sexta-feira, 26 de abril de 2024

POR AQUELES QUE AMAMOS.

 


Por aqueles que amamos

Prefácio: Como é horrível a ideia do nada! Como são dignos de lástima os que pensam que a voz do amigo que chora o seu amigo se perde no vácuo, sem encontrar o menor sinal de resposta! Eles jamais conheceram as afeições puras e santas. Como conhecer se pensam que tudo morre com o corpo; que o gênio, depois de iluminar o mundo com a sua poderosa inteligência, extingue-se como um sopro, no apagar de um simples jogo de forças materiais; que do ser mais querido, como o pai, a mãe, um filho adorado, não resta mais do que um punhado de poeira, que o vento inevitavelmente dispersará?

Como pode um homem sensível indiferente a essa ideia? Como não o gela de horror a ideia de um aniquilamento absoluto, e não o faz pelo menos desejar que assim não seja? Se até a razão não foi suficiente para dissipar as suas dúvidas, eis que o Espiritismo o vem fazer, através das provas materiais de sobrevivência que nos proporciona, e consequentemente da existência dos seres de além túmulo. Justamente por isso, essas provas são acolhidas por toda parte com satisfação. E a confiança renasce, pois o homem sabe, de agora em diante, que a vida terrena é apenas uma rápida passagem, que conduz a uma vida melhor. Seus trabalhos neste mundo não ficam mais perdidos para ele, e as suas mais santas afeições não são rompidas sem qualquer esperança. 

Prece:

Acolhe favoravelmente, ó Deus de bondade, a prece que vos dirijo pelo Espírito de N...! Faze-lhe perceber as tuas luzes divinas, e facilita-lhe o caminho da felicidade eterna! Permite que os Bons Espíritos levem até ele as minhas palavras e o meu pensamento.

E tu, que eu tanto queria neste mundo, ouve a minha voz que te chama para dar-te uma nova prova da minha afeição! Deus permitiu que fosses libertado antes de mim, e eu não poderia lamentá-lo sem demonstrar egoísmo, porque equivaleria a desejar que continuasse sujeito às penas e aos sofrimentos da vida. Espero, pois, com resignação, o momento da nossa união, nesse mundo mais feliz, a que chegaste antes de mim.

Bem sei que a nossa separação é apenas momentânea, e que, por mais longa ela possa me parecer, sua duração se esvai diante da eternidade de ventura que Deus promete aos seus eleitos. Que a sua bondade me livre de fazer qualquer coisa que possa retardar esse instante desejado, e que assim me poupe à dor de não te encontrar, ao sair do meu cativeiro terreno.

Oh, como é doce e consoladora a certeza de não haver, entre nós, mais do que um véu material, que te esconde ao meu olhar; a certeza de podes estar aqui, ao meu lado, ver-me e ouvir-me como outrora; de que não me esqueces, da mesma maneira como não te esqueço; de que os nossos pensamentos se confundem incessantemente, e de que o teu me segue e me ampara sempre!

Que a paz do Senhor esteja contigo!

 

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