terça-feira, 30 de abril de 2024

ALIANÇA DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO.

 


CAPÍTULO I-ALIANÇA DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO.

 

 

 

A ciência e a religião são duas alavancas da inteligência humana; uma revela as leis do mundo material e a outra do mundo moral, tendo, no entanto, uma e outra o mesmo princípio Deus, razão por que não podem contradizer-se. Se fossem negar uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porque Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de ideias, provém apenas de uma observação defeituosa, o excesso de exclusivismo de um lado e do outro, onde disto tudo acabou resultando um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento sobre algumas partes dos ensinos que devem ser levantados, em que a Ciência deixando de ser materialista deve levar em conta o elemento Espiritual; e em que a religião deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis, onde essas duas forças devem apoiar-se e marcharem juntas, e se servindo de apoio uma a outra. E então a religião não mais desmentida pela Ciência, estará de acordo com a razão, e não se lhe poderá opor a lógica dos fatos.

Até os dias de hoje a ciência e a religião não puderam entender-se, porque cada uma encara o seu ponto de vista exclusivo, e se repelem.

Havia a necessidade de alguma coisa para aproxima-los.  Esse traço esta no conhecimento das leis que regem o universo Espiritual e suas relações com o mundo material, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez; a fé se dirigiu a razão, esta nada encontrou de ilógico na fé; e vencido foi o materialismo.

Mas nisto sempre fica alguém que não concorda, até que sejam arrastados pelo movimento, que os arrastará para a lógica se quiserem resistir. Tudo isto esta numa revolução que neste momento se opera e trabalham os Espíritos.  Após uma elaboração que durou séculos, chega ela a sua plena realização que vai marcar uma nova era na vida da humanidade: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus, e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei do Pai Maior.

 

 

 

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Mensagem escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

A NOVA ERA.


 

CAPÍTULO I. A NOVA ERA

 

Dentro das instruções dos Espíritos, a nova Era vem a ser Deus como o único e soberano. Moises foi enviado por Ele em uma missão de trazer e fazer conhecer esta verdade não somente para o povo Hebreu, mas ao povo pagão que acreditavam em mais de um Deus.

Deus se fez valer do povo Hebreu para fazer a Sua revelação através de Moises e pelos profetas, cujas vicissitudes desse povo eram destinar a impressionar os olhos e fazer cair o véu que escondia a Divindade aos homens.

Os mandamentos de Deus enviados a Moises continham a origem da mais ampla moral cristã, onde na Bíblia os comentários lhe restringiam o sentido, porque postos em pratica com toda a sua pureza ela não teria sido compreendida, mais nem por isso os Dez mandamentos deixaram de permanecer brilhantes.

São chegados os tempos em que as ideias morais devem se desenvolver para cumprir o progresso que estão nos desígnios de Deus, que uma vez fixada à atenção, a beleza da santidade da moral impressionarão os Espíritos, e eles se interessarão por uma ciência que lhes dará à chave da vida futura, e lhes abrirá as portas da felicidade eterna.

Moises abriu o caminho, Jesus continuou a sua obra e o Espiritismo a arrebatará.

Um dia Deus permitiu aos homens ver a verdade dissipar as trevas, sendo este dia o Advento do Cristo. Depois da luz as trevas voltaram. O mundo depois das alternativas da verdade e de estado obscuro se perdeu de novo, onde os Espíritos se puseram a falar: “O mundo esta abalado em suas bases, o raio estourará; sedes firmes”.

O Espiritismo vem a ser de ordem Divina, uma vez que repousa nas próprias leis da natureza, e crê que tudo o que é de ordem Divina tem um objetivo grande e útil. Ele esta em todas as religiões, onde algumas ainda não reconhecem isto, mais perguntamos quem é Jesus, quem é o Espírito Santo que tanto falam, não são espíritos?

O Reino de Jesus ainda não chegou mesmo tendo passado todos esses anos, e mesmo com tantos sangues derramados por vários mártires e nada. Somente o Cristo pode nos indicar o caminho, onde é fácil para aquele que crê e ama. Os Espíritos nos falam me alertam: “dobrai-vos a rajada que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derribados”. Isto quer dizer, preparai-vos e não vos assemelheis as virgens loucas, que foram apanhadas de surpresa pela chegada dos seus esposos.

A revolução que se prepara é de ordem moral, onde os Espíritos Superiores nos insuflam na fé, para que todos os de boa fé façam ouvir as suas vozes, mesmo que sejamos pequenos grãos de areia, mas sem estes não haveria montanhas. A cada um a sua missão o seu trabalho.

A Nova Cruzada começou apóstolos da paz universal que não é de uma guerra, São Bernardo, olhai e marchai para frente: a lei dos mundos é a do progresso.

Fénelon, Poitiers, 1.861.

 

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

Curitiba. PR

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NÃO VIM DESTRUIR A LEI. AS TRÊS REVELAÇÕES, MOISÉS, CRISTO , O ESPIRITISMO.ALIANÇA DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO. INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS.

 


CAPÍTULO I.

NÃO VIM DESTRUIR A LEI-AS TRÊS REVELAÇÕES, MOISÉS, CRISTO, O ESPIRITISMO, ALIANÇA DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO, INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS.

               

1ª revelação Moises.

Existem duas partes distintas na lei Mosaica, a lei de Deus divulgada no Monte Sinai, e a lei civil ditada por Moises. A primeira permanente, e a segunda para atender os costumes e o caráter dos homens rebeldes, e que poderia ser modificada de acordo com a necessidade para refrear os costumes dos homens daquela época.

A lei de Deus abrangia os dez mandamentos, a saber:

1-Eu sou o Senhor Vosso Deus, que vos tirou do Egito, da casa dos servos. Não tereis outros Deuses estrangeiros diante de mim. Não fareis imagem talhada, nenhuma figura de tudo o que está no alto no Céu e embaixo na Terra, nem de tudo o que estas nas águas sob a Terra. Não os adorareis, nem lhes rendereis culto soberano;

2- Não tomeis em vão o nome do Senhor Vosso Deus;

3-Lembrai-vos de santificar o dia de Sábado;

4-Honrai Vosso Pai e a Vossa Mãe, a fim de viverdes longo tempo na Terra, que o Senhor Vosso Deus vos dará;

5-Não matareis;

6-Não cometereis adultério;

7-Não furtareis:

8-Não prestareis falso testemunho contra vosso próximo;

9-Não desejarei a mulher do próximo;

10-Não desejareis a casa do vosso próximo, nem seu servidor, nem a sua serva, nem o seu boi, nem seu asno, nem nenhuma de todas as coisas que lhe pertencem.

Esta lei de Deus abrange todos os Países e todos os tempos, e não pode ser mudada pelo homem porque pertence ao Pai Maior.

As outras foram elaboradas por Moises para atender situação critica daquela época, em que o povo era descrente e rebelde, podia ser mudada a qualquer tempo e de acordo com a necessidade.

Justamente pelo povo ser desta maneira, Moises teve que pregar um Deus terrível que castigava aqueles que não seguissem as suas leis. Moises modificou varias vezes estas leis para combater abusos e falsas interpretações, mais não podia fazer uma forma mais radical do que as contidas a estas palavras: “Amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo” , inclusive afirmando que ali estava toda a lei dos profetas.

 

2ª Revelação. O cristo.

Depois de Moises surgiu o Cristo o nosso Irmão Jesus, porém destacando que Deus era o Pai de todos, e que não castigava ninguém e os amava indistintamente. Falou também que não veio destruir as leis de Deus e sim cumpri-las, dar a elas o verdadeiro sentido e apropria-las ao adiantamento dos homens. Daí nasceu os deveres para com Deus e para o próximo, que vieram a constituir a base da doutrina.

Jesus ainda destacou que os Céus e a Terra não passariam antes de tudo fosse cumprido até o último iota. Querendo dizer com isso, que seria preciso que a lei de Deus recebesse o seu cumprimento, que fosse praticada sobre todo o nosso planeta e todas as pessoas com toda a sua pureza, e com todos seus desenvolvimentos e consequências.

Mais o papel de Jesus aqui não foi somente de um legislador moralista, mais sim de cumprir as profecias que foram anunciadas antes da Sua vinda. Ensinou aos homens que a verdadeira vida não esta na Terra, mais sim no Reino de Deus dos Céus, mostrando- lhes o caminho e meios de se reconciliar com o Pai todo Poderoso, e os prevenir sobre a marcha das coisas futuras, para o cumprimento dos destinos humanos.  Falou de tudo em termos mais ou menos explícitos, onde a chave estava na maturidade do Espírito humano, onde a ciência deveria contribuir para o desenvolvimento das ideias, dando a esta tempo de progredir.

O Cristo foi o iniciador da moral mais pura e mais sublime, e que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torna-los irmãos, colocando no coração destes, a caridade e o amor ao próximo. Criando entre eles a solidariedade, fazendo do nosso planeta à morada de Muitos Espíritos Superiores.

 

3ª Revelação. O Espiritismo.

Vem a ser o Espírito da verdade mencionado pelo Cristo. Ela vem a dar o verdadeiro sentido nas parábolas de Jesus que foram deturpadas por alguns.

O próprio Cristo falou aos seus discípulos, que o povo daquela época não estava preparado para recebê-las, e que Ele também não tivera tempo para explica-las melhor.

Como o próprio Mestre falara que não veio destruir as leis de Deus e sim cumpri-las, a nossa religião diz que viemos simplesmente para dar o complemento e coloca-las em prática.

A nossa Doutrina vem revelar que vivemos entre os dois mundos o material e o Espiritual, porque os fenômenos estão aí soltos, e aparecem em diversos lugares. Com isso prepara-nos para a vida futura e a presente, mostrando o caminho a seguir.

Ela não personifica nenhum individuo, porque é produto dos ensinamentos dos Espíritos, e por uma multidão de intermediários.

A aliança da ciência com a religião formou uma alavanca para a inteligência humana, onde revela as primeiras leis terrenas e da moral, todas seguindo o princípio das leis de Deus.

O Espiritismo revela, que esta chegando o tempo em que os ensinamentos do Cristo devem receber os seus complementos, onde a ciência terrena deve deixar de ser materialista se unindo a Espiritual. Se assim for a Religião deixara de receber os desmentidos da ciência, e por certo adquirira forças.

 

 

 

 

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

 

 

COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS.

 


CAPÍTULO XXVIII- COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS.

 

Segundo os Bons Espíritos, a prece deve ser feita do fundo da nossa alma e com humildade, procurando sempre se fixar na figura do nosso Mestre Jesus que vem a ser o Governador da nossa Terra.

Jesus nos deu uma forma de orarmos o Pai Nosso mais isto não quer dizer que não podemos orar do nosso modo, pois basta um Deus nos ajude nas horas que não coseguirmos fazê-la.

No meu ponto de vista, quando vamos orar, que procuremos acima de tudo esquecer as coisas que estão relacionadas conosco, como a família, problemas e outros.

Quando vamos fazer uma prece, devemos sempre se fixar na figura do nosso Mestre de preferência fora da cruz e cheio de paz, amor e muita luz, e fazê-la sem pressa e analisando as palavras ditas a Ele.

Quando formos pedir alguma coisa, devemos também agradecer por tudo o que Eles têm proporcionado a nós, tudo isto porque este mundo é bom, e somos nós os seres humanos que o tornamos ruim. Devemos também agradecer aos nossos queridos Mentores Espirituais, que estão junto conosco, sempre nos intuindo bons pensamentos e jorrando bons fluidos.

Quanto aos maus momentos que não parte Deles, devemos pedir sim forças e coragem para transpormos certos obstáculos, como a paciência e outros.

No meu modo de entender, quando vamos fazer a prece, devemos também primeiramente pedir por nós, e depois sim pedir pelos outros, isto porque somos nós que precisamos primeiro dos bons fluidos para depois distribuir.

Neste capítulo. No Evangelho propriamente dito, existem vários tipos de preces para cada ocasião, onde foram ditadas pelos nossos queridos Mentores Espirituais, e que nos servem de exemplo e preparo psicológico para todas as horas, mas eu resolvi escrever abaixo o que quer dizer a prece Pai Nosso o que cada frase oferecemos ao Pai Maior por intermédio é claro de Jesus Cristo:

Pai nosso que estais nos Céus, santificado seja o Vosso Santo e Divino nome!

Isto quer dizer, que exaltamos a figura de Deus em nossas vidas, porque entendemos que tudo que revela-nos poder e bondade só pode vir Dele. Tudo isto nos revela a harmonia no universo, onde testemunhamos a Sua sabedoria que suplantam todas as faculdades terrestres. Nele aparece um Ser soberano e justo em todas as obras da criação. Por toda a parte vemos a prova da Sua solitude paternal!

Venha a nós o Vosso Reino!

Com isso queremos o Seu Reino possa estar conosco, porque nele esta cheio de sabedoria e felicidade, onde reina a paz e a justiça, onde pode nos ajudar através do intercâmbio entre os mundos.

Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como nos Céus!

É solicitar para submetermos as Vossas leis sem murmurar aos Vossos decretos Divinos. Reconhecer ser Ele a fonte de toda a sabedoria, e sem Ele nada podemos.

O Pão nosso de cada dia, o do Espírito e do corpo, daí-nos hoje e sempre Senhor.

Isto quer dizer que Ele possa nos dar um meio de adquiri-lo pelo trabalho e solicitar o alimento para sustentar as nossas forças físicas que devemos tirar da terra com o nosso suor, e desenvolver o nosso intelecto, e se o trabalho nos for impossível que devemos crer na Providência Divina. Já o pão Espiritual para revigorar o nosso Espírito que devemos retirar seguindo as Leis de Deus.

Perdoai as nossas dividas, assim como nós devemos perdoar aqueles que por ventura venham a nos ofender.

Serve para pedirmos perdão pelas nossas faltas, procurando não mais cometê-las, assim como devemos perdoar aqueles que possam nos ofender. Tudo isto consiste em esquecermos as ofensas e executar o perdão. Serve também para pedirmos forças e coragem para suportarmos o ressentimento, como o ódio e o rancor, assim como pedir para que a morte do corpo físico não nos surpreenda com o desejo de vingança, onde pretendemos nos apresentar perante o Pai Maior, puros de toda animosidade. A de não maldizer aqueles que nos perseguem e caluniam.

Não nos deixeis cair na tentação dos males, e livrai-nos de todo mal.

É pedir para que tenhamos forças para resistir às maldades, onde somos também Espíritos em busca de resgate. Tudo isto porque precisamos do apoio de Deus para enveredarmos para o caminho do bem e do amor, e sendo assim os Espíritos negativos se afastarão de nós. Serve também para pedirmos sustentação para as nossas fraquezas, onde os anjos guardiões e os Bons Espíritos tenham a vontade de nos corrigir em nossas imperfeições.

E assim seja.

Serve para pedirmos que os nossos desejos possam se proceder, mas que nos inclinamos diante da Vossa sabedoria infinita, segundo a Vontade de Deus.

Tai irmãos alguns pormenores sobre a prece, e como dissemos no Evangelho Segundo o Espiritismo existem várias tipos de preces tais como:

1-Para reuniões Espíritas;

2-Pelos Médiuns;

3-Para nós mesmos.

 Como aos Anjos Guardiões e aos Protetores Espirituais para afastar de nós os Espíritos negativos.

Serve também para pedir uma corrigenda de um defeito nosso. Para resistir a uma tentação. Pela ação das graças pela vitória sobre a tentação, e para pedir conselho. Pela ação das graças por um favor obtido. Por um ato de submissão. Por ter escapado de um perigo. Para o momento de dormir. Para prevenir da morte próxima.

4-Pelos outros.

Como por alguém que esteja em aflição. Pela ação das graças por um benefício concedido a outrem. Pelos nossos inimigos que nos querem mal, e pelos inimigos do Espiritismo. Por uma criança que vai nascer e por um agonizante.

5-Por aqueles que não estão mais na Terra, como alguém que acaba de morrer.

Serve também pelas pessoas que tivemos afeição, e pelas almas sofredoras que pedem preces. Por um inimigo morto, e por um criminoso. Por um suicida, e pelos arrependidos, e endurecidos.

6-Pelos doentes e obsessos.

 

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Mensagem escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

 

 

PEDI E OBTEREIS. AÇÃO DA PRECE.TRANSMISSÃO DE PENSAMENTO.

 


CAPÍTULO XXVII-PEDI E OBTEREIS-AÇÃO DA PRECE-TRANSMISSÃO DE PENSAMENTO.

 

A prece vem a ser uma invocação, podendo ser colocada em comunicação mental com outro ser. Pode ser através de um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Podemos orar por nós e pelos outros encarnados e desencarnados, mas no meu ponto de vista, ela deve ser solicitada primeiramente para nós obtermos aquela luz, e daí sim distribuir para os outros. As preces que dirigimos a Deus são recebidas pelos Espíritos encarregados disto, e levadas a Deus, que fazem tudo perante a vontade dele.

O nosso Espiritismo faz compreendermos a ação da prece pela força do nosso pensamento até onde ela alcançar, e tornando-se necessário que imaginemos todos os seres que se acham mergulhados no fluido cósmico universal. Este fluido recebe um impulso da vontade, sendo o veículo do pensamento, assim como o ar é o veículo do som, com a diferença que as vibrações são restringidas, enquanto que o universal se estende ao infinito. Com isso queremos dizer, que quando proferimos uma prece, e imaginamos as pessoas encarnadas e desencarnadas, se estabelece uma corrente fluídica de um para o outro, transmitindo o pensamento como o ar transmite o som.

A energia da corrente que se estabelece esta em razão do vigor do pensamento e da vontade de cada um, sendo por isso que ela é ouvida pelos Bons Espíritos onde estiverem, e que se comunicam entre si, nos transmitindo suas inspiração pelo intercâmbio que se funda a distancia entre os encarnados. Mas uma coisa é certa, tudo fica subordinado à vontade do Pai Todo Poderoso.

É pela prece que conclamamos os Bons Espíritos, que acabam sustentando-nos suas boas resoluções, e acabam nos inspirando bons pensamentos. Com isso vamos adquirindo forças para vencermos as dificuldades, e entramos no bom caminho, mas se nos afastarmos deles, acabamos atraindo os males para nós.

É pela prece que vamos adquirindo forças para resistirmos às tentações do mal. Se colocarmos um limite nas nossas ambições não teremos a ruína, porque como seres humildes não sofreremos do orgulho ferido. Se praticarmos a caridade não seremos invejosos, e nem ciumentos, e se não praticarmos nenhum mal a ninguém, por certo não teremos vinganças.

Vamos imaginar se quando fazemos uma prece não conseguíssemos afastar o mal, por certo estaríamos obsedados. È por ela que podemos pedir a ajuda dos nossos Mentores Espirituais para encaminharem estes irmãos menos esclarecidos em nome de Deus e Jesus.

O ser humano às vezes se coloca na posição daquele que pede bons conselhos e os coloca em prática, mas pelo livre arbítrio pode segui-los ou não, sendo por isso que cada um é responsável pelos seus atos.

A nossa religião nos ensina que existe o intercambio do mundo material com o Espiritual, e que renunciar uma prece seria o mesmo que desconhecer a bondade de Deus, e a assistência dos Bons Espíritos.

Aquele que orar com todo fervor, acaba agradando o Nosso Pai Celestial, porque não ora somente com os lábios e sim com o coração. A prece oferece uma força magnética, porque acaba fomentando uma força fluídica a qual os Bons Espíritos oferecem as pessoas.

 

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Mensagem escrita e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

 

DAR DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBER.DOM DE CURAR.

 


CAPÍTULO XXVI, DAR DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBER.

DOM DE CURAR.

 

O Irmão Mateus mais uma vez no capítulo X, versículo 8, comenta as palavras de Jesus quando Ele se dirigiu aos seus discípulos dizendo:

“Daí de graça o que de graça recebestes”. E com esta recomendação, prescreveu que ninguém se faça pagar daquilo que nada pagou. Porque o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar demônios, isto é, os maus Espíritos. Esse dom que Jesus lhes dera gratuitamente para aliviarem os que sofriam e sofrem, foi como meio de poderem propagar a fé também; Jesus, pois lhes recomendava que não fizessem dele objeto de comércio, e nem de especulação, nem meio de vida.

PRECES PAGAS.

Já São Lucas no capítulo XX, versículo 45 a 47, São Marcos no capítulo XXII, versículos 38 a 40, e São Mateus no capítulo XXIII, versículo 14, comentam as palavras de Jesus falado aos seus discípulos em seguida, e diante de todo o povo que o escutava, orientando-os para precaverem-se dos escribas que se exibiam a passar com longas túnicas, e que gostavam de serem saudados nas praças públicas e de ocuparem nas sinagogas os primeiros lugares nos festins; que a pretexto de extensas preces, devoravam as casas das viúvas. E falou que essas pessoas receberão condenação mais rigorosa.

Jesus também informou que a prece vem a ser ato de caridade. E que é um arroubo do coração cobrar de alguém que lhe pede para pedir por si. Que cobrar de alguém aquilo que recebe de graça, é transformar-se em assalariado. E que a prece assim se torna uma fortuna para quem não pode paga-la. Disto se conclui que, uma das duas: Deus mede ou não as suas graças pelo número de palavras ou pelo valor pago, se estas forem necessárias em grande número, porque então dizê-las poucas, ou quase nenhuma por aquele que não pode pagar com já foi dito. Disto só podemos deduzir ser falta de caridade, se só uma palavra basta, sem dizê-las em excesso. Então se pergunta, porque então cobra-la? Só pode ser prevaricação.

Deus não vende os benefícios que concede, porque aquele que vende não pode garantir a obtenção da dádiva para aquele que paga.

Ao contrário se a soma não fosse paga ou não fosse suficiente, será que Deus concederia esta dádiva? O bom sendo nos diz que jamais. A justiça de Deus existe para todos, pobres e ricos, pois considera imoral traficar com as graças de um soberano da terra, que não podem ser comparadas com o do universo. Outra coisa que aquele que paga não pode se considerar isento de proferi-la, pois não existe a garantia de terceiros que assim terá a dádiva. E pergunta-se se isto de se pagar a terceiro, não vem a reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda em curso?

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

 


 

CAPÍTULO XXV. BUSCAI E ACHAREIS. AJUDA-TE E O CÉU TE AJUDARÁ.

 

O Irmão Mateus no capítulo VII, vers.7 e 11, narra as palavras de Jesus naquela época: Pedi, e dar-se-vos-á, buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á. Ou qual de vós, porventura, é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhes pedirem.

Analisando as palavras de Jesus no sentido alegórico, podemos entender que segundo o modo de ver terreno, a máxima: Buscai e achareis, é semelhante a esta outra: Ajuda-te e o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho, e, por conseguinte, da lei do progresso. Porque o progresso é o produto do trabalho, desde que é este que põe em ação as forças da inteligência.

Na infância da Humanidade, o homem só aplica a sua inteligência na procura de alimentos, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos inimigos. Mas Deus lhe deu, a mais do que ao animal, o desejo constante de melhorar, ou seja, essa aspiração do melhor, que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua situação, levando-o às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da ciência, pois é a ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Graças às suas pesquisas, sua inteligência se desenvolve, sua moral se depura. Às necessidades do corpo sucedem as necessidades do espírito: após o alimento material, ele necessita do alimento espiritual. É assim que o homem passa da selvageria à civilização.

Mas o progresso que cada homem realiza individualmente, durante a vida terrena, é coisa insignificante, e num grande número deles, até mesmo imperceptível. Como, então, a Humanidade poderia progredir, sem a preexistência e a ré existência da alma? Se as almas deixassem a Terra todos os dias, para não mais voltar, a Humanidade se renovaria sem cessar com as entidades primitivas, que teriam tudo a fazer e tudo a aprender. Não haveria razão, portanto, para que o homem de hoje fosse mais adiantado que o dos primeiros tempos do mundo, pois que, para cada nascimento, o trabalho intelectual teria de recomeçar. A alma voltando, ao contrário, com o seu progresso já realizado, e adquirindo de cada vez alguma experiência a mais, vai assim passando gradualmente da barbárie à civilização material, e desta à civilização moral.

Se Deus tivesse liberado o homem do trabalho físico, seus membros seriam atrofiados; se o livrasse do trabalho intelectual, seu espírito permaneceria na infância, nas condições instintivas do animal. Eis porque ele fez do trabalho uma necessidade, e lhe disse: Busca e acharás; trabalha e produzirás; e dessa maneira serás filho das tuas obras, terás o mérito da sua realização, e serás recompensado segundo o que tiveres feito.

E é em virtude da aplicação desse princípio que os Espíritos não vêm poupar ao homem o seu trabalho de pesquisar, trazendo-lhe descobertas e invenções já feitas e prontas para a utilização, de maneira a só ter que tomá-las nas mãos, sem sequer o incômodo de um pequeno esforço, nem mesmo de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se, e o mais ignorante tornar-se sábio, ambos sem nenhum esforço, e atribuindo-se o mérito do que não haviam feito. Não, os Espíritos não vêm livrar o homem da lei do trabalho, mas mostrar-lhe o alvo que deve atingir e a rota que leva a ele, dizendo: Marcha e o atingirás! Encontrarás pedras nos teus passos; mantém-te vigilante, e afasta-as por ti mesmo! Nós te daremos a força necessária, se quiseres empregá-la.

Segundo a compreensão moral, essas palavras de Jesus significam o seguinte: Pedi à luz que deve clarear o vosso caminho, e ela vos será dada; pedi a força de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistência dos Bons Espíritos, e eles virão ajudar-vos, e como o anjo de Tobias, vos servirão de guias; pedi bons conselhos, e jamais vos serão recusados; batei à nossa porta, e ela vos será aberta; mas pedi sinceramente, com fé, fervor e confiança; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças, e as próprias quedas que sofrerdes constituirão a punição do vosso orgulho.

É esse o sentindo dessas palavras do Cristo: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

NÃO POR A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE. NÃO IR AOS GENTIOS.

 


CAPÍTULO XXIV. NÃO POR A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE.

NÃO IR AOS GENTIOS.

 

0 Irmão Mateus no capítulo X, vers. 5-7, comenta que Jesus enviou aos doze apóstolos instruções, dizendo: Não procureis os gentios, nem entreis nas cidades dos samaritanos; mas ide antes às ovelhas que perecem, da casa de Israel. E pondo-vos a caminho, pregai, dizendo que está próximo o Reino dos Céus.

Pois é, com isso Jesus demonstra, em muitas circunstâncias, que as suas vistas não estão circunscritas ao povo judeu, mas abrange a toda a Humanidade quando disse: Aos apóstolos, que não se dirigissem aos pagãos, não foi por desprezar a sua conversão, o que nada teria de caridoso, mas porque os Judeus, que aceitavam a unicidade de Deus e esperavam o Messias, estavam preparados, pela lei de Moisés e pelos profetas, para receberem a sua palavra. Entretanto aos pagãos faltava essa base, tudo ainda estava por fazer, e os apóstolos ainda não se achavam suficientemente esclarecidos para uma tarefa assim tão pesada. Eis porque lhes disse: Ide às ovelhas desgarradas de Israel, ou seja, ide semear em terreno já preparado, pois sabia que a conversão dos gentios viria a seu tempo. Mais tarde, com efeito, os apóstolos foram plantar a cruz no próprio centro do paganismo.

Agora essas mesmas palavras podem ser aplicadas aos adeptos e aos divulgadores do Espiritismo. Os incrédulos sistemáticos, os obstinados zombadores, os adversários interessados, são para eles o que eram os gentios para os apóstolos. A exemplo destes devem procurar prosélitos, primeiramente, entre as pessoas de boa vontade, que desejam a luz, nos quais se encontra um germe fecundo, e cujo número é grande, sem perderem tempo com os que se recusam a ver e entender, e que mais se aferram ao seu orgulho, quanto mais se der a impressão de se valorizar a sua conversão. Mais vale abrir os olhos a cem cegos que desejam ver claramente, do que a um só que se compraz na obscuridade, porque isso seria aumentar em maior proporção o número dos que sustentam a causa. Deixar os outros em paz não quer dizer indiferença, mas apenas boa política. A vez deles chegará, quando se renderem à opinião geral, de tanto ouvirem a mesma coisa incessantemente repetida ao seu redor, pois então julgarão que aceitam a ideia voluntariamente, por si mesmos, e não sob a pressão de outra pessoa. Porque as ideias são como as sementes: não podem germinar antes da estação própria, e a não ser em terreno preparado. Eis porque é melhor esperar o tempo propício, cultivando primeiro as que estão em condições, e evitando perder as outras por precipitação.

No tempo de Jesus, e em consequência das ideias restritas e materiais que o dominavam, tudo era circunscrito e localizado: a casa de Israel era um pequeno povo; os gentios eram pequenos povos circunvizinhos. Hoje, as ideias se universalizam e se espiritualizam. A nova luz não é privilégio de nenhuma nação; para ela, não existem barreiras; o seu foco se distribui por toda parte, e todos os homens são irmãos. Mas os gentios também não são mais um povo determinado: são uma opinião que se encontra por toda parte, e da qual a verdade triunfa pouco a pouco, como o Cristianismo triunfou do paganismo. E não é mais com armas de guerra que se pode combatê-los, mas com o poder da ideia.

 

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

MORAL ESTRANHA. ABORRECER PAI E MÃE.

 


CAPÍTULO XXIII. MORAL ESTRANHA.

ABORRECER PAI E MÃE.

 

São Lucas no capítulo XIV, versículos 25, 27, e 33, conta que muita gente ia com Jesus; e voltando o Mestre para todos, lhes disse: Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai e sua mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e ainda a sua mesma vida, não pode ser meu discípulo. E o que não leva a sua cruz, e vem em meu seguimento, não pode ser meu discípulo. – Assim, pois, qualquer de vós que não dá de mão a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo.

E São Mateus no capítulo X, versículo 37, reforça as palavras de Jesus dizendo: O que ama o pai ou a mãe, mais do que a mim, não é digno de mim; e o que ama o filho ou a filha, mais do que a mim, não é digno de mim.

Pois é certas palavras, aliás, muito raras, contrastam de maneira tão estranha com a linguagem do Cristo, que instintivamente repelimos o seu sentido literal, e a sublimidade da sua doutrina nada sofre com isso. Escritas depois da sua morte, desde que nenhum evangelho foi escrito durante a sua vida, podemos supor que, nesses casos, o fundo do seu pensamento não foi bem traduzido, ou ainda, o que não é menos provável, que o sentido primitivo tenha sofrido alguma alteração, ao passar de uma língua para outra. Basta que um erro tenha sido cometido uma vez, para que os copistas o reproduzissem como se vê com frequência nos fatos históricos.

A palavra odiar, nesta frase de Lucas: “Se alguém vem a mim, e não odeia a seu pai e sua mãe”, está nesse caso. Ninguém teria a ideia de atribuí-la a Jesus. Seria, pois, inútil discuti-la ou tentar justificá-la. Primeiro, seria necessário saber se ele a pronunciou, e, em caso afirmativo, se na língua em que ele se exprimia essa palavra tinha o mesmo sentido que na nossa. Nesta passagem de João: “Aquele que odeia a sua vida neste mundo a conserva para a vida eterna”, é evidente que ela não exprime a ideia que lhe atribuímos.

A língua hebraica não era rica, e muitas das suas palavras tinham diversos significados. É o que acontece, por exemplo, com aquela que, no Gênese, designa as frases da criação e servia ao mesmo tempo para exprimir um período de tempo qualquer e o período diurno. Disso resultou, mais tarde, a sua tradução pela palavra dia, e a crença de que o mundo fora feito em seis dias. O mesmo acontece com a palavra que designa um camelo e um cabo, porque os cabos eram feitos de pelos de camelo, e que foi traduzida por camelo, na alegoria da agulha.

 

É necessário ainda considerar os costumes e as características dos povos que influem na natureza particular das línguas. Sem esse conhecimento, o sentido verdadeiro de certas palavras nos escapa. De uma língua para outra, a mesma palavra tem um sentido mais enérgico ou menos enérgico. Pode ser numa língua, uma injúria ou uma blasfêmia, e nada significar, nesse sentido, em outra, conforme a ideia que exprima. Numa mesma língua as palavras mudam de significação com o passar dos séculos. É por isso que uma tradução rigorosamente literal nem sempre exprime perfeitamente o pensamento, e, para ser exata, faz-se por vezes necessário empregar, não os termos correspondentes, mas outras equivalentes ou circunlóquios explicativos.

Estas observações aplicam-se especialmente à interpretação das santas Escrituras, e em particular aos Evangelhos. Se não levarmos em conta o meio em que Jesus vivia, ficamos sujeitos a enganos sobre o sentido de certas expressões e de certos fatos, em virtude do hábito de interpretarmos os outros de acordo com as nossas próprias condições. Assim, pois, é necessário não dar à palavra odiar (ou aborrecer) a acepção moderna, que é contrária ao espírito do ensinamento de Jesus.

 

Esclarecendo algumas palavras:


No original francês, o verbo empregado é odiar, motivo porque o mantivemos no teto de Kardec. O texto evangélico acima reproduzido não é tradução do francês, mas da nossa tradução clássica da Bíblia, de Figueiredo, que emprega o verbo aborrecer. (Nota do Tradutor).

Non odit, em latim; Kai ou misei, em grego, não quer dizer odiar, mas amar menos. O que o verbo grego misein exprime, o verbo hebreu, que Jesus deve ter empregado, o exprime ainda melhor, pois não significa apenas odiar, mas também amar menos, não amar igual a outro. No dialeto siríaco, que dizem ter sido o mais usado por Jesus, essa significação é ainda mais acentuada. É nesse sentido que ele é empregado no Gênese (XXIX: 30-31). “E Jacó amou também a Raquel, mais que a Lia, e Jeová, vendo que Lia era odiada…” É evidente que o verdadeiro sentido neste passo é: menos amada, e é assim que se deve traduzir. “Em muitas outras passagens hebraicas, e, sobretudo siríacas, a mesma Raquel, mais que a Lia, e Jeová, vendo que Lia era odiada…” É evidente que o verdadeiro sentido neste passo é: menos amada, e é assim que se deve traduzir. Em muitas outras passagens hebraicas, e sobretudo siríacas, o mesmo verbo é empregado no sentido de : não amar tanto quanto a outro, e seria um contrassenso traduzi-lo  odiar,que tem outra acepção bem determinada. O texto de São Mateus resolve, aliás, toda a dificuldade. (Nota de M. Pezzani).

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo médium Getulio Pacheco Quarado.

NÃO SEPARAR O QUE DEUS JUNTOU.

 


CAPÍTULO XXII.

NÃO SEPARAR O QUE DEUS JUNTOU.

INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO.

 

 

            Mais uma vez São Mateus, no capítulo XIX, versículo 3 e 9 conta que  chegaram-se a Jesus os fariseus, tentando-o e dizendo: É porventura lícito a um homem repudiar a sua mulher, por qualquer causa? E Ele nosso Mestre, respondeu, lhes dizendo: Não tendes lido que quem criou o homem, desde o princípio os fez macho e fêmea? E disse: Por isso, deixará o homem pai e mãe, e ajuntar-se-á com sua mulher, e serão dois numa só carne. Assim que já não são dois, mas uma só carne. Não separe logo o homem o que Deus ajuntou. E ai replicaram-lhe eles: Pois por que mandou Moisés dar o homem à sua mulher carta de desquite, e repudiá-la? E ai Jesus respondeu-lhes: Porque Moisés, pela dureza de vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas ao princípio não foi assim. Eu, pois, vos declaro, que todo aquele que repudiar sua mulher, se não for por causa da fornicação, e casar com outra, comete adultério, e o que se casar com a que o outro repudiou, comete adultério.

            Interpretando as palavras de Jesus entende-se que a não ser o que procede de Deus, nada é imutável no mundo. Tudo o que procede do homem está sujeito a mudanças. As leis da natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países; as leis humanas, porém, modificam-se segundo os tempos, os lugares, e o desenvolvimento intelectual. No casamento, o que é de ordem divina é a união conjugal, para que se opere a renovação dos seres que morrem. Mas as condições que regulam essa união são de tal maneira humanas que não há em todo o mundo, e mesmo na cristandade, dois países em que elas sejam absolutamente iguais, e não há mesmo um só em que elas não tenham sofrido modificações através dos tempos. Resulta desse fato que, perante a lei civil, o que é legítimo num país em certa época, torna-se adultério noutro país e noutro tempo. Isso porque a lei civil tem por fim regular os interesses familiais e esses interesses variam segundo os costumes e as necessidades locais. É assim, por exemplo, que em certos países o casamento religioso é o único legítimo, enquanto em outros o casamento civil é suficiente.

            Pois é, mas, na união conjugal, ao lado da lei divina material, comum a todos os seres vivos, existe outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, e exclusivamente moral, que é a lei do amor. Deus quis que os seres se unissem, não somente pelos laços carnais, mas também pelos da alma, a fim de que a mútua afeição dos esposos se estenda aos filhos, e para que sejam dois, em vez de um, a amá-los, tratá-los e fazê-los progredir. Nas condições ordinárias do casamento, é levada em conta a lei do amor? Absolutamente! Não se consulta o sentimento mútuo de dois seres, que se atraem reciprocamente, pois na maioria das vezes, esse sentimento é rompido. O que se procura não é a satisfação do coração, mas a do orgulho, da vaidade, da cupidez, numa palavra: todos os interesses materiais. Quando tudo corre bem, segundo esses interesses, diz-se que o casamento é conveniente, e quando as bolsas estão bem equilibradas, diz-se que os esposos estão igualmente harmonizados e devem ser muito felizes.

            Mas nem a lei civil, nem os compromissos que ela determina, podem suprir a lei do amor, se esta não presidir à união. Disso resulta frequentemente, que aquilo que se uniu à força, por si mesmo se separa, e que o juramento pronunciado ao pé do altar se torna um prejuízo, se foi dito como simples fórmula. São assim as uniões infelizes, que se tornam criminosas. Dupla desgraça, que se evitaria se, nas condições do matrimônio, não se esquecesse à única lei que o sanciona aos olhos de Deus: a lei do amor. Quando Deus disse: “Serão dois numa só carne”, e quando Jesus advertiu: “Não separe o homem o que Deus juntou”, isso deve ser entendido segundo a lei imutável de Deus, e não segundo a lei instável dos homens.

            A lei civil seria então supérflua, e deveríamos retornar aos casamentos segundo a natureza? Não, certamente. Porque a lei civil tem por fim regular as relações sociais e os interesse familiais, segundo as exigências da civilização, e eis porque ela é útil, necessária, mas variável. Deve ela ser previdente, porque o homem civilizado não pode viver como o selvagem. Mas nada, absolutamente, impede que ela seja um corolário da lei de Deus. Os obstáculos ao cumprimento da lei divina decorrem dos preconceitos sociais e não da lei civil. Esses preconceitos, embora ainda vivazes, já perderam o seu domínio sobre os povos esclarecidos, e desaparecerão com o progresso moral, que abrirá finalmente os olhos dos homens para os males incontáveis, as faltas, e até mesmo os crimes que resultam das uniões contraídas com vistas apenas aos interesses materiais. E um dia se perguntará se é mais humano, mais caridoso, mais moral, ligar um ao outro, dois seres que não podem viver juntos, ou restituir-lhes a liberdade; se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumenta o número das uniões irregulares.

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS.


 

CAPÍTULO XXI. FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS.

PRODÍGIOS DOS FALSOS PROFETAS.

            Esta escrito no nosso Evangelho Segundo o Espiritismo, que “levantar-se-ao falsos Cristos e falsos profetas, que farão grandes prodígios e sinais espantosos, ao ponto de seduzir os próprios escolhidos”. Pois é, ali explica que essas palavras dão o verdadeiro sentido da palavra prodígio. Na acepção teológica, os prodígios e os milagres são fenômenos excepcionais, que escapam às leis da natureza. Sendo elas exclusivamente obra de Deus, não havendo dúvida que podem ser derrogadas por Ele, quando lhe aprouver. Porém o simples bom-senso nos diz que Ele não pode haver conferido a seres inferiores e perversos, um poder igual ao seu, e menos ainda o direito de desfazerem o que Ele fez. Jesus jamais podia consagrar esse princípio. Se acreditássemos, portanto, segundo o sentido que se atribui àquelas palavras, que o Espírito do mal teria o poder de fazer tais prodígios, onde até mesmo os escolhidos seriam enganados. E disso resultaria que, podendo ele fazer o mesmo que Deus faz os prodígios e os milagres, eles não seriam privilégios exclusivos dos enviados de Deus. Diante disso nada se distinguiria os milagres dos santos dos milagres dos demônios. Sendo assim, é, pois necessário buscarmos um sentido mais racional para aquelas palavras.

            Aos olhos do povo todo fenômeno cuja causa é desconhecida, acaba passando por sobrenatural, maravilhoso e miraculoso. Porém uma vez conhecida a causa, reconhece-se que o fenômeno por mais extraordinário que pareça, não é mais do que a aplicação de uma determinada lei da natureza. É assim que a área dos fatos sobrenaturais se restringe, à medida que se amplia a das leis científicas. Desde todos os tempos, certos homens exploram em proveito de sua ambição, e de seus interesses e de seu desejo de dominação, certos conhecimentos que possuem, para conseguirem o prestígio de um poder supostamente sobre humano ou de uma pretensa missão divina.

            São esses os falsos cristos e os falsos profetas. A difusão dos conhecimentos vem desacreditá-los, de maneira que o seu número diminui, à medida que os homens se esclarecem. O fato de operarem aquilo que, aos olhos de algumas pessoas, parece prodígio não é, portanto, nenhum sinal de missão divina. Esses prodígios podem resultar de conhecimentos que qualquer um pode adquirir, ou de faculdades orgânicas especiais, que tanto o mais indigno como o mais digno podem possuir. O verdadeiro profeta se reconhece por características mais sérias, exclusivamente de ordem moral.

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.