CAPÍTULO XXI. FALSOS CRISTOS E
FALSOS PROFETAS.
PRODÍGIOS DOS FALSOS PROFETAS.
Esta escrito no nosso Evangelho Segundo o
Espiritismo, que “levantar-se-ao falsos Cristos e falsos profetas, que farão
grandes prodígios e sinais espantosos, ao ponto de seduzir os próprios
escolhidos”. Pois é, ali explica que essas palavras dão o verdadeiro sentido da
palavra prodígio. Na acepção teológica, os prodígios e os milagres
são fenômenos excepcionais, que escapam às leis da natureza. Sendo elas exclusivamente
obra de Deus, não havendo dúvida que podem ser derrogadas por Ele, quando lhe
aprouver. Porém o simples bom-senso nos diz que Ele não pode haver conferido a
seres inferiores e perversos, um poder igual ao seu, e menos ainda o direito de
desfazerem o que Ele fez. Jesus jamais podia consagrar esse princípio. Se
acreditássemos, portanto, segundo o sentido que se atribui àquelas palavras,
que o Espírito do mal teria o poder de fazer tais prodígios, onde até mesmo os
escolhidos seriam enganados. E disso resultaria que, podendo ele fazer o mesmo
que Deus faz os prodígios e os milagres, eles não seriam privilégios exclusivos
dos enviados de Deus. Diante disso nada se distinguiria os milagres dos santos
dos milagres dos demônios. Sendo assim, é, pois necessário buscarmos um sentido
mais racional para aquelas palavras.
Aos
olhos do povo todo fenômeno cuja causa é desconhecida, acaba passando por
sobrenatural, maravilhoso e miraculoso. Porém uma vez conhecida a causa,
reconhece-se que o fenômeno por mais extraordinário que pareça, não é mais do
que a aplicação de uma determinada lei da natureza. É assim que a área dos
fatos sobrenaturais se restringe, à medida que se amplia a das leis
científicas. Desde todos os tempos, certos homens exploram em proveito de sua
ambição, e de seus interesses e de seu desejo de dominação, certos
conhecimentos que possuem, para conseguirem o prestígio de um poder
supostamente sobre humano ou de uma pretensa missão divina.
São
esses os falsos cristos e os falsos profetas. A difusão dos conhecimentos vem
desacreditá-los, de maneira que o seu número diminui, à medida que os homens se
esclarecem. O fato de operarem aquilo que, aos olhos de algumas pessoas, parece
prodígio não é, portanto, nenhum sinal de missão divina. Esses prodígios podem
resultar de conhecimentos que qualquer um pode adquirir, ou de faculdades
orgânicas especiais, que tanto o mais indigno como o mais digno podem possuir.
O verdadeiro profeta se reconhece por características mais sérias,
exclusivamente de ordem moral.
Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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