Pai: a importância de
servir de exemplo
agosto/2014 - Por
Antônio Moris Cury
Ao contrário do que
alguns pensam, ser pai implica enorme responsabilidade. E, sem qualquer
exagero, constitui verdadeira missão.
O Livro dos
Espíritos, a obra fundamental do Espiritismo, na questão 491, ao tratar do
Espírito Protetor ou Anjo da Guarda define a sua missão como sendo a
de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do
bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe
o ânimo nas provas da vida (93ª ed. FEB, 2013, página 247).
Não é pouca coisa.
Primeiro, porque
equipara a missão do pai [biológico ou não] à do Espírito Protetor ou Anjo da
Guarda, quando se sabe que este pertence a uma
ordem elevada (questão 490 da monumental obra antes citada, que
completou 157 anos de circulação, em 18 de abril de 2014).
Segundo, por
que guiar o filho pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos,
consolá-lo em suas aflições e levantar-lhe o ânimo nas provas da vida não
é tarefa simples, embora seja perfeitamente factível.
Por que não é uma
tarefa simples?
Por várias razões,
entre elas a de que vivemos na Terra, um planeta de expiações e de provas, de
categoria inferior no Universo, onde imperam o mal e a imperfeição. Logo, o bom
encaminhamento dos filhos exige maior firmeza ainda, maior consciência, mais
conhecimento, mais dedicação, maior empenho e, sobretudo, os melhores exemplos,
naturalmente, tudo isto com muito amor na mente e no coração. A propósito do
exemplo: sabemos, todos, de cor e salteado, que o exemplo vale mais do que mil
palavras.
Por que esta tarefa
é perfeitamente factível?
Por fazer parte do
curso natural das existências. Ontem fomos filhos, hoje somos pais, amanhã
seremos avós (pais com açúcar, pais duas vezes), e assim sucessivamente.
Os ensinamentos
cristãos, à luz da veneranda Doutrina Espírita, tornam a tarefa da paternidade
bastante facilitada, uma vez que, desde logo, se compreende que o filho que
chega à nossa casa é um Ser Espiritual, com a sua individualidade inteiramente
preservada e constituída da bagagem que construiu em outras existências [com o
conhecimento que obteve e consolidou, com as virtudes que conquistou e, também,
com os erros, males e equívocos que não conseguiu superar e reparar anteriormente]
e, em geral, no pleno exercício de seu livre-arbítrio.
Chega frágil e
dependente, exatamente para receber o de que necessita para se desenvolver em
todos os sentidos. Extraordinária sabedoria de Deus, que, assim, promove a
produção de ensinamento duplo, a um só tempo. Rico, riquíssimo, aprendizado
para ambos, pai e filho.
Aprendizagem
especialíssima, visto que a Vida tem seu curso natural, normal, no plano
material, onde agora nos encontramos, e prossegue no plano espiritual, para
onde voltaremos, uma vez que somos os seres pensantes da Criação, imortais e
indestrutíveis. Viveremos para sempre, ora no corpo físico, ora fora
dele. Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a
lei, tal como se pode ler no túmulo do corpo físico de Allan Kardec no
Cemitério Père Lachaise, em Paris, França.
Com magnífica
inspiração, Carlos Torres Pastorino afirmou: Você,
que é pai, é a criatura mais feliz sobre a face da Terra. Levante os braços aos
céus e agradeça a Deus a misericórdia que lhe concedeu. Mas lembre-se de que
não basta dar aos filhos o sustento e a instrução. Algo existe mais
importante que tudo isso: é o exemplo. Dê a seus filhos o exemplo do
trabalho, da honestidade, da dignidade em toda a sua vida (Minutos
de Sabedoria, 23ª ed. Vozes, 1985, página 184).
Há muitos e muitos
séculos, o jurista romano Ulpiano aconselhava aos
juízes que, no exercício de seu ofício, não lesassem o próximo, dessem a cada
um o que era seu e vivessem honestamente. Claro que tal aconselhamento servia,
como hoje ainda serve, para todos, e não apenas para os magistrados de então.
Na mesma linha de
pensamento, o Espírito Thereza de Brito, através do eminente e
ilustrado médium Raul Teixeira, orienta: Você sabe que ser
pai no mundo é honrosa oportunidade com que Deus brinda o homem, com que
abençoa a masculinidade, homenageando a sua função co-criadora, ao lado da
mulher que se fez mãe pelos vínculos carnais… Você pode e necessita, meu amigo,
na condição de genitor, participar desse luminoso esforço, que é o de conduzir
ao Criador as almas que lhe foram apresentadas na função de filhos… Mas
não se olvide de que todas as suas orientações, palavras e ensinos se
esboroarão, ruirão por terra, se você apenas quiser ensinar, sem que viva,
nobremente, os ensinos que ministra. (Vereda Familiar, 3ª
ed. Fráter, 1995, páginas 117 e 119).
Trabalho,
honestidade, ética, dignidade, dedicação, opção pelo Bem, amor. Virtudes,
qualidades, características que todos podemos e devemos conquistar, exercer e
transmitir [não esqueçamos que sempre é tempo de começar ou de recomeçar], pelo
exemplo, e, sobretudo, pelo próprio exemplo.
MENSAGEM
DIVULGAA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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