terça-feira, 14 de maio de 2019

ADORAÇÃO EXTERIOR.


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPITULO II. PARTE TERCEIRA.
ADORAÇÃO EXTERIOR
Quanto a adoração exterior, a verdadeira adoração é a do coração. Em todas as nossas ações, pensemos sempre que um senhor nos observa.
A adoração exterior é útil, e sempre será se der um bom exemplo: mas os que afazem só por afetação e amor próprio e cuja conduta desmente a sua aparente piedade, dão um exemplo antes mau do que bom e fazem mais mal do que supõem.
Deus tem preferência pelos que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que pensam honrá-lo através de cerimônias que não os tornam melhores para os seus semelhantes.
Todos os seres humanos são irmãos e filhos do mesmo Deus, que chama para ele todos os que seguem as suas leis, qualquer que seja a forma pela qual se exprimam.
Aquele que só tem a aparência da piedade é um hipócrita; aquele para quem a adoração é apenas um fingimento, e está em contradição com apropria conduta dá um mau exemplo.
Aquele que se vangloria de adorar o Cristo, mas no fundo é orgulhoso, invejoso e ciumento, que é duro e implacável com os outros ou ambicioso dos bens mundanos, eu vos declaro que só tem a religião nos lábios e não no coração. Deus, que tudo vê, dirá: aquele que conhece a verdade é cem vezes mais culpável do mal, que o selvagem ignorante e será tratado de maneira consequente, no dia do juízo. Se um cego vos derruba ao passar, vós o desculpais, mas se é um homem que enxerga bem, vós o censurais e com razão.
Não pergunteis, pois, se há uma forma de adoração mais conveniente, porque isso seria perguntar se é mais agradável a Deus ser adorado numa língua do que em outra. Digo-vos ainda uma vez: os cânticos não chegam a ele senão pela porta do coração.
E reprovável se praticar uma religião na qual não se acredita de coração, quando se faz isso por respeito ao ser humano e para não escandalizar os que pensam de outra maneira.
Aquele que não tem em vista senão respeitar as crenças alheias não faz mal; faz melhor do que aquele que as ridicularizasse, porque esse faltaria com a caridade. Mas quem as praticar por interesse ou por ambição é desprezível aos olhos de Deus e dos seres humanos. Deus não pode agradar-se daquele que só demonstra humildade perante ele para provocar a aprovação dos seres humanos.
Os seres humanos reunidos por uma comunhão de pensamentos e sentimentos tem mais força do que a individual, para atrair os bons Espíritos. Acontece o mesmo quando se reúnem para adorar a Deus. Mas não penseis, por isso, que a adoração em particular seja menos boa; pois cada um pode adorar a Deus pensando nele.



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