Vale a pena ser mãe
Ela era jovem e cheia de sonhos. Quando a gravidez se confirmou, vibrou
de felicidade.
Ela era amada,
tinha um lar, e agora um filhinho viria brindar com mais alegrias a sua vida.
Idealizou, junto
com o marido, como seria aquele bebê que se formava, em sua intimidade.
Passou a olhar
vitrines com mais atenção. Vitrines com roupas de bebê, carrinhos, berço, enfim
tudo que pudesse compor um quartinho especial para o amor do seu amor.
Algo, contudo,
viria empanar a sua felicidade e colocar cores escuras em seus sonhos.
Em um dos exames
preliminares, foi-lhe dito que seu bebê apresentava uma dificuldade. Em
verdade, uma séria dificuldade.
Ele era anencéfalo.
Não tinha cérebro. A orientação foi que ela abortasse.
Adriana chorou
muito. Seu marido também. Diante da possibilidade de abortar, ela hesitou,
mesmo sabendo que o bebê não viveria senão algumas horas, depois do parto.
Aquela mulher, que
acreditava na imortalidade da alma, nas vidas sucessivas, nos objetivos da
reencarnação, tomou uma decisão.
Ela não abortaria.
Seu bebê viveria o mais possível, a depender da sua disposição e coragem. E se
assim decidiu, seu marido a apoiou.
Foram noites de
muitas lágrimas. Noites de incertezas, de dúvidas, de pesar.
Afinal, eles
desejavam tanto um bebê, um filho para amar, acarinhar, ver crescer.
E seu filhinho não
viveria para isso.
Surpreendentemente,
dois meses depois desse diagnóstico, um novo exame revelou algo diferente: seu
bebê não era anencéfalo.
O ultrassom
detectou o cérebro e apontou que o problema do feto era o não fechamento
neural. Um problema que poderia ser corrigido cirurgicamente.
Adriana deixou que
as lágrimas lhe lavassem as faces e a alma. Foi um alívio momentâneo, porque
logo depois veio o outro diagnóstico.
A sua filhinha era
portadora de uma cardiopatia.
Sim, um
procedimento cirúrgico poderia resolver.
Assim, a jovem
grávida foi encaminhada para um hospital e recebeu acompanhamento médico até o
final da gravidez.
Rafaela nasceu no
dia 1º de janeiro de 2005. Era como se desejasse anunciar um novo ano com sua
presença.
Nasceu no mesmo dia
e no mesmo horário que seu pai nascera.
Era um presente
maravilhoso, consideraram os pais.
É a própria Adriana que conta, com
palavras emocionadas: Fizemos de tudo para que ela
sobrevivesse.
E tudo aconteceu da
melhor forma.
Rafaela ficou no
hospital. Só meu marido e eu podíamos entrar para vê-la.
E a cada vez que a
visitávamos, fui percebendo que aqueles eram momentos só nossos, para conhecê-la.
Rafaela faleceu no
dia 17 de janeiro.
E de tudo isso
aprendi que o amor é o mais importante. Se realmente o diagnóstico mudou,
porque mudou, não sei.
O que sei é que
valeu cada minuto ao lado de minha filha.
Hoje, que os dias
já acalmaram a dor da separação, tenho sonhado com minha filhinha.
Ela me parece uma
criança feliz e agradecida por tudo que passou.
E eu, eu agradeço a
Deus a oportunidade de ser mãe de Rafaela.
Minha mensagem a
todas as mulheres é que não desistam de ser mães, acima de tudo.
Pois ser mãe sempre
vale a pena!
Redação do Momento Espírita,
com base em fato, remetido pelo
Dr. Laércio Furlan, da AME-PR.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 18, ed. FEP.
Em 8.8.2013.
Dr. Laércio Furlan, da AME-PR.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 18, ed. FEP.
Em 8.8.2013.
MENSAGEM COMPARTILHADA PELO MÉDIUM EGTULIO PACHECO QUADRADO
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