A Missão dos Pais
Espíritas
“A MELHOR ESCOLA AINDA É O LAR, ONDE A CRIATURA DEVE RECEBER AS BASES DO
SENTIMENTO E DO CARÁTER.” (Emmanuel – O
Consolador – item 110)
Vivemos uma época de profundas
transformações quando os valores que regem a sociedade estão sendo
questionados. Como nos dias atuais nunca se buscou tanto o prazer e a
satisfação doentia das paixões, contudo, ao mesmo tempo, nunca se sentiu tanta
falta de orientação e amparo à família que possam preparar o homem para a
modernidade, sem levá-lo à bancarrota moral.
Sem dúvida, as mudanças fazem parte do
processo de evolução. Somente com a luz viva da verdade espiritual, com o
conhecimento da reencarnação, com o entendimento da destinação evolutiva do
homem, com a compreensão da lei de ação e reação, o ser humano conseguirá
captar a importância da busca pela riqueza espiritual, cumprindo o mister de
renovar a sociedade, renovar os homens.
A renovação das criaturas se fará
através da EDUCAÇÃO. A educação se inicia na infância, desde os primeiros momentos
do espírito encarnado. E a responsabilidade de educar estas almas que retornam,
compete aos PAIS.
Se há grande importância em dirigir um
carro, dirigir uma empresa, maior ainda é a importância de dirigir um espírito
eterno em seus primeiros passos na presente encarnação. As situações meramente
humanas passam, mas a moral, o caráter, os sentimentos são elementos divinos
que caracterizam a alma, que na infância se encontra predisposta à chance de
reajustar-se e aprender novas lições.
Em Allan Kardec temos magistral questão
(LE 582): “Pode considerar-se como missão a paternidade? É, sem contestação
possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que
envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro”.
O compromisso de sermos pais ou mães
foram assumidos na Pátria Espiritual e reafirmados por ocasião de nosso
casamento, na formação da nova família. A responsabilidade dos pais é imensa na
educação dos filhos. Não somente na preocupação de dar-lhes alimento, vestuário,
lazer, escola, conforto, mas principalmente na dedicação em colocar-lhes no
coração os sentimentos e virtudes que os orientarão e lhes iluminarão os
caminhos.
Novamente Kardec elucida: “Os espíritos
dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação.
Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu
desempenho”. (LE 208).
Deste modo, ninguém poderá subtrair dos
genitores a responsabilidade da tarefa.
Isto não significa, em hipótese alguma,
que os pais devam realizar uma incrível “mágica” e transformar seus filhos em
“anjos” em alguns anos de convivência. O que Jesus nos pede é que sejamos
sempre esforçados e dedicados a tão importante encargo, não desanimando ante as
dificuldades ou desprezando o lar pela busca obsessiva dos fatores
transitórios.
O Espírito não se modificará
profundamente de um momento para outro. Porém, todo bom exemplo, toda boa
palavra, toda corrigenda sincera, todo diálogo, toda energia, todo carinho,
toda disciplina e todo amor jamais se perderão, mesmo que tenham sido
encaminhados a um coração endurecido pelo mal, ainda carregando muitas
dificuldades.
Não haverá consciência atormentada
quando formos pais leais, devotados e sinceros, mesmo com a tristeza de ver
nossos filhos incursionando pelos caminhos do desequilíbrio e da ilusão. O que
causará grande tormenta em nossa consciência será a preguiça no exercício de
nosso papel paterno/materno, o amor sem limites que cega, a profunda má vontade
de grande parte dos pais que acham já saberem tudo, não enxergando suas falhas,
e a falta de humildade em reconhecer-nos ainda insipientes quanto aos
conhecimentos acerca da educação. Não somos responsáveis pelas imperfeições de
nossos filhos, mas, sim, se adubamos essas tendências infelizes ou se não as
combatemos quanto podíamos.
O mais importante não é darmos “shows”
de virtudes paternais, e sim que nossos filhos, ao deixarem a vida física,
estejam mais enriquecidos espiritualmente e moralmente do que quando chegaram a
ela, mesmo que teimem em recalcitrar, resistindo teimosamente em abandonar às
próprias sombras. Somente haverá um mundo melhor com o bom desempenho da tarefa
educativa por parte dos pais nos lares.
Santo Agostinho esclarece-nos: “Quando
os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se
não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar
tranquila a consciência”.
Para os pais espíritas o grau de
compromisso aumenta, tendo em vista o rico e inestimável material que trazem em
mãos: a DOUTRINA ESPÍRITA. Com o horizonte descerrado pelo Espiritismo, a
compreensão dilatada da realidade espiritual, o trabalho educativo ganha uma
dimensão mais profunda e as possibilidades de acerto se multiplicam. Compete a
estes pais aproveitarem a fecundidade destes recursos.
Devemos desenvolver o caráter de nossos
tutelados, ministrar-lhes as noções religiosas imprescindíveis, oferecer-lhes o
melhor esforço de exemplificação, dar-lhes assistência material e moral
constante, indicar-lhes um rumo certo a seguir, orientar-lhes constante e
carinhosamente, apoiá-los, protegê-los, ajudá-los, ser-lhes amigos, amá-los,
animá-los em seus ideais, incentivá-los em suas virtudes, auxiliá-los a
enfrentarem as influências perniciosas, a invigilância, a ignorância.
A educação está hoje complicada pelos
convites e estímulos que despertam nossos filhos cada vez mais cedo para as
ilusões humanas. Precisamos mostrar a eles todos os perigos que irão encontrar
quando tiverem que caminhar com as próprias pernas. O grande trabalho dos pais
não é esconder o filho dos problemas, e sim prepará-los, dando-lhes as armas
com as quais poderá triunfar sobre estes desafios.
Podemos dizer que, antes de conhecer o
Espiritismo, educar era difícil; agora, com o Espiritismo, continua e às vezes
até aumenta a dificuldade. Só que estaremos tão mais bem preparados que, a par
da dificuldade, produzimos e acertamos mais.
E, para isso, procuremos na Casa
Espírita a escola da alma que nos amparará e iluminará na grande missão a
cumprir. Aos pais e dirigentes espíritas envia-se o alerta: que em todos os
agrupamentos espíritas nasçam atividades voltadas para a preparação e apoio aos
pais.
Estejamos prontos para o mister!
Abracemos nossa grande missão! O Terceiro Milênio é construção a se iniciar em
cada um dos lares da Terra! Tomai da enxada e começai a sementeira…
QUE NÓS, PAIS ESPÍRITAS, SEJAMOS OS
TRADUTORES DE JESUS JUNTO A NOSSOS FILHOS, ILUMINADOS PELO EVANGELHO,
EDUCANDO-OS COM SEGURANÇA E CONVICÇÃO.
(Do
livro Um Desafio Chamado Família vol.1– item 10, autor Joamar Zan).
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO
PACHECO QUADRADO.
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