Desencarne Coletivo Na Visão Espírita
VERDADE E LUZ
É o desencarne que ocorre em acidentes e
catástrofes de toda sorte, que vitimam pequeno ou grande número de criaturas.
Ocorre porque um grupo ou grupos de espíritos comprometidos com um mesmo débito
ou com débitos semelhantes, em reencarnações pregressas, se associam, ainda na
espiritualidade, antes do renascimento, com a finalidade de realizar “trabalho
redentor em resgates coletivos”.
Por estar relacionado a experiências evolutivas, o
desencarne coletivo é previsto por entidades Benfeitoras Espirituais, que
acolhem os desencarnantes imediatamente, muitas vezes em postos de socorro por
eles montados através da vontade/pensamento, na própria região da catástrofe ou
desastre.
O resgate de nossas ações contrárias à Lei Divina,
ao bem e ao amor pode ocorrer de várias formas, inclusive coletivamente. O
objetivo, segundo “O Livro dos Espíritos”, questão 737, é “fazê-lo avançar mais
depressa” e as calamidades “são frequentemente necessárias para fazerem com que
as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns
anos o que necessitaria de muitos séculos”.
Além disso, (questão 740), “são provas que
proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar sua
paciência e sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo em que lhe
permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de
amor ao próximo”.
E assim, entendemos o sentimento de solidariedade
que essas calamidades despertam, auxiliando todos a desenvolver o amor. O
importante para os mais diretamente envolvidos, para que tenham o progresso
devido, como está dito em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 14,
item 9, é “não falir pela murmuração”, pois “as grandes provas são quase sempre
um indício de um fim de sofrimento e de aperfeiçoamento do Espírito, desde que
sejam aceitas por amor a Deus”.
Nesta frase selecionada no “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, está uma informação de cabal importância: indício de
aperfeiçoamento do espírito. E qual seria o objetivo prático de tudo isso e
como esses fatos atuam em nosso progresso, com que finalidade?
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A resposta está na Lei do Progresso, que determina
ao homem o progresso incessante, sem retrocesso, no campo intelectual e moral;
cada um há seu tempo, seguindo seu ritmo próprio, sendo que “se um povo não
avança bastante rápido, Deus lhe provoca, de tempo em tempos, um abalo físico
ou moral que o transforma” (“O Livro dos Espíritos”, questão 783).
Como vemos, o progresso se faz, sempre, e quando
estamos atravancando-o, Deus, em sua infinita bondade e justiça, lança mão de
instrumentos que nos impulsionem à frente. O objetivo é nos levar a cumprir a
escala evolutiva, saindo de nossa condição de Espíritos imperfeitos moralmente
para a de espíritos regenerados, até atingirmos a condição de Espíritos puros.
Essa transposição de imperfeito moralmente para
regenerado marca a atual fase de transição que vivenciamos, plena de flagelos
destruidores, de calamidades, de acidentes com grande número de mortos.
Nos evangelhos segundo Mateus, Marcos e João, há
várias referências aos sinais precursores de uma transformação no estado moral
do Planeta, caracterizada pelo anúncio de calamidades diversas que atingirão a
humanidade e dizimarão grande número de pessoas, para que, na seqüência, ocorra
o reinado do bem, sejam instituídas a paz e a fraternidade universal,
confirmando a predição de que após os dias de aflição virão os dias de alegria.
O que é anunciado nessas passagens evangélicas não
é o fim do mundo de forma absoluta e real, mas o fim deste mundo que
conhecemos, em que o mal aparentemente se sobrepõem ao bem, e, como afirma
Allan Kardec em “A Gênese”, capítulo 17, item 58, “o fim do velho mundo, do
mundo governado pela incredulidade, pela cupidez e por todas as más paixões a
que o Cristo alude”.
Para que esse novo mundo se instale (“A Gênese”,
capítulo 18), é fundamental que a população seja preparada para habitá-lo. Para
tanto, teremos, todos nós, de equacionar alguns problemas de nosso passado,
construindo nosso progresso moral.
Não há transformação sem crise, e catástrofes e
cataclismos são crises que agitam a humanidade, despertando-a para a
solidariedade, a fraternidade, o bem.
Temos, então, de ver a humanidade como “um ser
coletivo no qual se operam as mesmas revoluções morais que em cada ser
individual” (“A Gênese”, capítulo 18 item 12).
Nesse contexto, a fraternidade será a pedra angular
da nova ordem social, com o progresso moral, secundado pelo progresso da
inteligência assegurando a felicidade dos homens sobre a Terra.
Para que possamos habitar esse novo mundo, não
temos de nos renovar integralmente. Segundo Kardec (“A Gênese”, capítulo 18
item 33), “basta uma modificação nas disposições morais”, e, para isso, temos
de equacionar débitos do passado e nos conscientizarmos de nossa condição de
espíritos imortais perfectíveis, em fase de desenvolvimento de nossas
potencialidades.
Como forma de acelerar esse processo de modificação
da disposição moral, a presente fase é marcada pela multiplicidade das causas
de destruição, até como forma de estimular em nós o desenvolvimento de nossas
potencialidades no bem, pois “o mal de hoje há de ser o bem de amanhã”.
Somente a educação do Espírito poderá libertá-lo do
mal, dando-lhe condições de alçar os mais altos voos no plano infinito da vida.
O importante em tudo isso é mantermos a serenidade, olharmos para frente,
divisarmos o futuro, pois “a marcha do Espírito é sempre crescente e
ascendente”. É preciso descobrir quanto bem se é capaz de fazer agora para que
o próprio crescimento não se detenha” (Portásio).
Em todo ser humano, como ressalta o Espírito Clelie
Duplantier, em “Obras Póstumas”, “há três caracteres: o do indivíduo ou do ente
em si mesmo, o do membro da família e o do cidadão. Sob cada uma dessas três
fases, pode ele ser criminoso ou virtuoso; isto é, pode ser virtuoso como pai
de família e criminoso como cidadão, e vice-versa”.
Além disso, pode-se admitir como regra geral que
todos os que se ligam numa existência por empenhos comuns, já viveram juntos,
trabalhando para o mesmo fim e se encontrarão no futuro, até expiarem o passado
ou cumprirem a missão que aceitaram.
Essas calamidades – se olharmos para elas sob o
ponto de vista espiritual, fundamentando nossa reflexão nos princípios da
Doutrina Espírita – têm, portanto, objetivos saneadores que, conforme Joanna de
Ângelis, removem as pesadas cargas psíquicas existentes na atmosfera e
significam a realização da justiça integral, pois a Justiça Divina, para nosso
reequilíbrio, recorre a métodos purificadores e liberativos, de que não nos
podemos furtar.
Assim, tocados pelas dores gerais, ajudemo-nos e
oremos, formando a corrente da fraternidade e estaremos construindo a
coletividade harmônica, sempre lembrando a advertência do Espírito Hammed: “a
função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os concretos
caminhos amorosos do equilíbrio”.
Como o golpe ao objeto pode ser modificado, repensa
e muda também tuas ações, diminuindo intensidades e frequências e recriando
novos roteiros em sua existência”. Desse modo, estaremos utilizando nossos
problemas como ferramenta evolutiva, não nos perdendo em murmurações, mas
utilizando nosso livre-arbítrio como patrimônio.
O progresso de todos os seres da criação é o
objetivo de tudo que acontece tenhamos a consciência desperta e procuremos
entender o mundo à nossa volta, cientes de que a solidariedade é o verdadeiro
laço social, não só para o presente, mas, como está em “Obras Póstumas”, “estende-se
ao passado e ao futuro, pois que os mesmos indivíduos se encontram e se
encontrarão para juntos seguirem as vias do progresso, prestando mútuo
concurso”.
Eis o que faz compreender o Espiritismo pela
equitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos
seres”.
E mais: Graças ao Espiritismo, compreende-se hoje a justiça das provações desde
que as consideremos uma amortização de débitos do passado.
As faltas coletivas devem ser expiadas
coletivamente pelos que juntos as praticaram, e os mentores estão sempre
trabalhando, ajudando a todos nós, reunindo-nos em grupos de forma a favorecer
a correção de rumo, amparando-nos e nos fortalecendo para darmos conta daquilo
a que nos propomos, além de nos equilibrarem para podermos auxiliar o outro com
nossos pensamentos positivos, nossos.
Fonte:Chico de
Minas Xavier
MENSAGEM
DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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