quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

E NECESSÁRIO MORRER.

 


É necessário morrer

 

Quando iremos morrer?

O simples mencionar dessa pergunta causa calafrios, medo ou repulsa a muitas pessoas.

A grande maioria de nós nos recusamos mesmo a pensar em tal assunto.

Seja por medo, por desconhecimento, por fatores culturais ou aspectos religiosos, a morte nos surge como um grande tabu.

Por isso, poucas vezes, refletimos ou percebemos a morte como um processo natural e necessário para a vida.

Nas florestas, árvores centenárias perdem o vigor, morrem para ceder espaço para outras, que crescem frondosas, se alimentando da matéria orgânica decomposta dessas.

Nas tempestades, sob ventos fortes, galhos e folhas se desprendem dos troncos, dando espaço para outros, que surgirão, com maior viço e pujança.

Esse é o ciclo da vida: a decadência cede lugar à nova vida, para logo mais a morte prenunciar novo ciclo.

A morte não é sinônimo de fim, de conclusão ou de eliminação.

Ela sempre será o prenúncio de nova etapa, de momento que se inicia.

Assim pode se dar com nosso mundo íntimo.

Há muita coisa que precisa fenecer, perecer, morrer em nossa intimidade para dar vazão a outras possibilidades.

Há muitos valores que nos prejudicam, que atrapalham nossa felicidade, que perturbam nosso caminhar.

É importante empreender todo esforço para a morte desses valores.

Ao morrerem, darão lugar a possibilidades de outras paisagens, de outros conceitos.

Nesse raciocínio, percebemos ser inadiável que façamos morrer o egoísmo que carregamos.

Dessa forma, o nos preocuparmos com o outro, nos doarmos ao próximo, permitirá que, aos poucos, nosso egoísmo perca força e morra em nossa intimidade. Seremos, então, mais solidários e fraternos.

O empenho que empreguemos para perdoar, ou compreender o outro, ter empatia em relação às suas falhas e limitações, irá acabando com nosso eu orgulhoso, pretensioso, arrogante.

Somente com a morte lenta e gradual desses sentimentos de difícil lida, é que abriremos espaço para o desabrochar de virtudes.

Portanto, se faz necessário o esforço da morte das paixões inferiores para que se faça nova luz em nossos corações.

Tudo isso nos demonstra que a morte sempre se fará necessária, para dar espaço à renovação, ao novo ciclo, à melhora.

Nada diferente quando falamos da vida física.

A morte, inevitavelmente, visitará nosso corpo físico, impossibilitando a continuidade da vida biológica, orgânica.

Contudo, esse momento, de forma alguma, indicará o fim de tudo. Será apenas o final de um ciclo.

Será a etapa concluída de uma reencarnação, que nos deu inúmeras chances, possibilidades e oportunidades de aprendizado e renovação.

Findo tudo isso, apresenta-se o momento de retornarmos para casa, para o mundo espiritual.

E, como inscrito no dólmen da sepultura do mestre Allan Kardec, em Paris, a lição é de imortalidade e evolução: Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.

Lei da vida, lei de progresso.

Redação do Momento Espírita.
Em 26.8.2019.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

SOBRE ANJOS.

 


Sobre anjos

 

 

A palavra anjo desperta geralmente a ideia da perfeição moral.

É, frequentemente, aplicada a todos os seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade. Diz-se o bom e o mau anjo, o anjo da luz e o anjo das trevas.

Na Bíblia encontra-se muito este termo. Às vezes, com o sentido de criaturas humanas exercendo a função de mensageiros, embaixadores, profetas.

O uso mais frequente se aplica a criaturas já existentes antes da criação do mundo, mas igualmente criadas por Deus.

Distinguem-se do homem pela superioridade da inteligência, sabedoria e poder.

Alguns críticos julgam ser influência dos povos vizinhos a Israel, sobretudo a Pérsia, a ideia de anjos substituindo os deuses.

É assim que eles aparecem, em descrições bíblicas, falando aos homens na forma e linguagem humana. E são mostrados com graus hierárquicos entre si.

Observa-se que, no Novo Testamento, as referências aos anjos são menos frequentes do que no Antigo Testamento.

A existência de seres humanos exercendo as funções de mensageiros da Divindade aos homens é admitida como realidade entre religiões não bíblicas, também.

É assim que vemos descrições de anjos no maometismo, nas mitologias gregas e orientais e em algumas formas do budismo.

O Corão é extraordinariamente rico em referências aos anjos.

A Doutrina Espírita ensina que os anjos são seres criados como todos os Espíritos.

Por já terem percorrido todos os graus e reunirem em si todas as perfeições, se tornaram Espíritos puros.

Como existem Espíritos dessa categoria, muito anteriores ao homem, este acreditou que eles haviam sido criados assim, perfeitos.

Entre os anjos, existem aqueles que se dedicam a proteger: são os anjos da guarda.

São sempre superiores ao homem. Estão ali para aconselhar, sustentar, ajudar a escalar a montanha escarpada do progresso.

São amigos mais firmes e mais devotados do que as mais íntimas ligações que se possam contrair na Terra.

Esses seres ali estão por ordem de Deus, que os colocou ao lado dos homens. Ali estão por Seu amor.

Cumprem junto aos homens uma bela mas, ao mesmo tempo, penosa missão.

Seja nos cárceres, nos hospitais, nos antros do vício, na solidão, eles se encontram ao lado dos seus protegidos.

É deles que a nossa alma recebe os mais doces impulsos e ouve os mais sábios conselhos.

Eles nos auxiliam nos momentos de crise.

Para os que pensam ser impossível os Espíritos verdadeiramente elevados se restringirem a uma tarefa tão laboriosa, e de todos os instantes, é bom lembrar que eles nos influenciam a milhões de léguas de distância.

Para eles, o espaço não existe. Podem estar vivendo em outros mundos e conservar a ligação com os seus protegidos.

Gozam de faculdades que não podemos compreender.

Cada anjo da guarda tem o seu protegido e vela por ele, como um pai vela pelo filho.

Sente-se feliz quando o vê no bom caminho, chora quando os seus conselhos são desprezados.

O anjo da guarda é ligado ao indivíduo desde o nascimento até a morte. Frequentemente o segue depois da morte e mesmo através de numerosas existências corpóreas.

Para o Espírito imortal, essas existências não são mais do que fases bem curtas da vida.

*   *   *

Foi Gregório Magno o primeiro a introduzir a concepção da angelologia na teologia cristã no Ocidente.

Surgiram assim, além dos anjos e arcanjos, duas outras classes: a dos querubins e serafins, jamais mencionadas em toda a Bíblia como seres angelicais.

No Novo Testamento, os anjos são apresentados como sujeitos a Cristo, o Espírito perfeito.

 

Redação do Momento Espírita com base nos itens 128 a 130 e 489 a 495 de O livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ed. Feb e no verbete Anjo, da Enciclopédia Mirador, v. 2,
ed.Enclyclopaedia Britânica do Brasil Publicações Ltda.
Em 30.03.2009.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

MILAGRE.

 


Milagre

 

 

 

Milagres acontecem? Deus faz milagres? No que se assentam os fenômenos ditos “sobrenaturais”? Como a doutrina espírita os explica? Jesus produzia milagres?

Quando um determinado acontecimento nos provoca surpresa, como por exemplo, alguém passar no vestibular sem ter estudado “nadinha”, podemos pensar ou mesmo dizer a essa pessoa: “Que milagre!”

Com isso, temos que o milagre diz respeito a um fato ou um acontecimento que nos provoca surpresa, admiração e até certa dose de incredulidade, por tratar-se de algo inusitado, ou extraordinário e incomum.

Mas, por influência de certas concepções religiosas, o milagre representa a indicação de uma participação divina na vida das pessoas e nos fenômenos da natureza. E, em razão desse entendimento, o milagre também se refere a um ato ou acontecimento inexplicável, caracterizado por uma alteração súbita e fora do comum das leis da natureza, no qual Deus manifesta Seu poder.

O que dá grande relevância aos milagres é, justamente, essa sua origem sobrenatural e a impossibilidade de serem explicados.

Ponderando sobre a atitude divina, Léon Denis (1846-1927), um dos principais continuadores do Espiritismo após a morte de Allan Kardec, escreve:

O milagre é uma postergação das leis eternas fixadas por Deus, obras que são da sua vontade, e seria pouco digno da suprema Potência exorbitar da sua própria natureza e variar em seus decretos. 

Deus faz milagres? Em princípio, até poderia fazer, se verdadeiramente acreditarmos que para Ele tudo é possível.

E por que faria, se Ele mesmo criou leis perfeitas? O fato é que tudo o que é perfeito não carece de modificação ou de aperfeiçoamento, pois tudo nele já está previsto e providenciado, sem nada a corrigir nem improvisar!

No entanto, a explicação espírita para os milagres defende que, na maneira de agir de Deus, não existe o regime de exceção e de privilégios, nem de exclusão ou de derrogação de Suas leis. E esse ensino encontra-se, principalmente, na obra A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, em seu capítulo. XIII, denominado “Caracteres dos milagres”.

 

Nele, Allan Kardec leciona que os milagres desaparecem na proporção exata do avanço do conhecimento científico dos processos da natureza:

Foram fecundos em milagres os séculos de ignorância, porque se considerava sobrenatural tudo aquilo cuja causa não se conhecia. À proporção que a Ciência revelou novas leis, o círculo do maravilhoso se foi restringindo; mas, como a Ciência ainda não explorara todo o vasto campo da Natureza, larga parte dele ficou reservada para o maravilhoso.

(...) O Espiritismo, pois, vem, a seu turno, fazer o que cada ciência fez no seu advento: revelar novas leis e explicar, conseguintemente, os fenômenos compreendidos na alçada dessas leis.

Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos Espíritos e à intervenção deles no mundo material.

Antigamente, havia muitas coisas consideradas como maravilhosas ou sobrenaturais. Algumas delas nem eram fatos reais, mas apenas crendices ou superstições sem fundamento.

Os indivíduos, de então, não tinham condições de dar uma explicação racional para os fenômenos estranhos que aconteciam. Por falta de uma explicação lógica, chamaram-nos de milagres. Assim, em termos religiosos, o milagre passou a ser entendido como algo que não deve ser questionado, bastando apenas acreditar nele por meio da fé.

Felizmente, a crença no maravilhoso ou no sobrenatural vem diminuindo, graças ao progresso da ciência e da tecnologia, que tem cada vez mais revelado e explicado as leis que regem o mundo material.

Desse modo, não podemos menosprezar a importância da contribuição da Doutrina Espírita que, ao revelar a existência dos espíritos e como agem sobre os fluidos e sobre a matéria, tem explicado muitos fenômenos como sendo o efeito dessa causa espiritual.

E os espíritos nada mais são do que a alma dos homens que já viveram na Terra, e que continuam com sua vida, porém no mundo espiritual.

Sobre essa vida dos espíritos, Kardec ainda diz:

Sua existência, portanto, é tão natural depois, como durante a encarnação; está submetido às leis que regem o princípio espiritual, como o corpo o está às que regem o princípio material; mas, como estes dois princípios têm necessária afinidade, como reagem incessantemente um sobre o outro, como da ação simultânea deles resultam o movimento e a harmonia do conjunto, segue-se que a espiritualidade e a materialidade são duas partes de um mesmo todo, tão natural uma quanto a outra, não sendo, pois, a primeira uma exceção, uma anomalia na ordem das coisas.

Para os que negam a existência dos espíritos – ou do princípio espiritual –, tudo o que existe no Universo se restringe à matéria.

Assim, os fenômenos que tenham por base a ação dessa espiritualidade serão, inevitavelmente, classificados como sobrenaturais. E, em virtude de eles se caracterizarem por forças ainda desconhecidas da natureza e, por causa disso, não poderem ser comprovados através dos habituais métodos da ciência oficial, também poderão ser taxados de afeitos à fantasia, imaginação, ilusão ou alucinação.

A ciência espírita existe para demonstrar como funcionam as leis que regem os fenômenos do campo material em conjunto com o campo espiritual, mas sem se utilizar de métodos absolutamente idênticos ao da ciência oficial. E isso porque os fenômenos espíritas, na grande maioria das vezes, se caracterizam pela espontaneidade, o que requer procedimentos bastante particulares.

No mesmo capítulo, ao se referir às mesas girantes, Allan Kardec tece algumas considerações, que, por analogia, poderão ser aplicadas ao entendimento das manifestações espíritas em geral:

Antes de se conhecerem as propriedades da eletricidade, os fenômenos elétricos passavam por prodígios para certa gente; desde que se tornou conhecida a causa, desapareceu o maravilhoso. O mesmo ocorre com os fenômenos espíritas.

(...) Entretanto, dir-se-á, admitis que um Espírito pode levantar uma mesa e mantê-la no espaço sem ponto de apoio; não está aí uma derrogação da lei da gravidade? — Sim, da lei conhecida. Conhecem-se, porém, todas as leis? Antes que se houvesse experimentado a força ascensional de alguns gases, quem diria que uma pesada máquina, transportando muitos homens, poderia triunfar da força de atração? Ao vulgo, isso não pareceria maravilhoso, diabólico? Aquele que se houvera proposto, há um século, a transmitir uma mensagem a 500 léguas e receber a resposta dentro de alguns minutos, teria passado por louco; se o fizesse, teriam acreditado estar o diabo às suas ordens, porquanto, então, só o diabo era capaz de andar tão depressa.

Hoje, no entanto, não só se reconhece possível o fato, como ele parece naturalíssimo. Por que, pois, um fluido desconhecido careceria da propriedade de contrabalançar, em dadas circunstâncias, o efeito da gravidade, como o hidrogênio contrabalança o peso do balão? É, efetivamente, o que sucede, no caso de que se trata.

O Espiritismo sempre se envolverá com explicações lógicas para o entendimento dos fenômenos conhecidos como sobrenaturais. Daí, a importância de seus adeptos estarem sempre atentos aos progressos da ciência, acompanhar tudo o que está acontecendo, para que o desenvolvimento de sua fé tenha como alicerce a razão, porque somente esta nos permite o real e profundo entendimento de todas as coisas.

Para a doutrina espírita, a fé – essa confiança quanto à realidade espiritual, essa convicção de que o poder e sabedoria de Deus se manifestam através de leis imutáveis, porém amorosas – tem de ser esclarecida e bem fundamentada.

E somente através dessa crença esclarecida que conseguiremos perseverar no bem, por entendermos que este é o mais satisfatório caminho para todos; que persistiremos em nosso esforço evolutivo, na certeza de que sempre alcançaremos resultados compensadores, agora ou depois, aqui ou na espiritualidade.

Enfim, uma fé que nos permita melhor compreender os sofrimentos, superar as inevitáveis dificuldades da jornada terra, bem como transformar situações a partir da própria mudança interior.

Therezinha Oliveira, ao abordar sobre “os milagres que o Espiritismo faz”, nos ensina:

O Espiritismo coloca ao nosso alcance muitos recursos espirituais com os quais se torna possível acionarmos certas leis naturais e produzirmos alguns fenômenos que ajudem ao próximo e a nós mesmos.

Mas quem procurar o Espiritismo somente para obter cura imediata de seus males físicos e espirituais, ou resolver de pronto seus problemas materiais, poderá ficar decepcionado.

Porque somente se realiza o que estiver dentro das leis divinas. E o Espiritismo não tem por finalidade principal a realização de fenômenos, mas, sim, o progresso moral da humanidade.

O maior milagre que o Espiritismo faz não é tirar problemas e dores do nosso caminho. É explicar-nos o porquê das coisas e ensinar-nos: como podemos melhorar a nós mesmos para gerarmos efeitos felizes; como prevenir e resolver problemas espirituais, desde que empreguemos vontade e esforço no sentido do bem; ou ainda, como suportar aquilo que, por ora, não pode ser mudado porque serve de expiação ou de prova.

E os milagres que Jesus realizou? Sim, porque as páginas do Evangelho são repletas de sonhos, visões, curas, aparições, possessões e outros fenômenos inexplicados. Qual a explicação?

De fato, Jesus fez apenas uma amostragem das realizações espirituais possíveis.

À época de Jesus, os milagres foram feitos para despertar as almas para a crença em Deus e nos espíritos, e eles abririam brechas nos corações a fim de o Evangelho penetrar. 

O Cristo, pela sua natureza superior, é um espírito que, por suas virtudes, encontra-se em nível intelectual, moral e espiritual muitíssimo acima da humanidade terrestre.

Para finalizar, ainda Allan Kardec, sobre Jesus:

Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

METEMPSICOSE.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO XI

METEMPSICOSE.

 Quanto à comunhão de origem dos seres vivos no princípio inteligente não é a consagração da doutrina da metempsicose, porque são duas coisas que podem ter a mesma origem e não se assemelharem em nada mais tarde. Quem reconheceria a árvore, suas folhas, suas flores e seus frutos no germe informe que se contém na semente de onde saíram. No momento em que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período de humanidade, não tem mais relação com o seu estado primitivo e não é mais a alma dos animais, como a árvore não é a semente. No ser humano, somente existe do animal o corpo, as paixões que nascem da influencia do corpo e os instintos de conservação inerente à matéria não se pode dizer, portanto, que tal ser humano, é a encarnação do Espírito de tal animal, e. por conseguinte a metempsicose, tal como a entendem, não é exata.

O Espírito que animou o corpo de um ser humano jamais poderia encarnar-se num animal, porque isso seria retrogradar, e o Espírito não retrograda. O rio não remonta à nascente.  Por mais errônea que seja a ideia ligada à metempsicose, não seria ela o resultado do sentimento intuitivo das diferentes existências do ser humano.

Reconhecemos esse sentimento intuitivo nessa crença como em muitas outras; mas, como a maior parte dessas ideias intuitivas, o ser humano a desnaturou.

Comentário de Kardec: A metempsicose seria verdadeira se por ela se entendesse a progressão da alma de um estado inferior para um superior, realizando os desenvolvimentos que transformariam a sua natureza; mas é falso, no sentido de transmigração direta do animal para o ser humano e vice-versa, o que implicaria a ideia de uma retrogradação ou de fusão. Ora não podendo realizar-se essa fusão entre seres corporais de duas espécies temos nisso um indicio de que se encontram em graus não assimiláveis e que o mesmo deve acontecer com os Espíritos que os animam. Se o mesmo Espírito pudesse animá-los alternativamente, disso resultaria uma identidade de natureza que se traduziria na possibilidade de reprodução material. A reencarnação ensinada pelos Espíritos se funda, pelo contrário, sobre a marcha ascendente da natureza e sobre a progressão do ser humano na sua própria espécie, o que não diminui em nada a sua dignidade O que o rebaixa é o mau uso que faz das faculdades que Deus lhe deu para o seu adiantamento. Como quer que seja à antiguidade e a universalidade da doutrina da metempsicose e o número de seres humanos eminentes que a professaram provai que o principio da reencarnação tem suas raízes na própria natureza; esses são portanto argumentos antes a seu favor do que contrários.

O ponto de partida do Espírito é uma dessas questões que se ligam ao principio das coisas e estão nos segredos de Deus. Não é dado ao ser humano conhecê-los de maneira absoluta e ele só pode fazer, a seu respeito, meras suposições, construir sistemas mais ou menos prováveis. Os próprios Espíritos estão longe de tudo conhecer e sobre o que não conhecem podem ter também opiniões pessoais mais ou menos sensatas.

É assim que nem todos pensam da mesma maneira a respeito das relações existentes entre o ser humano e os animais. Segundo alguns, o Espírito não chega ao período humano senão depois de ter sido elaborado e individualizado nos diferentes graus dos seres inferiores da criação. Segundo outros, o Espírito do ser humano teria sempre pertencido à raça humana, sem passar pela fieira animal. O primeiro desses sistemas tem a vantagem de dar uma finalidade ao futuro dos animais que constituiriam assim, os primeiros anéis da cadeia dos seres pensantes; o segundo é mais conforme á dignidade do ser humano e pode resumir-se da maneira que segue.

As diferentes espécies de animais não procedem intelectualmente umas das outras, por via de progressão; assim, o Espírito da ostra não se torna sucessivamente do peixe, da ave, do quadrúpede e do quadrúmano; cada espécie é um tipo absoluto, física e moralmente, e cada um dos seus indivíduos tira da fonte universal a quantidade de princípio inteligente que lhe é necessária, segundo a perfeição dos seus órgãos e a tarefa que deve desempenhar nos fenômenos da Natureza, devolvendo-a a massa após a morte. Aqueles dos mundos mais adiantados que o nosso são igualmente constituídos de raças distintas, apropriadas ás necessidades desses mundos e ao grau de adiantamento dos seres humanos de que são auxiliares, mas não procedem absolutamente dos terrestres, espiritualmente falando. Com o ser humano já não se dá o mesmo.

Do ponto de vista físico, o ser humano constitui evidentemente um anel da cadeia dos seres vivos; mas do ponto de vista moral há solução de continuidade entre o ser humano e o animal. O ser humano possui, como sua particularidade, a alma ou Espírito, centelha divina que lhe dá o senso moral e um alcance intelectual que os animais não possuem; é o seu ser principal, preexistente e sobrevivente ao corpo, conservando a sua individualidade. Qual é a origem do Espírito? Onde está o seu ponto de partida? Forma-se ele do principio inteligente individualizado? Isso é um mistério que seria inútil procurar e penetrar e sobre o qual, como dissemos, só podemos construir sistemas.

O que é constante e ressalta ao mesmo tempo do raciocínio e da experiência é a sobrevivência do Espírito, a conservação de sua individualidade após a morte, sua faculdade de progredir, seu estado feliz ou infeliz, proporcional ao seu adiantamento na senda do bem, e todas as verdades morais que são a consequência desses principio. Quanto às relações misteriosas existentes entre o ser humano e os animais, isso, repetimos, está nos segredos de Deus, como muitas outras coisas cujo conhecimento atual nada importa para o nosso adiantamento e sobre as quais seria inútil nos determos.

 

Bibliografia: O Livro dos Espíritos.

DIVULGAÇÃO DO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

 

TÉCNICA DE CONTATO COM O MENTOR.

 


TÉCNICA DE CONTATO COM O MENTOR

Decidi descrever nesta oportunidade alguns procedimentos que qualquer pessoa pode fazer para entrar em contato com o seu mentor espiritual. Mas antes é preciso compreender o que é o nosso mentor, e qual a natureza de sua intervenção em nossa vida.

O mentor da pessoa é um espírito protetor que foi designado pela espiritualidade superior para cuidar de nós, guiar nosso caminho, nos orientar e transmitir ideias e sugestões a fim de completarmos, da melhor forma possível, a nossa missão na Terra. Qualquer pessoa pode ver e conversar com o seu mentor, no plano interior, desde que estejamos com uma intenção pura. Devemos recorrer ao nosso mentor sempre que nossos limites humanos chegaram a uma exaustão, e precisamos de uma orientação vinda do Alto.

É preciso compreender que o mentor jamais, em hipótese alguma, virá nos dizer o que devemos fazer, e tampouco nos retirar de uma provação que consideramos dura e severa. Por exemplo, se uma pessoa está passando por problemas materiais, como entraves financeiros, essa pessoa não deve, em hipótese alguma, buscar um diálogo com seu mentor para que ele a faça ganhar mais dinheiro. A pessoa deve isso sim, pedir uma compreensão sobre si mesma e uma orientação geral para conseguir enfrentar com coragem, resignação e fé as tribulações materiais de sua existência.

Pedir coisas materiais aos mentores é algo fútil, vazio e sem sentido. Ao invés de pedir que os mentores resolvam um problema para nós, devemos pedir que eles nos deem forças para atravessar as adversidades da vida. Portanto, ninguém deve recorrer ao mentor ou ao espírito guia para pedir coisas, ou para pedir que algo seja resolvido, mas sim para se obter um entendimento sobre certo tema, quando essa compreensão nos escapa. Não pergunte coisas do tipo: “Devo ficar com tal pessoal?” ou “Fulano me ama de verdade?” ou ainda “Quando vou conseguir vender minha casa?”. Tudo isso são perguntas fúteis e os mentores não devem ser invocados para suprir os caprichos dos seres humanos.

Não devemos também fazer perguntas muito teóricas e técnicas aos mentores, e tampouco perguntar apenas por curiosidade. Os mentores só devem ser chamados quando há uma necessidade real.

Também não devemos perguntar nada sobre nosso futuro. Até porque os mentores não vão responder esse tipo de pergunta.

O mentor vai responder de bom grado a todas as perguntas que ajudem de alguma forma em nosso desenvolvimento espiritual. Não pergunte nada que seja fútil, ou apenas por curiosidade, ou que seja apenas uma forma de testar o mentor a fim de verificar se ele existe mesmo ou não.

Para entrar em contato com o seu mentor e ter uma clareza maior de que realmente se trata de um espírito mais elevado, é necessário fazer a pergunta: “Sinto energias positivas originárias dessa presença espiritual?” Se você se sentir bem na presença do mentor, e sentir uma energia boa, de paz, amor e tranquilidade, então há toda possibilidade de ser um espírito que trabalha pela luz.

Tendo em vista todas essas recomendações, vamos descrever a técnica que deve ser realizada para o bom contato com o nosso mentor:

– Vá para um local onde não seja interrompida por ninguém e que seja silencioso.

– Faça uma oração, com fé em Deus, pedindo a presença de nosso guia, protetor ou mentor da luz, enviado por Deus, para nos dar algumas orientações sobre a nossa vida atual.

– Feche os olhos, sentado ou reclinado numa cadeira confortável, e visualize um lugar com natureza, onde você se sinta bem, tranquilo, livre e sem preocupações.

– Procure sentir esse local, observe tudo a sua volta, veja a natureza, o campo, as nuvens, sinta uma brisa, sinta seus pés no chão, e deixe-se envolver pela beleza, pela tranquilidade e pela liberdade que existe nesse local.

– Quando sentir que a sua mentalização atingiu um ponto mais alto de realismo, peça a Deus para falar com seu mentor da luz.

– Se a visualização der certo, você verá a presença do seu mentor chegando ou já postado a sua frente. Agradeça a sua presença.

– Primeiro ouça interiormente aquilo que ele deseja te passar. Esteja receptivo as mensagens que ele deseja transmitir. Ouvir e estar receptivo é muito mais importante do que falar e perguntar. Algumas vezes, o mentor pode já responder a sua pergunta antes mesmo de você perguntar, pois ele já conhece as suas necessidades, até mais do que você mesmo. Portanto, apenas esteja aberto a mensagem dele.

– O seu mentor pode falar pouco, ou mesmo nada, e pode optar em apenas transmitir energias de amor e paz a você. Se for esse o caso, deixe-se infundir por essas vibrações divinas e aproveite esse contato. Há uma transmissão que vai além das palavras e do entendimento humano, que transcende as normas intelectuais do nosso raciocínio. Aproveite essa transmissão sem palavras de pura energia.

– O mentor mesmo pode indicar o momento em que ele já falou ou fez tudo o que podia fazer. Pode também acontecer de você mesmo sentir que já está na hora de encerrar a experiência. Quando isso ocorrer, vá retornando ao seu corpo físico, a sua mente objetiva e vá movendo todo o corpo.

Guarde bem as orientações que seu mentor o transmitir. Essa mensagem deve ser fonte de reflexão em sua vida.

No caso de você não conseguir o contato com o mentor, encerre a experiência temporariamente, e tente novamente num outro dia. Não fique insistindo muito na técnica. Deixe fluir naturalmente, e se for da vontade de Deus, você será atendido.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.