas.
A eclosão da mediunidade não depende de
religião, idade, raça ou sexo. Muitas criaturas, não conhecendo nada sobre o
assunto, ficam amedrontadas, outras temem as responsabilidades que são
inerentes ao exercício mediúnico e recusam-se a conscientizar-se acerca da sua
faculdade. Evitam de todas as maneiras qualquer conversa ou situação
relacionadas com o tema, mas, se os sinais de mediunidade forem muito
evidentes, intensos e frequentes, essas pessoas ficam sujeitas a alguns
problemas mais graves decorrentes das presenças espirituais ao seu lado, as
quais captam sem saber como se defender ou precaver-se contra assédios
negativos.
Mas, afinal, como saber se sou médium ostensivo?
É a pergunta que lhe ocorre.
Existem indícios que caracterizam a presença da
mediunidade de forma expressiva. O Espiritismo aclara e orienta todo esse
processo, auxiliando o médium principiante e possibilitando o exercício da
mediunidade de maneira equilibrada e serena, que lhe confere bem-estar e paz
interior.
Alguns dos indícios do desabrochar da
mediunidade podem ser relacionadas. São eles:
alterações emocionais súbitas;
acentuada sensibilidade emotiva;
vidências;
necessidade compulsiva e inoportuna de escrever
ideias que não lhe são próprias;
calafrios, sensação de formigamento nas mãos e
na cabeça;
mal-estar em determinados ambientes ou em
presença de certas pessoas;
sensações de enfermidades inexistentes.
Estes sintomas podem surgir de forma associada,
com maior ou menor intensidade, prevalecendo um ou outro ou vários, conforme a
condição espiritual do indivíduo.
Que fique bem claro que alguns desses sintomas
citados podem ocorrer, sem que seja necessariamente um sinal de predisposição
mediúnica. Outro ponto que merece ser ressaltado é que mediunidade não é doença.
Também não deve ser encarada como um privilégio ou, sob outro aspecto, como uma
sobrecarga de responsabilidade de tal teor, que somente uns poucos conseguirão
levá-la adiante.
O desabrochar da mediunidade representa para o
ser humano um horizonte novo que se abre para ele. É um chamamento, um convite
a fim de que se volte para o bem, que desperte para as realidades maiores da
vida. É uma responsabilidade sim, mas, sendo vivenciada com seriedade, com amor
e disciplina, será sempre fonte de benefícios, em primeiro lugar para o próprio
médium.
Às vezes as pessoas têm uma impressão distorcida
acerca do Espiritismo pelo que a mídia apresenta, ou seja, pessoas que são
médiuns mas que, na verdade, não são espíritas, embora assim se apresentem, e
que se utilizam da sua faculdade para aparecerem, para divulgarem suas
produções mediúnicas, mas que não têm as características espíritas, cujas
orientações são sempre voltadas para fins sérios, altruísticos e renovadores,
sem qualquer conotação de rituais ou de lucros materiais.
Se você apresenta as características acima
mencionadas, se o que lhe está acontecendo se encaixa nestes pontos
relacionados, é provável que a mediunidade lhe esteja sinalizando a busca de
uma nova vida, de um caminho novo, espiritualizado, para que você encontre,
enfim, o sentido transcendente da vida terrena.
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