CAPITULO XVII.
SEDE PERFEITOS.
CARACTERES DA PERFEIÇÃO.
O Irmão Mateus,
no versículo 44 e 46, 48, relembra as palavras de Jesus: “Mas eu vos digo: Amai
os vossos inimigos, fazei bem ao que vos tem ódio, e orai pelos que vos
perseguem e caluniam, para serem filhos de vosso Pai que está nos Céus; o qual
faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos.
Porque se vós não amais senão os que vos amam, que recompensas haveis de ter?
Não faz os publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente os vossos
irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? Sede
vós logo perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito”.
Pois é, com base nas palavras de Jesus, que o irmão Mateus comenta: Que desde
que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, que esta máxima tomada
ao pé da letra pressuporia a possibilidade de atingirmos a perfeição absoluta,
ou seja: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial”. E diz que se à criatura
fosse tão perfeita quanto o seu próprio Criador, ela o igualaria, o que é
inadmissível. Mas que os seres aos quais Jesus se dirigiu não teriam
compreendido essa questão. E que foi por isso que se limitou, portanto, a lhes
apresentar um modelo e dizer que se esforçassem para atingi-lo.
E
diz que devemos, pois, entender, por essas palavras, a perfeição relativa, de
que a humanidade é suscetível, e que mais pode aproximar-nos da Divindade. E
pergunta-nos em que consiste essa perfeição? E responde que foi naquilo que
Jesus mesmo o disse: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio,
e orai pelos que vos perseguem e caluniam”. E que foi com aquelas palavras, que
mostrou que a essência da perfeição é a caridade, na sua mais ampla acepção,
porque ela implica a prática de todas as outras virtudes.
E
salienta que, se observarmos o resultado de todos os vícios, e mesmo dos
simples, haveremos de reconhecer que não há nenhum que não altere mais ou menos
o sentimento de caridade, porque todos têm por base o egoísmo e o orgulho, que
são a sua negação. E porque tudo o que excita exageradamente o sentimento da
personalidade destrói ou, quando nada, enfraquece os princípios da verdadeira
caridade, que são: a benevolência, a indulgência, o sacrifício e o devotamento.
E que o amor do próximo, estendido até o amor dos inimigos, não podendo
aliar-se com nenhum defeito contrário à caridade, é sempre, por isso mesmo, o
indício de uma superioridade moral maior ou menor superioridade moral, donde decorre
que o grau de perfeição está na razão direta da extensão. E diz por último, que
foi por isso que Jesus, depois de haver dado aos seus discípulos as regras da
caridade no que ela tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como é
vosso Pai celestial”.
Bibliografia:
O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium
Getulio Pacheco Quadrado.
0 comentários:
Postar um comentário
ESTAMOS DISPOSIÇÃO DOS AMIGOS PARA ESCLARECER QUALQUER DÚVIDA.