Origem
do bem e do mal.
Sendo Deus
infinitamente sábio, justo e bom, é evidente que o mal existente
não pode NELE ter-se originado. Por outro lado, se existisse um Satanás
(personificação eterna do mal), não podendo ser igual, seria inferior a Deus,
logo, teria sido criado por ELE, o que implicaria na negação da bondade
infinita
do Criador.
Os males tanto
físicos como morais pertencem a duas categorias:
- Os que independem da
vontade do homem – os flagelos naturais. Os flagelos
se afiguram maus e injustos aos homens, por não poderem compreender a
Sabedoria Divina que em cada acontecimento manifesta oportunidade para o
progresso da humanidade. Os flagelos permitem ao homem desenvolver sua
inteligência ao ponto de preveni-los, amenizar seus efeitos, através das
ciências aplicadas a melhoria de condições de vida e bem-estar no planeta. “A
dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso“. - Os criados pelos vícios,
orgulho, egoísmo, ambição, cupidez e por todos os
excessos. Apesar da consciência que lhe foi outorgada pelo Criador, das
advertências dos mensageiros quanto ao cumprimento das Leis Divinas que têm
por objetivo o bem e o progresso, insiste o homem em causar guerras,
injustiças, opressão do fraco pelo forte, usando assim seu livre-arbítrio para
a satisfação de seus vícios e sua vaidade.
Graças à bondade
divina, porém, chega um momento em que o mal moral se torna
intolerável, reconhece o homem a necessidade de mudar de vida. Usa então de seu
livre-arbítrio para moralizar-se a fim de ser mais feliz.
“O mal é a
ausência do bem” . “Onde não existe o bem forçosamente
existe o mal“. O mal decorre portanto do estado de imperfeição do homem.
Existe um limite natural à satisfação das necessidades. Se, por seu
livre-arbítrio comete excesso, tem como resultado as enfermidades, a morte, que
lhe advirão por sua imprevidência e não por castigo de Deus.
A alma foi criada
simples e ignorante sujeita à Lei do Progresso. Quis Deus
que o progresso resulte do próprio trabalho a fim de que lhe pertença o fruto
deste como também é de sua responsabilidade o mal que pratique.
As raízes das
paixões e dos vícios se acham no instinto de conservação,
intenso nos animais e seres animalizados onde inexiste o senso moral e a vida
intelectual. Com o desenvolvimento da inteligência o instinto se enfraquece,
fazendo com que paulatinamente haja o domínio do espírito sobre a matéria.
Quanto mais se deixe dominar pela matéria, atrasa seu desenvolvimento
identificando-se com o bruto. Assim, as paixões que lhe eram um bem, por que
eram necessidade de sua natureza, passam a ser um mal por que se tornam
prejudiciais à espiritualização do ser. “O mal é, portanto, relativo e a
responsabilidade é proporcional ao grau de desenvolvimento“.
O
instinto e a inteligência.
O instinto é a
força oculta que solicita atos espontâneos e involuntários
visando a conservação da espécie.
É pelo instinto
que a planta se volta para a luz e dirige as raízes para a
água ou terra, que os animais migram conforme a mudança de clima, constroem
seus
abrigos, armadilhas para caçar seu alimento, que os sexos se aproximam, que a
mãe protege seu filho. No início da vida os atos humanos são puramente
instintivos. Mesmo no adulto muitos atos são movidos pelos instintos como o de
conservação, equilíbrio do corpo, adaptação das pálpebras à luz, etc.
A inteligência é
um atributo da alma e se revela por atos voluntários,
refletidos, premeditados e combinados de acordo com as circunstâncias.
O instinto é
previdente e nunca se engana. A Inteligência, por ser livre,
está sujeita a errar. O adulto anda naturalmente, instintivamente, mesmo quando
está desatento ao ato de andar. Ao aumentar a velocidade, passa a usar sua
inteligência, podendo por exemplo vir a cair.
Certa teoria
considera os atos instintivos provenientes dos protetores
espirituais, que diminuiriam sua ação à medida que seu protegido desenvolvesse
sua inteligência. Contraria, entretanto, a unidade de causa que se observa
universalmente nos instintos, o que não seria possível se proviessem de cada
protetor.
Se considerar-se
todos os seres mergulhados no fluído divino, soberanamente
inteligente e previdente, entender-se-á a unidade dos movimentos instintivos
que
visam ao bem de cada indivíduo, tanto mais ativamente quanto menor for o
desenvolvimento da inteligência.
O instinto é
portanto guia seguro que se enfraquece à medida do
desenvolvimento da inteligência.
As paixões são
também forças inconscientes, nascem das necessidades do corpo
e dependem do organismo. São individuais, produzem efeitos variados em
intensidade e natureza. São úteis até o surgimento do senso moral, quando
passam
a ser prejudiciais ao progresso do espírito. “O instinto se aniquila por si
mesmo; as paixões somente pelo esforço da vontade podem domar-se“.
Destruição
dos seres vivos uns pelos outros.
A verdadeira
vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro
corporal mas sim no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo.
Em sua infinita
sabedoria o Criador faz com que os seres orgânicos se nutram
uns dos outros. No homem materializado domina o instinto animal e mata para se
alimentar. Posteriormente ao contrabalançar-se o sentimento moral, luta e
destrói para satisfazer sua ambição, orgulho, poder. Ao preponderar o senso
moral diminui a necessidade de destruir, tendendo a desaparecer, por se tornar
odiosa. Passa então a lutar intelectualmente, contra as dificuldades, não mais
contra seus semelhantes.
(Publicado no
Boletim GEAE Número 427 de 8 de janeiro de 2002)
MENSAGEM DIVULGADA
PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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