Cães de guarda
O cão tem sido ao longo do tempo
apresentado como companheiro do homem, exemplo de fidelidade. O mundo pôde ver
a cadela Baltique, da raça Labrador, acompanhar fielmente o enterro do seu
dono, o Presidente da França, François Miterrand.
Raras são as crianças que não têm um
cãozinho para brincar. Um Poodle, Bassê, um simples vira-lata.
Alguns cães têm uma infinita
paciência. A criança os puxa, aperta, abraça, dá ordens. Andam no triciclo com
o menorzinho da casa, passeiam no carro com o patrão.
Alguns se submetem a virarem um tipo
de boneco e se deixam colocar nos carrinhos de bebês, como se bebês fossem,
participando da brincadeira de faz de conta. As crianças os chamam de seus
filhinhos e falam com eles, crendo que tudo entendem.
São famosas as histórias,
imortalizadas nas telas do cinema e da TV, de cães que deram sua vida na defesa
do ser humano. Dos que morrem tristonhos sobre os túmulos dos seus donos. Dos
que, treinados, conduzem cegos, salvam vidas nos incêndios, nos terremotos, na neve.
O grande gênio Walt Disney criou um
romance entre cães e até hoje nos encantamos com A dama e o vagabundo.
Fofinhos, travessos, brincalhões, os
cães de estimação não saem de moda.
O que têm aumentado em número
assustador são os cães de guarda. Não os bons e velhos cães de guarda, ao mesmo
tempo companheiros fiéis dos seus donos.
Outra classe bem diferente. Em nome
da violência que invade os lares, as pessoas erguem muros altos, instalam
alarmes, contratam vigias. E compram um cão de guarda, escolhido entre as raças
mais agressivas.
Alguns cães têm a mordida igual ao
impacto de uma tonelada.
Os treinadores e os criadores afirmam
que cães bem criados não atacam pessoas inocentes. Dizem que um cão de guarda é
dotado do dom de diferenciar a voz de um criminoso da de um homem bem
intencionado.
Com isto cresce não somente a procura
por cães sempre mais agressivos, mas também os treinamentos a cada dia mais
violentos.
Os cães se transformam em verdadeiras
armas de guerra.
Um animal com instinto agressivo
apurado por uma série de cruzamentos e submetido a treinamentos que o
condicionam à violência pode ser controlado durante muito tempo. Mas não
durante todo o tempo.
Assim, crianças e adultos, vez ou
outra, são apanhados de surpresa e recebem mordidas de arrancar orelhas,
quebrar ossos, traumatizar para o resto da vida.
* * *
Muitos de nós temos uma fera em nosso
interior. Chama-se temperamento. Muitos desenvolvemos essa ferocidade,
educando-nos para agredir, ferir, destruir.
Transferimos para os animais essas
disposições, através de treinamentos e exigências.
Um dia, de repente, tais disposições
poderão se voltar contra o próprio cultivador e despedaçar lhe a vida.
Precaução, sim. Prudência. Medidas de
cautela.
Contudo, se confiarmos nossa
segurança a um cão treinado para a agressão, teremos que nos responsabilizar
pelos seus atos perante a Lei de Deus e dos homens.
É que temos sob nossa guarda os
animais, que foram colocados por Deus, no mundo, para nos auxiliar. Se os
transformamos em assassinos potenciais, agressores, estamos interferindo nas
Leis naturais.
Por vezes, uma pequena negligência ou
o despreparo para lidar com tais cães, pode permitir que eles firam pessoas.
A responsabilidade é sempre dos donos
pela infelicidade ou dor que causarem a terceiros.
Redação do Momento Espírita, com base em artigo publicado na r
revista Veja, de 17.01.1996 e no cap. 24 do livro Panoramas
da
vida, pelo Espírito Ignotus, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 05.12.2009.
Mensagem divulgada pelo médium Getulio
Pacheco Quadrado.
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