Alguém para compartilhar
Um amigo
nos contou algo impressionante.
Desde
muito jovem e antes mesmo de se graduar em física, ele desenvolvia pesquisas em
iniciação científica e se interessava por questões ligadas aos fundamentos da
física, e à lógica matemática.
Continuou
seus estudos em Lógica e Filosofia da Ciência no programa de pós-graduação do
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Estadual de
Campinas, entrando no campo da Teoria da Prova.
Seu
projeto era provar uma proposição de Dag Prawitz, da "Escola Escandinava
de Teoria da Prova", denominado "Teorema de normalização simples para
a Lógica Clássica de primeira ordem completa".
Em sua
tese de doutorado, "Provas de normalização para a Lógica Clássica",
defendida na mesma Instituição em 1990, assumiu o problema proposto por Per
Martin Löf, que consiste em definir um conceito de "pior sequência de
redução" para as derivações.
Com este trabalho, que lhe valeu o
prêmio Santista Juventude conseguiu provar que, se a pior sequência de redução
termina, então todas as sequências terminam em uma única forma normal.
Você deve
estar se questionando: “o que vem a ser tudo isso? Não entendi absolutamente
nada!”
Mas foi
justamente isso que nos impressionou na história desse amigo.
Ele era
profundo estudioso e conhecedor da teoria da prova, uma área específica da
lógica matemática, mas resolveu deixar tudo isso de lado.
E sabe por
quê?
Bem,
porque ele sentia muita dificuldade em dividir seus conhecimentos com alguém,
pois poucas pessoas conheciam essa área.
“Então”, contava-nos ele, “deixei de
lado essa matéria porque conhecia somente umas cinco pessoas com quem podia
falar sobre o assunto, e algumas delas viviam fora do Brasil. Eu sinto necessidade
de compartilhar minhas ideias”, concluiu o filósofo.
O ser
humano tem necessidade de dividir seus sentimentos com alguém.
Por mais
feliz que ele seja, se não houver ninguém para compartilhar, a felicidade não
faz sentido.
De que
vale uma grande conquista, sem alguém que nos abrace e nos diga: “parabéns,
você venceu!”?
De que
adianta sentir uma grande alegria se não tiver ninguém para saber disso?
Não faz
sentido sorrir, se não houver alguém para rir conosco.
Quando
vemos um filme e algo nos chama a atenção, logo queremos falar sobre isso,
contar para alguém, mesmo que esse alguém seja um desconhecido.
Enfim, a
felicidade e a infelicidade são estados d’alma para serem compartilhados.
Sem alguém
para dividir conosco as nossas alegrias e tristezas, a vida fica sem sentido.
Foi por
essa razão que o jovem matemático resolveu deixar de lado aquela área da lógica
e tratar de assuntos que pudesse compartilhar, trocar ideais, discutir.
É verdade
que existem áreas do conhecimento humano com as quais raros missionários
assumem o compromisso de estudar e descobrir meios de torná-los úteis à
humanidade.
Mas mesmo
esses ilustres missionários não deixam de sentir, vez ou outra, a necessidade
de compartilhar suas descobertas com alguém.
Na falta de quem os ouça, é bem
possível que a depressão lhes faça companhia. Ainda assim se decidem pelo
isolamento, por amor à causa que assumiram perante suas próprias consciências e
pelo bem de seus semelhantes.
Pense nisso!
Sem alguém
para compartilhar, não haveria abraços, nem apertos de mãos, nem troca de ideias...
Não
haveria como dividir os medos, os anseios, os sonhos, as alegrias...
As pessoas
que vivem isoladas, entram em profundas depressões, perdem a vitalidade e a
vontade de viver...
Pense nisso e, se tiver com quem, compartilhe
suas experiências. Descubra a arte de compartilhar e perceberá que a vida lhe
mostrará um colorido todo especial.
Equipe de
Redação do Momento Espírita, com base em conversa com Cosme Massi e em matéria
a seu respeito, publicada no site: www.fundacaobunge.org.br/fundacaobungepagina_03.htm
MENSAGEM
DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO
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