Um amor de avó
Ser avô ou avó é algo verdadeiramente incrível. Vencer os anos até poder ver os próprios filhos se tornarem pais, é emoção intraduzível.
Também porque na qualidade de avós, já vencemos a maternidade e a paternidade, tivemos nossas dificuldades e agora podemos contemplar, de outro ângulo, esses pequeninos que surgem em nossas vidas.
É uma fase bem diversa daquela em que os filhos nos chegaram e precisávamos pensar em tudo, enquanto a inexperiência nos trazia tantas incertezas.
Para os netos, os avós constituem um capítulo à parte. Existem aqueles que crescem, sob cuidados atentos deles, por ausência dos pais.
Existem outros que têm a casa dos avós como um segundo lar, um lugar de apoio, recreação, diversão.
Um lugar que buscam quando se desentendem com os pais, ou com o primeiro amor.
Há os que se habituaram a ter, semanalmente, o dia dos avós, ou seja, o dia de ficar com eles.
Dia de brincar, de pular na cama, de tomar sorvete, comer bolinho de chuva...
De qualquer forma, esses seres maduros fazem a diferença em muitas vidas.
Talvez tenha sido essa a razão pela qual aquela jovem, ao ter ciência de que sua avó, de 102 anos, não poderia comparecer ao seu casamento, por causa da saúde frágil, teve uma atitude inusitada.
Sabendo da importância que a ocasião representava para a avó, Tara, a noiva, decidiu que transportaria a celebração até onde ela estava internada.
Levando consigo fotógrafa, maquiadora, cabeleireira, além das joias e do vestido que usaria no grande dia, Tara voou até a Flórida para que a avó pudesse ter a chance de ver como ela ficaria vestida de noiva.
Para completar a surpresa, as duas posaram para um ensaio de fotos mais do que especial.
Difícil descrever a alegria, o sorriso daquela senhora. Ao se despedir, ela segurou o rosto da neta, olhou no fundo dos seus olhos e disse: Eu te amo muito.
Vinte e sete dias depois ela morreu.
Quanto à Tara, no dia do casamento oficial, surpreendeu a família com o ensaio fotográfico que fizera com a avó. A emoção foi indescritível. Não houve quem não deixasse que as lágrimas descessem pelas faces.
* * *
Ficamos imaginando os sentimentos daquela avó, com a presença da neta, podendo vê-la vestida a caráter para o casamento.
Mais do que isso, ter-lhe recebido o carinho e participado da sessão de fotos. Como deve ter se sentido amada.
Não sabemos se o casamento se deu antes ou depois da morte da avó, mas de um detalhe temos absoluta certeza: encarnada ou desencarnada, ela deve ter assistido, em espírito, ao belo consórcio de sua neta.
Imaginamos também que no futuro, quando Tara tiver seus filhos, terá fotos lindas para mostrar a eles.
Mais do que lhes falar do respeito e do amor que se deve ter aos antepassados, lhes mostrará do seu próprio exemplo.
E todos sabemos que mais do que as palavras, são os exemplos que produzem efeitos positivos na educação.
Oxalá haja muitas netas desse quilate no mundo. E muitas avós que, por sua dedicação e carinho, mereçam algo semelhante e muito mais.
Redação do Momento Espírita, com base em
fato colhido no site Claudia.abril.com.br,
em 11.9.2019.
Em 25.10.2019.
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