Sexo e
consciência
Por Marco Antônio Negrão
Os problemas desencadeados pelas viciações do sexo,
no atual momento da Humanidade, tem suscitado inúmeros trabalhos acadêmicos,
que se debruçam sobre o tema, na busca de trazer o conhecimento e o
esclarecimento às atitudes percebidas na sociedade moderna.
Quando ouvimos notícias de jovens que se encontram
em parques das grandes cidades para usarem drogas e o abuso das forças sagradas
do sexo, nos perguntamos o que essa situação e atos desencadearão na vida
desses jovens; quais sequelas e consequências ficarão marcadas nesses seres que
hoje, na busca dos prazeres passageiros, transgridem regras de convivência e
respeito humano a si mesmos.
E nós, como pais que temos a responsabilidade de
educar nossos filhos, de os prepararmos para a vida, nos questionamos como
podemos bem atender aos imperativos delineados no item 208 de O Livro dos
Espíritos:
P. Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais
sobre o filho depois do nascimento deste?
R. Ao contrário: bem grande influência exercem.
Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos
outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus
filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se
vierem a falir no seu desempenho.
Para atender as perguntas que nós, espíritas, nos
fazemos sobre o que a Espiritualidade tem a nos ensinar e a nos esclarecer, nessa
área, é que neste mês sugerimos como leitura Sexo e Consciência,
publicado pela LEAL, organizado por Luiz Fernando Lopes.
A obra se divide em quatorze capítulos, ao longo de
mais de quinhentas páginas.
Interessante a iniciativa de Luiz Fernando Lopes,
educador e mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo, que trabalha
com pesquisa e ensino nas áreas de Saúde Mental, Psicologia, Saúde da Família e
Educação. Ele se serviu de palestras e seminários proferidos por Divaldo Pereira
Franco, no período que compreende a década de oitenta ao ano de 2013,
apresentando, de forma organizada, nessa obra de porte, o que abordou o
conferencista dentro dessa temática.
Lendo a apresentação da obra pelo Espírito Joanna
de Angelis, já temos ideia aproximada da profundidade das reflexões que o livro
nos trará:
A necessidade de uma ética-moral para a função
sexual inspirou algumas religiões a estabelecerem regras castradoras e
preconceituosas que geraram, através da História, situações embaraçosas que
ainda prosseguem como heranças infelizes de que a sociedade padece, empurrando
o comportamento, na atualidade, para a liberação excessiva ou libertinagem,
para a castração, ou para tormentos de outra natureza…
Fundamentada na ética do amor, a Doutrina Espírita
propõe ao comportamento sexual higiene moral e respeito indispensável ao
exercício da sua função dentro de padrões equilibrados, de modo que se
constitua elemento proporcionador de saúde e bem-estar, contribuindo
seguramente para o desenvolvimento de todos os valores intelectuais e
espirituais em que a vida se estrutura triunfante.
O livro está estruturado em mais de sessenta
subtítulos. Excelente recurso de que se utiliza o organizador é mencionar, nas
notas explicativas, no rodapé das páginas, outros livros que remetem o leitor à
possibilidade de mais aprofundar as reflexões apresentadas.
Destacamos alguns capítulos, a fim de avaliarmos a
riqueza dos esclarecimentos de temas delicados.
No capítulo 2, Sexo e Reencarnação, no
subtítulo Contraceptivos e planejamento familiar encontramos: (…)
os anticoncepcionais (ou contraceptivos) constituem um dos métodos que se
ajustam à nossa necessidade de programar a família, pois a mulher não é uma
fábrica de crianças. Ela tem direito ao repouso após a fase gestacional.
Desta forma, à luz da Doutrina Espírita, a
utilização de anticoncepcionais é perfeitamente ética, embora Allan Kardec
tenha referido que todo e qualquer obstáculo à reprodução torna-se coarctado da
reencarnação. O Codificador se reportava ao aborto, já que este era o único
método conhecido em sua época para interromper a gestação. Vale lembrar que, na
metade do século XIX, não se conhecia cientificamente o mecanismo da
fecundação, uma vez que os microscópios pouco desenvolvidos daquela época não
permitiam aos pesquisadores analisar a união dos gametas.
Ainda menciona, em nota explicativa, que o tema
contracepção é tratado no livro Após a tempestade, de Joanna de Angelis,
no seu capítulo 10.
No capítulo 3, o aborto é tratado em sete subtítulos:
Aborto provocado, Aborto devido a estupro, Aborto eugênico, Aborto,
células-tronco e fertilização in vitro, Consequências e
responsabilidades, Aborto espontâneo, Renovação e resgate.
A respeito de Transtornos Sexuais, enfoca a
pedofilia, os complexos de Édipo e de Electra, reservando um capítulo inteiro à
Homossexualidade, com oito subtemas, entre os quais Orientação
Sexual, Reflexos do Passado e Sublimação.
Outras interessantes abordagens são: O amor em
suas múltiplas expressões; Sexo e sociedade; Desafios conjugais; O jovem e a
sexualidade; Educação afetivo-sexual, reservando o derradeiro capítulo para
apresentar Jesus como Modelo de Sexualidade Integral.
Recomendamos a leitura dessa obra copiosa, de
fôlego mas que trata com muita objetividade as reais diferenças entre Sexo
consciente e Sexo em desalinho.
O Espírito Emmanuel, pela mediunidade de Francisco
Cândido Xavier, em O Consolador (ed. FEB), em resposta à questão de
número 184, assim escreve: Depreende-se, pois, que ao invés da educação
sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem
sua alma para a compreensão sagrada do sexo.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO
QUADRADO.
TAMBÉM POSSO DIZER DENTRO DA PSICOLOGIA QUE ELE É UMA NECESSIDADE
FISIOLÓGICA, MAS COM EDUCAÇÃO, SE NÃO VIRA ROTINA.
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