terça-feira, 4 de setembro de 2018

CARACTERES DA PERFEIÇÃO.


CAPITULO XVII.  SEDE PERFEITOS.
CARACTERES DA PERFEIÇÃO.
            
           O Irmão Mateus, no versículo 44 e 46, 48, relembra as palavras de Jesus: “Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem ao que vos tem ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serem filhos de vosso Pai que está nos Céus; o qual faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós não amais senão os que vos amam, que recompensas haveis de ter? Não faz os publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? Sede vós logo perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito”.
            Pois é, com base nas palavras de Jesus, que o irmão Mateus comenta: Que desde que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, que esta máxima tomada ao pé da letra pressuporia a possibilidade de atingirmos a perfeição absoluta, ou seja: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial”. E diz que se à criatura fosse tão perfeita quanto o seu próprio Criador, ela o igualaria, o que é inadmissível. Mas que os seres aos quais Jesus se dirigiu não teriam compreendido essa questão. E que foi por isso que se limitou, portanto, a lhes apresentar um modelo e dizer que se esforçassem para atingi-lo.
           E diz que devemos, pois, entender, por essas palavras, a perfeição relativa, de que a humanidade é suscetível, e que mais pode aproximar-nos da Divindade. E pergunta-nos em que consiste essa perfeição? E responde que foi naquilo que Jesus mesmo o disse: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam”. E que foi com aquelas palavras, que mostrou que a essência da perfeição é a caridade, na sua mais ampla acepção, porque ela implica a prática de todas as outras virtudes.
           E salienta que, se observarmos o resultado de todos os vícios, e mesmo dos simples, haveremos de reconhecer que não há nenhum que não altere mais ou menos o sentimento de caridade, porque todos têm por base o egoísmo e o orgulho, que são a sua negação. E porque tudo o que excita exageradamente o sentimento da personalidade destrói ou, quando nada, enfraquece os princípios da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, o sacrifício e o devotamento. E que o amor do próximo, estendido até o amor dos inimigos, não podendo aliar-se com nenhum defeito contrário à caridade, é sempre, por isso mesmo, o indício de uma superioridade moral maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau de perfeição está na razão direta da extensão. E diz por último, que foi por isso que Jesus, depois de haver dado aos seus discípulos as regras da caridade no que ela tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como é vosso Pai celestial”.
Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.


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