Não julgueis
O Evangelista
Mateus anotou, das palavras de Jesus, a grave advertência: Não
julgueis, a fim de não serdes julgados; porquanto sereis julgados conforme
houverdes julgado os outros.
Ocorre que, em nossas vidas, de modo geral, julgamos em demasia. Alguns
de nós chegamos a expressar que nos basta um olhar para saber das qualidades ou
dos defeitos das pessoas.
Em verdade, damos uma olhada superficial e permitimos que o preconceito
oriente a nossa apreciação.
Recordamos que Victor Frankl, psiquiatra austríaco, que ficou
prisioneiro em quatro campos de concentração, durante a Segunda Guerra Mundial,
escreveu:
O chefe do campo,
no qual estive por último e do qual fui libertado, era um homem da SS. Depois
da libertação do campo, descobriu-se algo que até então apenas o médico do
campo (também ele prisioneiro) sabia:
O chefe do campo
cedia, do próprio bolso, quantias significativas de dinheiro para comprar
remédios, destinados aos prisioneiros, na farmácia de um mercado próximo.
A história teve uma
continuação: depois da libertação, os prisioneiros judeus esconderam o
homem da SS das tropas americanas e explicaram ao comandante que iriam
entregá-lo única e exclusivamente com a condição de não lhe tocarem num único
fio de cabelo.
O comandante
americano deu sua palavra de honra de oficial e os prisioneiros judeus
apresentaram o antigo chefe do campo.
O comandante
americano voltou a nomear o homem da SS como chefe do campo – e o homem da SS
organizou coleta de alimentos e de roupas para nós, entre a população dos
vilarejos vizinhos.
Este é um dos tantos exemplos em que, uma apreciação superficial nos
diria que aquele homem, das tropas SS, um nazista, somente poderia ser mal,
muito mau.
Contudo, estivesse ali por imposição ou por necessidade imperiosa, o que
era certo é que era um homem que, onde se encontrava, fazia o seu melhor.
Discordava do tratamento dado aos prisioneiros e, às ocultas, buscava
suavizar o sofrimento dos doentes daquele campo de concentração.
Deu mostras, na sequência, da sua vontade de auxiliar e de como se
importava com o seu semelhante, fosse ele quem fosse.
O psiquiatra austríaco ainda conta que, depois da guerra, teve muitos
aborrecimentos por defender alguns hitleristas.
Ele teve a coragem
de levantar a voz contra um julgamento generalizado. E dizia: Eu sou o
prisioneiro número cento e dezenove mil, cento e quatro e isso me permite fazer
isso. Tenho de fazer.
As pessoas
acreditam em mim, e isso é um dever.
* * *
O gesto do psiquiatra
de Viena condiz perfeitamente com a advertência de Jesus: Não julgueis.
Pensemos nisso e, antes de estabelecer juízo de valor de quem quer que
seja, nos permitamos o conhecimento prévio, a análise precisa.
Lembremos de que a
História registra as barbáries cometidas por indivíduos, por nações, pelo
simples fato de julgarem a priori o seu semelhante.
Não repitamos esse triste quadro em nossas vidas. Sejamos dos que
busquem saber um tanto mais antes de julgar pessoas, instituições, doutrinas e
pensamentos que surjam no mundo.
Tenhamos em mente a advertência de quem é o sábio dos sábios: Não
julgueis...
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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