Acreditemos na vida
Rosana conversava no corredor da Faculdade com
alguns amigos.
O assunto era o colega do segundo turno que, na véspera, havia cometido
suicídio.
Aliás, era o tema das conversas em toda a Universidade, nesse dia.
O foco era saber se o suicida merecia ou não o perdão de Deus e se as
orações o poderiam beneficiar.
Alguém disse que quem comete esse tipo de morte, não pode ter perdão.
Foi logo contrariado na sua afirmativa, quando outro disse que todo
suicida merece ser compreendido.
Como Rosana permanecia calada, a provocaram, perguntando o que achava da
situação.
Sinceramente, disse ela, penso
que a oração não deve ser negada a ninguém, e que esta conversa não ajuda nada
ao amigo.
Ajudá-lo? Como
assim? Ele morreu!
Ela
respondeu: A morte não existe. Pereceu o corpo, o Espírito é imortal.
Depois dessa morte, fica só a decepção de se ter multiplicado o sofrimento.
Os colegas se entreolharam. E o assunto se alongou, com Rosana
detalhando as razões da sua afirmativa.
* * *
Triste se constatar que um amigo, colega ou parente se evadiu pela
enganosa porta do suicídio.
Alguém disse, certa vez, que quem comete suicídio, em verdade não deseja
se matar. Deseja, sim, matar a dor, a decepção que ele não consegue suportar.
Quando a fé e o bom ânimo fazem parte da vida da criatura, ela procura
se refazer do sofrimento e buscar superação.
Quem não acredita na Imortalidade da alma, se prende tão somente às
amarguras da vida.
Quem assim vive,
sente vontade de abandonar tudo, para se livrar do sofrimento pois, nada
esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar pelo suicídio, suas
misérias.
A incredulidade sobre o futuro, as ideias materialistas fermentam esse
desejo.
Contudo, o suicida logo descobre que não matou a vida, ele prossegue
vivendo. E essa é, com certeza, sua maior dor.
Ele é qual
prisioneiro que se evade da prisão, antes de ser cumprida a pena. Quando preso
de novo, é mais severamente tratado.
*
* *
A vida é um dom Divino que nos é dado para o crescimento, o progresso.
Se lutas árduas nos chegam, tenhamos a certeza de que não nos faltarão as
forças.
Isso porque Deus nunca confere fardo maior do que possamos carregar.
Dessa forma, jamais nos entreguemos ao desespero. Busquemos auxílio,
digamos das nossas dificuldades. Sempre haverá um coração disposto a nos ouvir.
O mundo está repleto de pessoas bondosas. Basta, por vezes, que olhemos
para o lado e peçamos ajuda.
Não acreditemos que a morte solucionará nossos problemas.
Quando o corpo fenece, nós, Espíritos, continuamos na vida, embora
invisíveis aos olhos carnais.
E somos responsáveis pelo uso que fizermos e o destino que dermos aos
nossos corpos.
Responderemos por todos os atos que colidirem com as leis morais
estabelecidas pela Divindade.
Dessa forma, jamais pensemos em desistir da vida. E nas nossas rogativas
a Deus, não peçamos que nos abrevie está existência. Peçamos, sim, que nos dê
forças para tudo suportar, com coragem.
E Ele, o bom Pai,
jamais nos negará auxílio.
Redação do Momento
Espírita, com citação do item 71,
do cap. XXVIII, de O Evangelho segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec, ed. FEB.
Em 30.1.2016.
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