O LIVRO DOS
ESPÍRITOS.CAPÍTULO IX.
OS ESPÍRITOS
DURANTE OS COMBATES.
Numa batalha, existem
Espíritos que a assistem e amparam cada uma das forças em luta, e
estimulam a sua coragem.
Comentário
de Kardec: Assim
os antigos nos representavam os deuses tomando partido por este ou aquele povo.
Esses deuses nada mais eram do que os Espíritos representados por figuras
alegóricas.
Numa guerra, a justiça
dos Espíritos tem uns que estão do lado que só buscam a discórdia e a destruição. Para eles
a guerra é a guerra; e a justiça da causa pouco lhes importa.
Certos Espíritos podem
influenciar o general na concepção dos seus planos de campanha. Eles podem influenciá-lo nesse
sentido, como em todas as concepções.
E os maus Espíritos podem
suscitar-lhe planos errados, com vistas à derrota.
Mas ele tem o seu livre-arbítrio de escolher seu
caminho. Se o seu raciocínio não lhe permite distinguir uma ideia certa de
uma falsa, terá de sofrer as consequências e faria melhor em obedecer do
que em comandar.
O general pode algumas
vezes ser guiado por uma espécie de dupla vista, uma visão intuitiva que lhe
mostre por antecipação o resultado dos seus planos. É o acontece com o ser de gênio. É o que ele chama
inspiração e lhe permite agir com uma espécie de certeza. Essa inspiração
lhe vem dos Espíritos que o dirigem e se servem das faculdades de que ele
é dotado.
No tumulto do combate, o
que acontece aos espíritos dos que sucumbem, é que alguns continuam a se interessar, e outros acabam
se afastando.
Comentário
de Kardec: Nos
combates, acontece o mesmo que se verifica em todos os casos de morte violenta:
no primeiro momento, o Espírito fica surpreso e como aturdido, não acreditando
que está morto; parece-lhe ainda tomar parte na ação. Não é senão pouco a pouco
que a realidade se lhe impõe.
Os Espíritos que se
combatiam quando vivos, uma vez mortos se reconhecem como inimigos e continuam
ainda excitados uns contra os outros. Porém nesse momento, o Espírito jamais se mostra calmo. No
primeiro instante, ele ainda pode odiar seu inimigo e mesmo o perseguir.
Mas quando as ideias se lhe acalmarem, verá que a sua animosidade não tem
mais razão de ser. Não obstante, poderá ainda conservar resquícios maiores
ou menores, isto de acordo com o seu caráter. Ele ainda ouve o fragor da batalha.
Com referência ao Espírito
que assiste friamente a um combate como espectador, se ele testemunha a separação
entre a alma e o corpo, e como ele recebe esse fenômeno, podemos dizer:
Que
são poucas as mortes realmente instantâneas, e que na maioria das vezes, o Espírito
cujo corpo foi mortalmente ferido não tem consciência disso no mesmo instante.
Quando começa a retomar consciência é que se pode distinguir o Espírito a
mover-se ao lado do cadáver. Isso parece tão natural que a vista do corpo
morto não produz nenhum efeito desagradável.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos.
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