O
Espiritismo e o Diabo
Quando eu era criança, achava
que iria pro inferno. Por causa disso, tinha pavor do Diabo e tudo que fizesse
referência a ele. Mas com o tempo isso foi passando e quando eu me introduzi no
espiritismo, fiquei sabendo de algo que me aliviou muito: Diabo e inferno não
existem. E à medida que fui estudando mais, percebi o quanto acreditar na
existência dele era um equívoco.
Acreditar na existência do
Diabo é acreditar que Deus criou seres predispostos ao mal, o que não é
verdade. Se, hipoteticamente falando, Deus criou o anjo Lúcifer, que
posteriormente viria a cair, ele não mediria esforços para ajudar o
próprio filho (e, consequentemente, nosso irmão), porque a gente sabe que a
misericórdia dele é eterna.
Acreditar na existência do
inferno, acreditar no castigo eterno, é não acreditar na bondade de Deus para
conosco. Se Deus, que é tão bom, não perdoa como nós então perdoaríamos? Ele
não nos enviou Jesus com suas lições sobre amor e perdão à toa.
Quem é, então, o diabo?
Mesmo o papo sendo manjado,
vale lembrar que a bíblia foi escrita há muito tempo e certas coisas perderam o
significado através de várias traduções. Termos como “demônio” e “satanás”
provavelmente representavam espíritos inferiores que vinham perturbar (e
tentar) Jesus. Afinal, ele não era médium e os podia ver, escutar e falar com
eles?
Quem leu a bíblia sabe que
Lúcifer liderou uma revolta contra Deus junto a um terço dos anjos, que ele
conseguiu convencer a se juntar a ele. Isso tudo porque Deus ordenou aos anjos
que louvassem sua nova criação (o homem) e ele não quis. Quem liderou o lado do
bem foi Miguel, que, enquanto acabava com a raça do capiroto, perguntou a ele:
“Quem é como Deus?”. Pois, como sabemos o Lúcifer, o mais gato do paraíso, se
achava igual a Deus a ponto de acreditar que poderia governar o universo no
lugar dele. Ou seja, o pecado de Lúcifer foi o orgulho.
A história do anjo bonitão
que foi transformado num bicho vermelho de rabo e chifres também foi usada como
alegoria para representar o orgulho, que, segundo o espiritismo, é o pai de
todos os vícios.
E o inferno?
O fogo do inferno, por sua
vez, não diz respeito ao lar subterrâneo do Diabo. Isso são os metrôs de São
Paulo em horário de pico. O inferno representa a nossa consciência, que é nosso
juiz e júri. Quando não a escutamos, ela vira nosso castigo, que é o remorso,
tão ruim quanto o inferno bíblico.
E os anjos?
Até os anjos são uma
alegoria: eles representam os espíritos iluminados. Deus, porém, não os criou com
asas brancas e os separou entre querubins e arcanjos no paraíso. Eles são
espíritos que viveram inúmeras encarnações e alcançaram sua condição iluminada
por mérito, que atuam na obra divina e divulgam a lei do amor. E eles não caem
não se desvirtuam ou se põem contra Deus; um espírito que evoluiu até tal nível
de perfeição, não iria simplesmente involuir.
Os anjos que se juntaram a Lúcifer
O castigo eterno no fogo do
inferno foi muito usado ao longo do tempo como um meio de segurar a
libertinagem daqueles que temiam a Deus. Com medo de uma passagem pro colo do
Diabo, o homem segurou as rédeas.
Mesmo agora sabendo da
irrealidade dessa história, isso não quer dizer que podemos usar o nosso livre-arbítrio da pior
forma possível já que a lei da natureza, que age dentro das leis de Deus não
vai nos castigar. Afinal, ainda existe o carma, que é a lei da ação
e reação, onde tudo o que se joga para la, volta para nós.E a culpa vai ser
somente nossa se plantarmos coisas ruins.
Mensagem divulgada pelo médium Getulio
Pacheco Quadrado.
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