CAPÍTULO XIX. A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS.
A FÉ HUMANA E A RELIGIOSA.
Um Espírito Protetor em Paris, no ano de 1.863, deixou dito algo em torno
da fé, que é um sentimento inato do ser humano, ou
seja, em seu destino futuro;
e que ela é a
consciência que ele tem das prodigiosas faculdades depositadas em germe no seu íntimo,
a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que germinem e cresçam,
através da sua vontade ativa.
Também salientou
que até o presente, a fé só foi compreendida no seu sentido religioso, porque o
Cristo a revelou como poderosa alavanca, e porque o tem considerado apenas como
um chefe de uma religião. Mas que, entretanto o Cristo realizou verdadeiros
milagres materiais, mostrando, por esses mesmos milagres, quanto pode o ser
humano que tem fé, ou seja, que tem a vontade de querer e a
certeza de que essa vontade pode realizar-se a si mesma. E pergunta se uma das
provas não está nos apóstolos, que com o seus exemplos, também não fizeram
milagres? E diz que esses milagres, se não eram os efeitos naturais de uma
causa desconhecida dos seres humanos, mas que hoje em grande parte é explicada,
e que será completamente compreendida pelo estudo do Espiritismo e do
magnetismo.
Também deixou dito,
que a fé é humana ou divina, segundo a aplicação que o ser humano der às suas
faculdades, em relação às necessidades terrenas ou às suas aspirações celestes
e futuras. Também salienta que o ser humano de gênio, que persegue a realização
de um grande empreendimento triunfa se tem fé, porque sente em si mesmo que
pode e deve triunfar, e essa certeza íntima lhe dá uma extraordinária força.
Disse também, que o ser humano de bem que, crendo no seu futuro celeste, deseja
preencher a sua vida com nobres e belas ações, haurindo em sua fé, e da certeza
da felicidade que o espera, a força necessária e ainda nesse caso se realizam
os milagres da caridade, do sacrifício e da abnegação. Por fim, diz que, não há
más inclinações que, com a fé, não possam ser vencidas.
Disse também que o magnetismo
é uma das maiores provas do poder da fé, quando posta em ação. E que é pela fé
que ele cura e produz esses fenômenos estranhos, que antigamente foram
qualificados de milagres.
E nos repete: que a fé é humana e divina. E
se todas as criaturas encarnadas estivessem suficientemente persuadidas da
força que trazem consigo, e se quisessem pôr a sua vontade a serviço dessa
força, seriam capazes de realizar o que até hoje chamamos de prodígios, e que é
simplesmente senão um desenvolvimento das faculdades humanas.
Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Mensagem escrita e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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