O LIVRO DOS ESPÍRITOS
. CAPÍTULO IV.
PARENTESCO E FILIAÇÃO.
Os pais não criam os Espíritos, e não dão parte da sua alma,
porque a alma não se divide, pois os Espíritos foram criados por Deus.
O corpo humano procede do corpo humano, mais o Espírito não procede
do Espírito, porque o Espírito já existia antes da formação do corpo natural.
Os pais fornecem aos filhos o corpo carnal, que tem uma
semelhança física que serve como base.
Como o ser humano já teve várias encarnações, os seus
parentes que antecederam a existência atual, e por essa sucessão de existências
corporais, é estabelecido entre os Espíritos laços que vem de existências
anteriores. Ocorrendo Assim o caso de simpatia entre os seres humanos e certos
Espíritos, podendo ocorrer que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser
mais irmãos pelo Espírito do que pelo sangue, podendo se atrair, e se procurar,
e dar-se bem juntos.
Com isso os verdadeiros laços de família não são pela
consanguinidade e sim pela simpatia e pelo pensamento. Pois os Espíritos estão
unidos pela afinidade mesmo antes e durante as encarnações.
Na vida Espiritual os Espíritos formam grupos e são atraídos
pela afeição, simpatia e semelhanças das inclinações.
Por isso que existe dois tipos de famílias: Uma pelos laços
Espirituais e outras pelos corporais, onde a primeira dura mais, e se
fortalecem, pela depuração e se perpetuam na vida Espiritual; já a segunda se
torna frágil como a matéria, e se extinguem com o tempo e se dissolvem
moralmente.
As encarnações apenas os separa parcialmente, porque uns
reencarnam e outros não, mais nem por isso eles deixam de estarem unidos pelo
pensamento. Os que estão num patamar mais elevado velam por aqueles que estão
mais abaixo, onde os mais adiantados se esforçam para fazer com que os retardatários
progridam.
Ao retornarem a vida Espiritual, se reúnem novamente como se
voltassem de uma viagem, onde até uns seguem os que reencarnam, vindo se reunir
na mesma família ou num círculo de amizades, afim de se ajudarem a se
adiantarem.
Por aí vimos que a reencarnação não destrói os laços de
família, e sim os fortalece. A unicidades das existências pelo contrário veria
a romper esses laços, porque os familiares não estariam ligados antes do
nascimento, e não poderiam estarem ligados depois pela diferença da posição
Espiritual, e que seria para sempre como acreditam aqueles em Céu e inferno.
Em nossas famílias temos diversos tipos de Espíritos que
encarnam nela, a saber:
Os afins, que são nossos familiares com os quais combinam
conosco;
Os de provas e aprendizado, que são aqueles que são bem
diferentes de nós;
Os de reajustes, que são aqueles que temos débitos com eles,
ou eles conosco;
Os de oportunidade de servir, que são aqueles que precisam
de nós, a quem podemos ajudar com o nosso amor e entendimento.
Como desfecho podemos dizer, que embora os Espíritos não
descendam um do outro, eles não tem menos afeição aos que lhe estão ligados
pelos laços de família, visto que os Espíritos frequentemente são atraídos em
tal família em razão de simpatia ou por ligações anteriores.
Bibliografia: O Livro dos Espíritos.
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