sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
CAPÍTULO III.
 CONSIDERAÇÕES E CONCORDÂNCIAS BÍBLICAS CONCERNENTES À CRIAÇÃO.

A constituição física dos diferentes globos não vem a ser a mesma, eles não se assemelham, existindo diferenças.
Os seres que neles habitam têm a sua organização diferente uns dos outros.
Os mundos mais distantes do sol e que são privados da luz e calor dele, não vem a se constituir um problema, porque lá a eletricidade acaba suprindo essa lacuna, e desempenhando um papel bem mais importante do aqui.
A existência dos seres nesses mundos é apropriada ao meio em que eles têm de viver, onde podem conter as fontes de luz e calor necessários aos seus habitantes.
Quanto às considerações e concordâncias Bíblicas referentes à criação, podemos dizer que os povos fizeram ideia bastante divergente sobre a Criação, isto segundo o grau de conhecimento de cada um. Por exemplo: a de Adão na questão de ter sido o primeiro homem a habitar a nossa Terra, existe várias hipóteses, como a de que Deus precisava de um corpo e se utilizou a do macaco. Eu acho esta a mais viável, mais tem gente que pergunta como ficou o macaco e o homem? Ora o macaco continuou a ser macaco, e o homem o homem, onde na idade pré-histórica se via ele todo barbudo e curvado como se fosse um macaco. Já no caso de Adão se admitirmos esta hipótese, perguntamos se naquela época éramos simples germes, e se já fomos vegetal, mineral e animal como fica?
Quanto ao movimento da Terra parecia em determinada época tão contrária aos textos sagrados.
Por outro lado, a Bíblia diz que a Terra foi criada em seis dias, e fixa a época da Criação em quatro mil anos antes da era Cristã. Perguntamos baseado nisso, antes disso a Terra não existia? Aonde ela foi tirada do nada?  O texto é formal, aonde a ciência implacável vem provar o contrário, que a formação do globo representa outros tantos períodos, cada um deles talvez de muitas centenas de milhares de anos. Com isso prova que os homens que escreveram a Bíblia se enganaram na sua interpretação.
A ciência também explica em que os diferentes seres vivos apareceram na superfície da nossa Terra, e essa concorda com a indicada na Gênesis, com a diferença que essa obra em vez de ter saído das mãos de Deus em apenas algumas horas, realizou-se sempre por Sua vontade, mas segundo a lei das forças naturais em alguns milhões de anos.
No ponto de vista de Moisés, a ciência coloca o homem como o último habitante na criação dos seres. Por outro lado Moisés coloca o dilúvio universal no ano de 1.654 na formação do mundo, enquanto a Geologia mostra o grande cataclismo como anterior à aparição do homem, tendo em vista que até agora não se encontrou nas camadas primitivas nenhum traço da sua presença, ou seja, de animais, que sob o ponto de vista físico são da mesma categoria. Mas isso nada prova que isso seja impossível, onde várias descobertas já lançaram dúvidas a respeito da anterioridade da raça humana.
O problema maior é em saber se o cataclismo é o mesmo de Noé. A duração necessária a formação das camadas fósseis não da lugar a confusões, e no momento em que se encontrarem os traços da existência do homem anteriores a grande catástrofe, ficará provado que Adão não foi o primeiro homem.
Quanto à existência do homem antes do dilúvio geológico ainda é hipotética. Vamos admitir que o homem tivesse aparecido pela primeira vez na Terra há quatro mil anos antes de Cristo, se 1.650 anos mais tarde toda a raça humana foi destruída, com exceção de apenas uma família. Com isso, temos que concluir que o povoamento da Terra data de Noé, ou seja, de 2.350 nos antes da nossa era. Outra coisa, quando os hebreus emigraram para o Egito no décimo oitavo século, encontraram esse país bastante povoado e já bem avançado em civilização.
Quanto à divergência das raças humanas, o clima e os hábitos produziram sem dúvida modificações das características físicas, mas sabe-se até onde pode chegar à influência dessas causas, e o exame fisiológico prova a existência entre algumas raças, de diferenças constitucionais mais profundas que as produzidas pelo clima. Já no cruzamento das raças dizem que produziu os tipos intermediários. Analisando-se isto, indagamos? Para que tivesse o cruzamento das raças, era necessária que houvesse raças distintas, e como explicarmos a sua existência e, sobretudo tão próxima?
Outra pergunta, é como vamos admitir que em alguns séculos certos descendentes de Noé tivessem se transformado a ponto de produzirem nova raça?
Com tudo isso se explica pelo contrário: vamos admitir que a existência do homem se desse antes da época que lhe é vulgarmente assinalada; a diversidade das origens; Adão que viveu há seis mil anos, como tendo povoado uma região ainda inabitada; o dilúvio de Noé como uma catástrofe parcial, acabou se transformando em um cataclismo geológico.
Com tudo isso recomendamos colocarmos em prática a fé raciocinada, pois existe muitas coisas e hipóteses sobre certas questões serias que nos deixam dúvidas.



Bibliografia: O Livro dos Espíritos.
Mensagem escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.











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